32. A primeira fuga

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Voltaram um pouco depois de escurecer. Eles não conversaram tanto, mas o bastante para falar de futuro. Gorro tinha tudo tão bem planejado, que qualquer um acreditaria que ele esperava por Ana de Luz há muitos anos.

Já em frente a mansão, ela desceu do carro rapidamente, pois estava preocupada com a hora. Ele não resistiu, desceu também e a beijou cheio de paixão.

— Está maluco? Preciso entrar! - ela disse, completamente derretida.

— Vai...Acho que quem vai arder de febre sou eu esta noite – brincou.

Ana de Luz sorriu. Ofélia apareceu – estava com uma faca na mão.

— O que você está fazendo com esse diabo? - perguntou a velha, aproximando-se deles.

A jovem se colocou entre a tia e o amor de sua vida.

— Ofélia! Largue isso! Vamos conversar... - tentou Gorro, piedosamente – Estou apaixonado por ela...

— Maldição! Você é pior do que a cadela da sua mãe! Entre, Ana! Agora!

Ana de Luz conseguiu sair da felicidade plena para um choro angustiante em questão de segundos.

— Ana, meu amor, venha comigo! Você não precisa disso... O que te prende ?

Agora que podia partir, pensou que talvez a vida na mansão não fosse tão ruim. Na verdade, temia fazer a escolha errada.

— O que está esperando para entrar, sua peste?!

— Querida... – Gorro colocou a mão em seu ombro – Não vou permitir que seja maltratada desse jeito. Por favor, entre no carro! Não faça isso por mim, mas por você. Eu te amo demais para te ver sofrendo assim.

— Ana Zancolleoni! É a última vez que ordeno...

— Não! Eu não vou mais participar disso! Vai morrer sem ninguém ao seu lado! Suporte essa dor sozinha! - gritou a jovem, entrando no carro para nunca mais voltar.


Ana de Luz e o Circo da Alegria Onde histórias criam vida. Descubra agora