Capítulo 44

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Fugir é pouco.

Eu estava querendo que o Breno esquecesse da minha existência.

Mas por causa da boca de trombone da minha mãe, o Breno sabe que eu estava bem. Mães são todas fofoqueiras.

Não estava encostando no celular havia algumas semanas. Nada sobre mim foi publicado desde então.
O que foi estranho, visto que o Jackson estava ganhando dinheiro em cima de notícias sobre mim.

Jackson.
Outra pessoa que eu queria que esquecesse da minha existência.

Estava cantarolando para o meu bebê na recepção de uma clínica quando uma jovem me chama. Ela sorri quando me reconhece e eu sorrio de volta.

-Olá, Melissa Cavalcantti! Como está nossa mamãe?- a doutora sorri na sala e eu fecho a porta.

Ignoro o fato dela ter usado o sobrenome Cavalcantti, tiro meu óculos escuro e lhe dou meu melhor sorriso.

-Estou bem.- respondo.

Ela conversa algumas coisas comigo, perguntando sobre alimentação, enjoos, rotina...

-E a última vez que fez uma ultrassonografia?

-Tem muito tempo, doutora.- sorrio sem graça.

-Melissa, a ultrassonografia é de extrema importância.- e aí ela começa a me dar uma dura, coisa que realmente eu estava precisando. -Bom, vamos?

Agora sim eu cheguei na parte que eu queria. Meu coração estava acelerado.

-Vamos descobrir o sexo?- me deito, levantando minha blusa.

-Sim!- ela sorri e passa um gel na minha barriga. Segundos depois, o coração do meu bebê se tornou a música mais linda da face da terra.

Meu coração parecia que estava sambando dentro do peito. Eu estava muito nervosa. Devo confessar que só fiz no máximo uma ultrassom. E eu estou grávida já tem meses!

Olho pra tela e não consigo não chorar em silêncio. Meu bebê. Meu maior sonho.

-Quando você fez sua última ultrassom mesmo?- a doutora pergunta.

-Tem muito tempo.- limpo a garganta e vejo seu cenho franzido. -Aconteceu alguma coisa?- meu coração dispara de forma ruim. -Tem algum problema?

-Depende do seu ponto de vista.- ela se aproxima mais da tela. -Você está grávida de gêmeos.

Eu engasgo.

-Melissa?- a doutora me senta e me ajuda a controlar a respiração. -Mantenha a calma.- ela segura minha mão.

-G-gêmeos?- me lembro da Débora. -Não pode ser, doutora!- me desespero.

Dava pra fugir do Breno com uma criança. Agora com duas?! Duas?!

-Sim. Deita aí.- obedeço. -Olha- aponta para a tela. -duas crianças.

-Santo Deus!- levo as mãos à boca. -Gêmeos?

-Sim.- ela aperta minha mão. -Um dos bebês é um garotinho.- ela sorri.

-E o outro bebê?- mordo o lábio inferior, segurando o choro.

-Uma menina!- ela me olha. -Parabéns, Melissa! É um casal!

***

Saio do táxi na frente do condomínio de casas onde meus pais moram. Coloco o óculos escuro no rosto e sigo, me mantendo atenta às pessoas.

O Idiota do Meu MaridoOnde histórias criam vida. Descubra agora