Capítulo 55

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Arthur e Antonella estão fazendo um mês hoje.

Eles ficaram esse mês inteiro na UTI e quando fui liberada, o hospital foi minha segunda casa. Não desgrudei de nenhum dos dois em nenhum momento.

Assim que o Felipe abre a porta do apartamento do Breno, damos de cara com todos da nossa família-amigos gesticulando com os lábios a palavra "surpresa!", sem emitir um único som.

A doida da Lucy tinha um bastão na mão e fingiu estourar, sendo seguida pelo Victor, que jogava papel picotado para cima.

Olhei para o Victor e para a Lucy com vontade de dizer "vocês dois são idiotas", mas apenas sorri grande.

Casa.
Finalmente estamos em casa.

Entro bem devagar no apartamento, com o Breno logo atrás.
Eu com o Arthur e ele com a Antonella.

-O que é isso tudo?- pergunto sorrindo e olhando ao redor.

-Eu disse que você estava grávida de gêmeos!- Débora se aproxima e eu ergo as sobrancelhas, lhe dando um beijo na bochecha e um abraço de lado.

-Você veio!- rio.

Procurei por ela depois do parto e mantivemos contato desde então. Viramos, de fato, amigas.

-Ele tem seu nariz.- eu dou língua para o Breno.

Na sala, a decoração estava nas cores de arco-íris, com cartazes, balões, comida...

-Festa de boas vindas aos gêmeos Cavalcantti Füller!- Thalita cantarola empolgada e se aproxima do irmão, fazendo biquinho para a sobrinha.

-Nós decidimos organizar essa festa para vocês.- Ammy sorri. -Festa arco-íris. Esperança depois da tempestade.

-Esses bebês são especiais para nós.- Tássia se aproxima de mim. -São bebês arco-íris. Um dos dois teve a sorte de retornar para vocês, já que da primeira vez não deu certo.- ela sorri. -Lembra do que eu te disse uma vez? Dois bebês para recompensar a morte do primeiro.

Sinto um vontade forte de chorar.

-Foi um mês intenso.- Lucy diz e se aproxima de mim, passando álcool gel nas mãos e pegando o Arthur nos braços logo em seguida. -Então nós preparamos o enxoval completo dos gêmeos.- ela sorri para o bebê. -Vocês estavam na correria, indo e vindo do hospital que nem perceberam.- ela se afasta e eu faço careta.

O Arthur faz falta em meus braços. Eu olho para o Breno e depois olho para a Maria. Ele me lança um olhar de "nem vem!", me fazendo bufar.

-Nós desejamos que vocês quatro sejam muito felizes!- minha mãe se aproxima. -Depois de tudo o que passaram juntos... Desde muitos anos atrás.

Olho para o Breno, que sorria grande para mim. Então, o tempo congela.

Lembrei de quando minha bisa avó faleceu.

Ele estava lá por mim.

Lembrei de quando eu quase fui atropelada.

Ele estava lá por mim.

Lembrei das vezes que ri.

Ele estava lá por mim.

Lembrei de quando minha vida virou uma bagunça.

Ele estava lá.

O mais incrível no Breno é a capacidade de se fazer presente mesmo não estando presente.

Quando o Peter me estuprou, anos atrás, me senti a pessoa mais imunda da terra. Tomava banho diversas vezes, evitava sair de casa, tinha pesadelos... Mas o Breno insistiu em mim. Insistiu em me amar.

O Idiota do Meu MaridoOnde histórias criam vida. Descubra agora