Bayron observava o burburinho a sua volta com certa impaciência. A sala de reunião era ampla e bem arejada com janelas de vidros altos tomando boa parte da parede. Do lado de fora podia-se ter uma boa visão do jardim da frente do Palácio e ao longe os telhados das primeiras casas da cidade com seus tons ocres nas telhas de barro. Ele gostava dessa visão, por isso escolheu a sala para fazer suas reuniões com os seus comandados.
Dava a sensação de que podia ver tudo e vigiar a cidade apenas ao observá-la de longe através das janelas. Os únicos móveis na sala eram os sofás no canto e a mesa redonda com seis cadeiras de patamar alto em volta. Cada uma com os símbolos das Casa Reais, o Leão, a Águia, o Touro, o Lince, o Tigre Branco e o Urso.
Por um breve momento ficou imaginando agarrar todos pelo pescoço e arremessar pela janela, se calculasse bem a distância poderia fazer eles passarem por cima da ponte até o outro lado do rio. Aquele pensamento fez surgir um sorriso travesso no canto da boca. Seria uma boa maneira de acabar com aquela reunião que só estava lhe dando dor de cabeça e que pelo jeito tinha tendência a piorar.
A voz Toryk o trouxe de volta de seus devaneios. Ele olhou para o rosto colérico do Senhor da Casa do Touro, ele usava sua armadura de prata o brasão do Touro reluzindo em ouro puro no peito. Por um momento Bayron ponderou se ele tinha vindo vestido daquele modo pronto para uma possível luta ou se saiu do campo de batalha direto para o Reino da Luz.
Foi informado assim que chegou que o exército dele estava nas fronteiras do Lobo tentando invadir pelas montanhas. Embora não tenha ordenado qualquer invasão ao Reino do Regente das Sombras. Resolveu não interferir por saber que o Lobo saberia por ele para correr com o rabo entre as pernas.
— Não posso fazer o quer?
— Trazer o inimigo para dentro do castelo e colocar em risco a segurança da cidade.
— Agradeço sua preocupação com a segurança da minha cidade Toryk, mas ela está bem resguardada, garanto. Quanto a sua preocupação com o inimigo, ele também está sob controle. — respondeu com um sorriso maroto. - Embora entenda a preocupação de todos, a lei me garante o direito de trazer prisioneiros para o castelo.
— Tal lei não existe, todos sabemos que o destino dos prisioneiros de guerra é a Torre dos Esquecidos ou a morte. — insistiu Toryk.
Bayron pega um livro grosso de capa preta com nenhum nome além de um símbolo dourado em forma de duas asas abertas. O empurra por sobre a mesa na direção do Touro que pega desconfiado.
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Senhora dos Corvos, Terra da Luz e Sombra
FantasyQuando Helena entrou em uma carruagem conduzida por um estranho ser místico de reluzente pele negra e tatuagens douradas não teve nenhum receio ou surpresa, pois já esperava por ele desde os seus 10 anos. Há muito tempo tinha conhecimento de um mun...