Quando Helena entrou em uma carruagem conduzida por um estranho ser místico de reluzente pele negra e tatuagens douradas não teve nenhum receio ou surpresa, pois já esperava por ele desde os seus 10 anos.
Há muito tempo tinha conhecimento de um mun...
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Gabriel pousou no chão da caverna e observou o estranho grupo a sua volta. Quem poderia imaginar semelhante união entre Sombrios e Seres da Luz? pensou analisado os rostos de cada um deles, estavam cansados e quebrados, mas a forma como eles se posicionaram protegendo um ao outro demonstravam como o laço estavam se fortificando a cada dia.
Heylla se aproximou dele com passos vacilantes, fixou seu olhar nela. A pele dela estava mais pálida que o normal, deduziu que devia ser por conta da perda de sangue. Analisou o ferimento que ela tinha no ombro percebendo que estava quase totalmente cicatrizado, a habilidade de Bayron em manipular o poder de seus adversários era algo impressionante.
Ele podia partilhar o poder com outros, e dividir o seu colocando-os em receptáculos. Um dom que o Leão tinha mantido em segredo, o Mestre que comandava a Casa dos Leões, vinha vigiando de perto seu escolhido, ele não apenas sabia como vinha ajudando Bayron a aprimorar essa habilidade sem que o mesmo soubesse. Os Mestres das Casas dos Animais eram muito bons em se manter ocultos guiando seus escolhidos sem que eles sequer percebessem.
O Arcanjo havia se beneficiado disso quando ocorreu a aliança entre eles. Por isso, Gabriel tinha conhecimento dessa habilidade do Bayron. E como vinha vigiando sua filha há um bom tempo cuidando para que ela chegasse viva até este mundo, presenciou quando o leão fez a primeira transferência de poder para ela na tenda, após a batalha deles. Agora que aliança entre Sombras e Luz tinha se concretizado na forma de Bayron e Heylla, chegava o momento de eles irem para a próxima fase.
Manter todos vivos até alcançarem o objetivo, era crucial para vencerem essa batalha. Retirou das costas a espada celestial que pegou do outro Arcanjo. Em sua lâmina ainda havia resquício do sangue do ser celestial que não mais existia. Heylla parou ao vê-lo retirar a espada, o olhar demonstrando certo receio com o gesto dele. Gabriel segurou a espada com as duas mãos a erguendo lentamente em direção a ela dizendo:
— Não tema minha criança, jamais lhe faria mal.
— Como posso acreditar em um ser que durante milênios têm gerado filhas para morrer?
— Entendo sua revolta. Acredite, jamais foi meu desejo me tornar pai de tantas crianças condenadas a mortes. Fui amaldiçoado com esse destino, não o escolhi da mesma forma que você não escolheu o seu. Mas podemos mudar o destino dos próximos que estão por vim.
Heylla o olhou confusa, quem seriam esses próximos de quem ele falava? Olhou para trás para seus companheiros de batalhas. Bayron, Hiorik e os outros. Eles iriam morrer e uma nova geração sucederia a eles?
— A espada é para você. Vai precisar dela quando os meus irmãos começarem a descer dos céus. Uma nova guerra estar se iniciando nesse momento, o céu irá tremer, sangue e fogo cairá sobre essas terras e outros mundos. A batalha final estar próxima e será vocês, jovens guerreiros, que decidiram a vitória.
Heylla pegou a espada que ele lhe oferecia colocando nas costas.
