Capítulo 9

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Eu nunca dormi tão bem quanto dormi essa noite. E ao lembrar de tudo, foi impossível não sorrir. Parecia que aquela tinha sido nossa primeira vez.

Abro os olhos e sinto a claridade no meu rosto. Mas não foi do sol.

Foi do sorriso do Breno mesmo.

-E aí?- pergunta.

-Oi.- sorrio grande.

-Oi.- ele retribui. -O seu celular não parou de tocar.

-Sério?- me sento e me cubro com o lençol, puxando meu celular. -Já já eu retorno a ligação.- me viro pra ele. -Café?

-Não.- ele se levanta. -Eu vou dar uma corrida.- sorri. -Acho que de lá já vou fechar o contrato com o dono da clínica.- sorrio grande.

-Que bom, Breno! Estou muito feliz.- sorrio.

-Eu também.- ele sorri. -Mesmo depois de tudo o que passamos fora, essa noite foi bem legal.

-O que aconteceu na Inglaterra, ficou lá. Foi por isso que voltamos, lembra?

-Sim.- suspira. -Eu lembro. Mas foi um martírio, não acha?- balanço a cabeça. -Já vou indo. Tenha um bom dia.

-Feche um bom negócio.- sorrio e ele acena, saindo do quarto e fechando a porta.

Eu a tranco e começo a pular pelo quarto por tamanha felicidade. Pulo na cama, no chão, dou cambalhotas... Havia espalhado coisas nossas pela casa. Com certeza o Breno se lembrou de algo.

Pego novamente meu celular e ligo para a Lucy.

-Luciana, florzinha! Você não sabe! Eu estou aqui totalmente sem roupas deitada na cama!- rio e ela grita. Muito.

-Mentira?! Eu não tô crendo!

-Sim, Lucy!- me levanto. -E foi tudo tão rápido...- coloco a unha entre os lábios, me olhando no espelho.

-E como foi?

-Incrível!- rodopio. -O Breno melhorou a pegada dele!- a gente ri.

-Também né? Fazia tempos que vocês não transavam.

-Soa tão ruim quando se fala em voz alta!- ela ri. -Olha, eu tenho que te contar uma coisa.- me sento na cama.

-Xiii! Pelo tom da voz já vi que a coisa é feia. O que foi? Por que ficou tensa?

-Eu aluguei um carro aqui no Brasil. O motor parou de funcionar e por sorte ele quebrou de frente para uma mecânica.

-E o que tem de ruim nisso?

-Calma.- suspiro. -O rapaz que me atendeu é a cara dele. Do Peter.

-Já entendi o motivo da tensão. Olha Melzinha, esse Peter vem te atormentando faz anos em sonhos. Você deixou essa sensação aqui, lembra? Só pensamentos bons e novos foram aí para o Brasil.

-Eu sei, Lucy. Mas foi aqui no Brasil que tudo aconteceu. Todo meu sofrimento e toda a minha dor está aqui dentro ainda. E sempre que eu lembro o motivo do meu casamento estar assim, eu choro.- fungo. -Eu acabei com meu casamento. Me afundei no passado, deixei o fantasma do Peter me assombrar.

-Ah não, Mel! Olha, para de pensar nisso! O Peter não pode te fazer mal e você não foi a culpada de nada. Pensa na noite fabulosa que você teve com o cara que acabou de te reconquistar. E olha que você nem se esforçou tanto!- rio. -Põe um sorriso no rosto e vai investir no Breno.

-Tudo bem.- suspiro.

-Tenho que ir! Muita sorte!

-Obrigada!- sorrio e desligo a ligação.

O Idiota do Meu MaridoOnde histórias criam vida. Descubra agora