Quando Helena entrou em uma carruagem conduzida por um estranho ser místico de reluzente pele negra e tatuagens douradas não teve nenhum receio ou surpresa, pois já esperava por ele desde os seus 10 anos.
Há muito tempo tinha conhecimento de um mun...
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Helena jogou os temperos na panela e o pequeno apartamento ficou impregnado com o cheiro de alho e cebola. Ao fundo, o som da TV exibia o seriado na Netflix qualquer que ela simplesmente colocou para fazer som.
A cena de sua curta aventura no mundo paralelo enchendo sua cabeça de perguntas que ela tinha certeza de que não teriam respostas. Pois vinha procurando por elas desde que tinha dez anos e os fenômenos sobrenaturais começaram.
Olhou para a janela observando o sereno deixar o vidro embaçado. O tempo continuava nublado e carregado de nuvens escuras, vez por outra um relâmpago cortava o céu de uma ponta a outra.
Procurou na gaveta de comida a ração do gato e foi atrás da tigela que ficava na área de serviço. Colocou a ração, mudou a água embora ainda estivesse pela metade e pensou se a criaturinha ficaria bem no meio daquele aguaceiro. Se tinha uma coisa que o Leon não suportava era ficar preso, ele fugia não importava o que elas fizessem, então pararam de tentar e deixaram ele ir e vir quando queria.
Maria dizia que ele devia ter duas famílias e que elas provavelmente deviam ser a segunda escolha.
— Meu Deus! O mundo parece que está desabando lá fora. — Reclamou uma voz a tirando de seu devaneio.
A garota entrou no apartamento jogando a bolsa e os sapatos molhados no canto da porta e retirando um grosso casaco de couro.
— Eu amo essa cidade, mas vou te contar que nos dias de chuva eu queria estar bem longe daqui.
Helena olhou para a amiga que estava encharcada falando:
— Tome um banho bem quente, estou terminando a janta e trouxe vinho. —Falou mostrando a garrafa de vinho preferido delas.
Maria a olhou com seus olhos castanhos brilhando, atravessou a sala lhe dando um abraço.
—Você adivinhou que eu estava precisando de uma boa dose de álcool.
Helena estremeceu ao toque da amiga, ela estava gelada e a lembrou do toque da mulher morta.
— Desculpe, me esqueci que estou ensopada. Vou tomar banho e já volto. Cadê o Leon?— falou a garota indo rumo ao quarto.
— Ainda não apareceu. Deve estar na segunda casa dele. — respondeu Helena.
Helena terminou de preparar o jantar e ficou esperando Maria voltar olhando para o clima agitado do lado de fora.
— Você está mais calada do que de costume. Não que seja uma tagarela, mas hoje parece que está em outro mundo. — Comentou Maria enquanto tomava o último vestígio de vinho no copo e se servia demais.
— E você está bebendo além da conta. —retrucou Helena.
Maria tinha tomado quatro taças de vinho enquanto Helena ainda estava no começo do segundo copo.
