Capítulo 25

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Demorei para acreditar que a Thalita Cavalcantti estava bem ali, como repórter.

Respiro fundo.

Com toda a certeza desse mundo foi ela.

Céus, a Thalita é uma serpente venenosa que quer me envergonhar ganhando dinheiro com isso.

O desfile acabou para mim naquele momento.

A Verônica olha na minha direção e ergue o canto do lábio. Meu Deus, ela estava impecável.

A Thalita olha na mesma direção que a Verônica, me encontra, ergue as sobrancelhas e sorri.

Entrega o microfone para o câmera e se aproxima de mim, animadíssima.

-Melissa!- para e abre os braços.

Faz a fina, Melissa.

-Thalita!- me levanto e lhe dou um abraço apertado.

A fina, não falsa.

-Céus! Não sabia que estavas de volta!- nos afastamos.

Afinal, senti sua falta.

-Sim!- ela ri. -Eu estava com saudades do Brasil, do Breno... De você...

-Ah, sério? Que graça.- aperto sua bochecha e forço um sorriso. -Bom, algumas pessoas importantes estão chegando. Acho melhor você ir até lá.- aponto.

Ela olha para trás e volta pra mim sorrindo.

-Tudo bem, você tem razão.- ela me abraça novamente. -É muito bom te ver, Mel. De verdade.- nos afastamos. -A gente podia marcar alguma coisa, né?

-Isso. A gente marca. Você pode me ligar.

-Ok. Ah, você vai para a festa beneficente do Breno? A ONG deve vai propor uma campanha de adoção e tal. Vou cobrir o evento.

-Ah é? Não sabia que as TVs têm o costume de sair gravando coisas aleatórias.- rio sem humor.

-Eu tenho alguns contatos.- ela pisca. -Eu vou te ligar, Melzinha. Aí marcamos direitinho.

-Ligue mesmo.- forço um sorriso e ela sai de perto, me deixando respirar um ar livre.

Me sento novamente e as luzes são diminuidas. O desfile iria começar, finalmente.

-Olá Melissa.- a Verônica ergue a mão ao sentar na cadeira.

-Oi, Verônica.- aperto sua mão e resolvo dar atenção total.

***

Graças a Deus o desfile foi interessante. As peças desse ano feitas pela Martinni superaram as do ano passado. Ainda bem, porque o desfile que ela fez anteriormente, foi um saco.

No dia caiu um toró e pouquíssimas pessoas foram.

Assim que tranco a porta do meu apartamento, jogo os saltos num canto e acendo as luzes. Na cozinha americana tinha uma agenda cor de rosa com um M enorme na cor dourada bem no centro dela.
Abro a agenda na data de hoje (já que passa da meia noite) e verifico o que tenho para fazer. Bom, vou desfilar na passarela do Amaru&Marccus. Merda. Tinha esquecido.

Tiro a maquiagem e o vestido. Jogo meu cabelo de um lado ao outro e me jogo na cama. Meus pés latejavam e eu só queria ter uma bela noite de sono.

Bom, mas não foi isso que tive.

Às duas e quinze da madrugada, meu celular toca. Era o meu pai. Ah merda, ouvir lera nessa hora da madrugada?!

-Pai.- me sento e ligo o abajur. -Eu não estou com paciência. O senhor não pode encher meu saco em, sei lá, umas oito horas?

O Idiota do Meu MaridoOnde histórias criam vida. Descubra agora