Retornar ao Brasil depois de anos é completamente estranho. Ainda mais para morar definitivamente.
O calor fora do aeroporto está algo absurdo e eu sinto uma imensa vontade de deixar as malas bem ali, entrar num carro e ir à praia.
Mas faço o contrário. Pego o celular e ligo para a Melissa.
-Alô?
-Oi. Onde você está?
-Em casa.
-Ok. Estou indo aí.
Desligo o celular e peço um táxi, lhe dizendo o meu destino.
Me sento e através da janela, tento me lembrar dos lugares que costumava passar antes de morar na Inglaterra.
Não fazem 30 minutos que cheguei e eu já quero voltar.
Minutos depois, devido ao engarrafamento, o motorista para o carro em frente a uma casa onde eu e ela contruímos o nosso amor. Onde tudo parecia fácil, onde tudo parecia eterno.
-Obrigado.- pago o taxista. -Fique com o troco.
Ele sorri e me ajuda a tirar as malas do veículo. Subo os pequenos degraus com as malas, ouço o taxista buzinar e bato na porta uma, duas, três, quatro vezes.
-Mas que droga, Melissa!- resmungo.
Dou um murro forte na porta e por pouco, não acerto o rosto dela.
-Que mau homor é esse, Breno?! Você está maluco?
Ela grita e eu percebo o seu cabelo molhado e o roupão. Ergue uma sobrancelha impecável e cruza os braços.
Ela sai morrendo de raiva e eu entro em casa batendo forte a porta.
-O seu quarto é o de visitas.- ela informa. -Quero ficar bem longe de você.- resmunga.
-É recíproco.- subo as escadas com as malas e fecho a porta do quarto, que estava impecável.
O cheiro estava bom, não tinha poeira. Pego uma toalha e vou pro banheiro tomar um banho. Saio de toalha e procuro alguma roupa confortável em uma das minhas malas.
Pego uma calça moletom, visto e pego uma mala para desfazê-la.
Graças a Deus, as roupas que eu trouxe estavam limpas. Abro o guarda-roupa e ergo as sobrancelhas quando eu vejo o terno que usei no dia casamento. Eu lembro que quando fomos para a Inglaterra, Melissa e eu decidimos combinar de mantermos o terno e o vestido de noiva dela nos guarda-roupas com objetivo e lembrarmos do quão lindo é a nossa história.
Ou pelo menos era.
Deixo o terno no lugar e resolvo ir pra fora do quarto pois um sentimento de saudade invadiu meu peito.
-Assim não dá.- eu esbarro nela. Literalmente.
-Não te vi.- reviro os olhos e saio do corredor.
Vou para a parte de trás da casa, onde havia grama e uma rede. Deito nela, fecho os olhos e me lembro que a gente deitava aqui pela noite, observávamos o céu e ficávamos agarradinhos, aos beijos.
Droga.
Será que cada lugar dessa casa vai lembrar dos nossos momentos?
-Breno?- abro os olhos. -Telefone pra você.- diz com uma cara fechada.
-Quem é?
-Não me interessa.- ela põe os óculos escuros no rosto. -Vou sair. Já que a casa está organizada, vou trazer minhas coisas do hotel para cá.
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O Idiota do Meu Marido
ChickLitMelissa e Breno voltaram. Casados e com problemas que, para resolvê-los, precisarão apagar o passado porque só assim, o amor deles prevalecerá.