Desejos

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Bayron estava ansioso, andando de um lado para o outro. O banho que tomou na tentativa de se acalmar de nada adiantou, muito pelo contrário o deixou mais inquieto. O tempo se arrastava de uma forma tão lenta que parecia conspirar contra sua ansiedade.


O maior medo que tinha no momento era que ela resolvesse ir embora. Agora que ganhou o poder do Corvo, já não necessitava de proteção ou abrigo, poderia decidir ficar por conta própria. A simples ideia de não poder ver ela, lhe causava uma grande angústia. Por isso se encontrava naquele estado, andando de um lado para outro tentando imaginar uma boa forma de convencê-la a continuar com ele rumo à terra da Luz.


Tinha total consciência do quanto era perigoso ainda dela para o covil do inimigo, mas ao mesmo tempo não via outra escolha. Estava foragida do Reino do Lobo, e não tinha como viver no mundo dos humanos. Assim que a notícia fosse espalhada chegando à corte da Luz, os Reis começariam a caçada.


Já tinha um plano traçado para manter ela no Reino sem que houvesse motivos para uma batalha. No entanto, sabia que isso não iria durar muito, mas tudo que ele necessitava era de um pouco tempo para organizar sua retirada. Se fosse necessário abdicar do trono, ele faria sem hesitar. Tinha noção de quanto isso seria uma loucura, mas ao escolher ficar com ela já sabia de todos os riscos e consequências que teria que arcar.


Sua escolha ia além do amor que sentia por ela. É claro que a amava, jamais sentiu por nenhuma mulher o que sentia por ela. Helena não apenas preencheu seu coração com aquele sentimento terno que lhe aquecia a alma e o corpo todas as vezes que pensava nela, ela tirou a solidão que lhe corroía a alma. Era um soberano amado pelo seu povo, temido pelos seus inimigos. Mas carregava com sigo, a solidão. Viver por tantos anos era exaustivo, e algumas vezes agoniante.


Perdeu cedo as pessoas que mais amava, seus amados pais. Foi um filho amado, podia fechar os olhos e ainda sentia o calor aconchegante dos braços de sua mãe o envolvendo. Sua voz suave o chamando de "meu grande menino". Seu pai foi um grande homem, era justo amável e viveu para fazer sua família feliz, e principalmente protegê -lo dos desmandos da corte real. Nascer um Rei de uma casa real era carga pesada para uma criança. Havia os treinos e as obrigações, além do fato de que nasceu com a anomalia como costumavam dizer os anciãos. Por muitas vezes viu seu pai brigar com o Conselho Real para protegê-lo dos abusos. Teve sorte, coisa que a maioria dos príncipes não tiveram.


A morte deles foi um duro momento que passou. Nessa época já era coroado, tinha que se portar como um rei. Forte e impotente, embora que por dentro estivesse destruído. Tinha tudo o que queria ao alcance de suas mãos, riqueza mulheres, e milhares de pessoas o bajulando. Mas isso não lhe tirava a sensação de solidão que lhe devorava a alma. Era somente com os pais que ele tinha liberdade de dizer o que sentia é ser quem realmente era, com a morte deles, ficou sozinho virou o Senhor dos Leões o Regente das Terras da Luz.

Senhora dos Corvos, Terra da Luz e SombraOnde histórias criam vida. Descubra agora