O obscuro parte 1

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Helena se sentia igual aquelas bailarinas de caixinha de música

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Helena se sentia igual aquelas bailarinas de caixinha de música. Loryk a conduzia pelo salão com destreza e elegância. Não queria dar o braço à torce, mas ele tinha razão em se gabar. Era o condutor perfeito, em nenhum momento se sentiu insegura ao rodopiar pelo salão em movimentos elaborados próprios da valsa. Os outros casais rodavam em volta deles em um festival de cores é brilho, em dado momento que Loryk à girou, ela se deparou com uma figura masculina parada em uma das portas de vidro duplas que dava para o jardim.

Ele estava parado de forma displicente, sozinho. Tinha na mão uma taça de vinho, o rosto era encoberto por uma máscara negra com detalhe prateado. Olhava fixamente para ela, foi tomada por um estranho sentimento de repulsa. Saiu do transe do olhar dele quando Loryk a chamou.

- O quê? - Perguntou enquanto o Regente a olhava intrigado.

- O que houve? - Perguntou Loryk seguindo seu olhar, parando de dança.

- Nada, tinha um tipo estranho me encarando. - Explicou ele sem entender por que isso a incomodou tanto.

- Todos os homens dessa festa estão olhando para você.

- Esse era estranho... não sei explicar, tive vontade de atacá-lo.

O Lobo a olhou atentamente por uns segundos, depois pegou sua mão a conduzindo para longe da pista de dança dizendo:

- Venha, está precisando de um vinho para relaxar. - Falou enquanto pegava duas taças de vinho de um criado que passava perto deles.

Helena bebeu o vinho saboreando seu gosto adocicado. As bebidas eram servidas em taças de cristais ornadas com prata e ouro. Ela ainda conseguia se espantar com o luxo e a riqueza dos palácios, tudo era tão diferente da vida simples que levava. Tinha uma vida relativamente boa em São Paulo, o apartamento em que morava era pequeno e aconchegante. Trabalhava duro meio período em uma loja do Shopping, e estudava muito para dar conta da faculdade de administração.

Junto com sua amiga Maria, conseguiram sair das ruas de São Paulo para uma entrar em uma faculdade publicar e se estabilizar em uma das Metrópoles mais competitivas do mundo. Chegaram na cidade carregando uma mochila velha e contado moedas para compra salgados frios e gordurosos, dando graças a Deus por pelo menos conseguir aquilo.

Sentiu um nó na garganta ao se lembrar dos dias difíceis, andando pela rua, dormindo em prédios abandonados e fugindo de tarados, traficantes e da polícia. A rua é um lugar difícil de sobreviver para duas garotas de 15 anos. Foi graça a esperteza de sua amiga, junto com suas habilidades que elas conseguiram sair das ruas. Não era uma vida ruim, comparada o que elas tinham antes, mas isso aqui, com certeza, era um patamar muito mais elevado.

Gostaria que Maria estivesse aqui, ela iria aproveitar bem mais desse luxo que ela. Tinha passado tanto tempo contendo suas emoções que não conseguia ter o mesmo entusiasmo que pessoas normais teriam diante de todo esse esplendor. Emoções era sempre algo tão estranho para ela, geralmente precisava de um bom tempo para se senti à vontade com alguém.

Senhora dos Corvos, Terra da Luz e SombraOnde histórias criam vida. Descubra agora