As mãos dele passam pelo meu corpo e eu sinto uma ânsia de vômito.
Eu pedi para morrer naquele exato momento.
Os beijos dele, que antes eram como mel, pareciam ter gosto de enxofre.
Tentei me afastar, mas não consegui. Não tinha forças.
Só lágrimas.
-Por favor, me mata.- suplico sussurrando.
Mas ele não me matou. Tirou de mim aquilo que eu só estava guardando para uma pessoa.
-Ei.- ouço um sussurro e acordo desesperada, suada e chorando muito.
Olhar para o Breno me fez cair aos prantos. Eu estava guardando aquele choro havia muito tempo. Eu não quero mais.
Me sinto suja.
Imunda.
-É minha culpa!- me debato e puxo meu cabelo. -É tudo minha culpa!- grito até sentir minha garganta doer. -Sai de perto de mim, Breno!
Ele fez o oposto. Se sentou e me abraçou enquanto eu o arranhava e tentava sair dos seus braços. Como um bebê que havia caido no chão, o Breno me balançava devagar, sussurrando que tudo ia ficar bem.
Mas esse machucado não ia sarar com um beijo.
Eu soluço minutos depois, um pouco mais calma.
Meus pesadelos voltaram.
-Está melhor?- ele pergunta, fazendo um cafuné na minha cabeça. -Vai ficar.- ele beija a minha testa.
Eu soluço outra vez. E outra. E outra.
-Eu tenho medo.
Sussurro quando o silêncio estava reinando no quarto.
-Eu tenho medo, Breno.- seguro com força sua mão.
-Eu também tenho medo.- ele suspira. -Se eu pudesse te fazer esquecer...
Me aconchego no seu peito.
-Você estava chorando e se debatendo.- ele se afasta de mim. -Peguei água pra você.
Ele ergue o copo e eu bebo a água em silêncio.
-Obrigada.- sussurro, com medo do Peter me ouvir.
O Breno sorri e põe o copo no lugar.
-Por que você não descansa?- ele se levanta e me acomoda na cama.
-Você vai embora?- sussurro e seguro a sua mão com força.
-Jamais.- ele sorri e sussurra de volta.
O Breno puxa a cadeira para o meu lado, se senta e me cobre. Ele faz um cafuné em mim e os seus olhos são a última coisa que eu lembro.
***
Acordei indisposta no outro dia. Desmarquei tudo e liberei a Tássia. Quis ficar o dia todo na cama.
Quando abri meus olhos, o Breno estava lá, cochilando. Ele perguntou se eu queria café, mas eu neguei.
Agora esta na hora do almoço e eu continuava intacta.
-Olá outra vez!- ele entra com uma bandeija e eu viro o lado.
-Não tô com fome.
-E quem disse que é pra você?
Eu me viro e o vejo com um garfo na boca. Rio e reviro os olhos.
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O Idiota do Meu Marido
ChickLitMelissa e Breno voltaram. Casados e com problemas que, para resolvê-los, precisarão apagar o passado porque só assim, o amor deles prevalecerá.