Uma lenda sombria

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— Pessoas moravam aqui? — perguntou ela ao passar por uma antiga construção

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— Pessoas moravam aqui? — perguntou ela ao passar por uma antiga construção.

Era uma casa tomada por vegetação, toda a parede do lado estava caída e uma gigantesca teia de aranha tomava boa parte dela. Helena pensou que tal trabalho iria precisar de muitas aranhas, e ela não gostava de insetos principalmente em grandes quantidades.

Já era a terceira ilha por onde eles passavam, ela soube por seu companheiro de viagem que as pontes foram construídas por visitantes como eles, que caíram neste mundo por acidente. Já a casa parecia estar neste lugar há muito mais tempo.

— Não conhece a lenda do mundo flutuante? — perguntou ele sem olhar para trás.

Helena observou seus ombros largos e o reflexo da luz do meio dia que fazia o cabelo dourado dele brilhar tanto quanto a luz do sol. O cabelo dele tinha aspecto sedoso e brilhante que o fazia parecer modelo de comercial de shampoo.

A pele era bem cuidada, as roupas de bons tecidos e podia ser considerada limpa em consideração a outros guerreiros que ela já tinha visto. Assim como Hiorik, o guerreiro loiro deve ter nascido na nobreza. Talvez um lorde ou um príncipe sem direito ao trono servindo em alguma Casa Real dos Reis dos Deuses.

A questão era, de que lado ele estava? Talvez fosse melhor nem saber, lutar com ele era algo que não estava em seus planos precisava dele para sair desse labirinto sem fim. O guerreiro era uma companhia um tanto quanto enigmática, parecia ter tantos segredos quanto ela. Não fez questão de se apresentar e não gostava de conversar.

Não que Helena fosse o tipo tagarela, se considerava até bem pouco comunicativa. Mas ele era bem menos, tinha percebido que essa singularidade se devia mais pelo fato dele esquecer que ela estava ali.

Ela falava depois de longos momentos de caminhada silenciosa e ele olhava para trás com aqueles olhos de um azul suave a sobrancelha levemente erguida e um ar especulativo como se perguntasse, quem é você?.

Depois, parecia lembrar de sua presença. Helena, que estava acostumada a ser chamada de esquisita, mas achou alguém com manias bem mais estranhas que as delas.

—Esse mundo já foi igual aos outros.— comentou ele. — Era governado por um poderoso Rei. Ele se apaixonou por uma linda jovem de um vilarejo distante enquanto fazia uma caçada. Encantado por ela, mandou seus servos a trazerem para o palácio para se tornar sua concubina.

Naquele momento eles estavam passando por um campo de folhas verdes altas que davam na cintura. No fim do talo, uma flor de um tom rosa se abriu com lindas pétalas matizadas de dourado. Helena levou a mão para tocá-la, pareciam aveludadas e macias. O guerreiro bateu em sua mão dizendo:

—A beleza pode ser perigosa.

Ele bateu na flor com um pedaço de graveto e ela se fechou em volta criando espinhos.

Senhora dos Corvos, Terra da Luz e SombraOnde histórias criam vida. Descubra agora