O Idiota do Meu Marido

Capítulo 53

Estou sentada na praça de alimentação do shopping esperando o Jackson.

Já tem algumas semanas que o Breno acabou descobrindo minha mentira e que eu perdoei o Peter. Desde então, ele está estranho, distante. Parei de ficar no apartamento dele e voltei a ficar com meus pais.

No dia da nossa consulta com a médica, minha pressão bastante estava alta e eu fiz milhares de exames. A doutora deu o diagnóstico de pré-eclâmpsia.

Que sorte eu tenho, não?

Aí ela me deu uma bronca de que era para ter acompanhado a gravidez melhor, enfim. Mas sinceramente? No início eu não engoli bem essa gravidez de gêmeos.

Jackson, quando me vê, sorri e fica sério logo depois.

-Que cara é essa?- ele se senta. -Foi a gravidez que fez isso com você?

-Sim. Meu rosto está um pouco inchado por causa da pré-eclâmpsia.

-Já pediu?- pergunta.

-Quero milkshake de morango e um hambúrguer. Pode escolher.- peço. -Já que o Breno não está, você faz minha vontade de grávida.

Ele estreita os olhos e vai pra fila do Mc'Donalds. Volta com os lanches e um milkshake de morango quinze minutos depois.

-E aí? Tá pagando o preço por ter me dado corno?- ele aponta pro meu rosto.

Eu fico séria enquanto mordo um pedaço do meu hambúrguer.

-Tô brincando!- ele ri e come seu hambúrguer.

-E você tá com a Verônica só pra saber dos podres dela?- ergo o canto do lábio e uma sobrancelha. -Tô brincando.- ironizo.

Me sinto à vontade para pegar as batatas fritas do Jackson, que me olha feio.

-Eu vim pra conversar. Não pra ficar brincando. Eu quero te perdoar.

-Eu não te pedi perdão.- ele me olha confuso e depois dá risada. -Eu também te perdoo, Mel.

-É, eu te devo essa. Ter ficado com o Breno me causou uma pré-eclâmpsia, pés e rosto inchados e uma gravidez de gêmeos. Será que com você seria diferente?- ele gargalha.

-Sinceramente eu não sei se você teria tanta sorte.- rio. -Não era para eu ter mentido. Digo, eu realmente ajudava na mecânica, mas não trabalhava lá de fato. Sou jornalista e trabalho numa revista.- dá de ombros. -Ter encontrado você foi pura sorte, estava pra ser demitido.

-E você não me agradeceu.- nós rimos.

-Aí achei uma forma de me aproximar de você e contar alguma fofoca sua, sei lá.

-Então aquela fofoca que "vazou" não foi a Thalita, né?- suspiro. -Uau, me sinto mal agora. Julguei sem saber...- sinto minha cabeça latejar.

-Pois é. Mas com o tempo eu percebi a mulher incrível que você é, Mel. Estava sempre enrolando meu chefe, inventando alguma desculpa, alguma fofoca besta...- suspira. -Até que você acabou descobrindo, né?

-Também não uma forma legal que você descobriu que não seria pai.- sorrio sem graça. -Estamos kits e nem nos esforçamos tanto, reparou?- ele sorri e eu pego mais batatinha.

-É. Aí eu tentei entrar em contato com você de todas as formas possíveis.- balança os ombros. -Estava num bar um dia e a Verônica apareceu. Aí a gente tá junto até hoje.

-Que bom.- sorrio. -Ela é melhor que eu?- sussurro e ele gargalha alto.

-Não sou capaz de opinar.- ele pisca. -E então? Que bomba é essa da pré-eclâmpsia?