Quando Helena entrou em uma carruagem conduzida por um estranho ser místico de reluzente pele negra e tatuagens douradas não teve nenhum receio ou surpresa, pois já esperava por ele desde os seus 10 anos.
Há muito tempo tinha conhecimento de um mun...
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A madrugada se aproximava do acampamento e o silêncio tomava todo o Vale. O barulho da guerra se foi, deixando a calmaria para trás. Assim como a tempestade deixa suas destruições e inquietação, depois que passa, deixou além dos feridos uma Rainha inquieta. Desde que voltou da conversa com o Rei Leão não conseguia descansar, Mera ajudou a cuidar de seu rosto. Após um longo banho até que chegou a se sentir melhor. Mas o sono não veio, a conversa que tiveram martelando em sua cabeça.
Foi estúpida com ele, mas era uma parte de sua personalidade que não conseguia controlar. Ele sempre ficava perto demais e isso a deixava inquieta quando voltasse para o seu Reinado podia mandar baús de ouro para pagar o artefato mágico.
Mas era bem provável que ele fosse mil vezes mais rico que ela com um cofre cheio de ouro igual aquele conto dos 40 ladrões. Ficou se revirando na cama, olhando as sombras que se refletiam no teto ocasionando pelo tremular das labaredas dos castiçais. Estava sozinha na tenda, Mera, estava ajudando a cuidar dos feridos. Fechou os olhos tentando escutar o silêncio, talvez assim o sono viesse. Podia ouvir nitidamente o som do vento agitando a tenda, havia também outra coisa.
Tentou se concentrar mais naquele outro som, de uma hora para outra, foi como se todos os sons tivessem sidos retirados. Assustou-se com aquilo, não sabia que era capaz de fazer isso. Era um novo tipo de poder? Queria compreender esse novo dom, porém, o som no qual estava escutando foi aumentando.
Eram pisadas, fortes demais para ser humana, disso ela tinha certeza. Porque a cada pisada o som se propagava pelo chão chegando até ela em forma de ondas sonoras, era um dom tão preciso que podia distinguir que a criatura tinha quatro pernas. Era um animal? Estava tão encantada com aquela nova descoberta que só se deu conta que a coisa estava dentro de sua tenda, tarde demais. O pisar forte vinha em direção a cama, procurou manter a calma continuando com os olhos fechados.
Arrastou o punhal que mantinha embaixo do travesseiro bem lentamente, sentando para se defender do invasor. Estava preparada para ver um animal, que pensou ter vindo da selva que os cercavam, atraído pelo barulho e cheiro de comida do acampamento. Não para aquela criatura gigantesca que se prostrou na sua frente. Era o grande leão, a imensa cabeça peluda tombou levemente para o lado a observando com uma expressão de curiosidade.
Pega de supressa, Helena deu um grito, e saiu deslizando para trás, acabando caindo da cama. Ficou lá no chão se recuperando do susto, ouviu as passadas do animal enquanto ele se movimentava dando a volta na cama aparecendo em seu campo de visão. Ficou observando-a, não lhe pareceu que tinha qualquer intenção de atacar, talvez fosse impressão sua, mas o animal parecia estar se divertindo com seu olhar espantado.
