Prólogo.

10.3K 629 285
                                    

- Eu não quero essa criança.

A mulher disse segurando a recém-nascida em seu colo. Sua pequena filha.

- Como não? - respondeu o pai, perturbado.

Os dois ficaram ali, se encarando. Sem saber o que fazer com a menina que sequer havia recebido um nome.

- Eu não posso - ela voltou a dizer. - essa criança acabou com minha vida.

Ele elevou sua voz:

- Ela não fez nada. Ela é só um bebê. Você sabia o que estava fazendo Barbara, e sabia das consequências que poderia ter.

Barbara apenas riu da fala do amante.

- Essa menina acabou com meu casamento, Choi - acusou ela. - Henry me deixou quando soube da gravidez e levou meu filho com ele...

Choi a interrompeu.

- O filho também é dele. E você o traiu. - a lembrou.

- O filho é meu. Eu o carreguei por nove meses.

-Você é louca.

Barbara sabia onde tudo aquilo ia dar, já haviam discutido sobre o futuro da criança antes mesmo dela nascer, e teria continuado a discussão, se não estivesse cansada demais para isso. Estava tentando achar uma forma de se livrar do peso de ter outro filho, e ainda sair em vantagem.

- Posso ficar com a menina, mas com uma condição. - disse ela.

- O que você quer? - perguntou Choi.

- A THSM. - começou ela. - Eu quero ser dona da THSM.

Choi riu, mas não porque achava a situação engraçada, mas sim porque achava um absurdo.

- Não pode me pedir isso. - disse ele descrente.

- Então fique com ela e a crie. - rebateu Barbara.

Mas ele não podia, afinal, também era casado. Olhando para o bebê a sua frente, se desculpou silenciosamente por tudo. Tudo o que fez, tudo o que estava fazendo e pelo que jamais poderia fazer. Mas principalmente, se desculpou por abandona-la. Nunca a esqueceria, e faria de tudo para dar a ela uma boa vida. Mesmo que de longe.

"De longe", pensou ele.

Arquitetou um plano rapidamente em sua cabeça, ainda olhando para a filha, e concluiu que iria ser um pai para ela, um pai a distância. Isso, é claro, se o plano funcionasse.

-Sabe que não posso cuidar dela. - disse enfim. - E não vou te dar minha empresa.

- Ótimo. Então a bebê vai ser uma menininha abandonada. - disse ela com cinismo, que causou repulsa em Choi.

Ele sabia que era arriscado, e que se Henry dissesse não, o futuro de sua filha iria por água a baixo.

- Não se preocupe. Minha filha não vai se tornar amargurada como você.

A afirmação dele só fez com que Barbara desconfiasse do mesmo. Sabia que tinha algo em mente, e iria impedir.

- O que você pensa que vai fazer?

- Vou cuidar da minha filha. - disse ele, com um sorriso de lado. - Não vou abandona-la.

- O QUE VOCÊ PENSA QUE VAI FAZER? - Barbara repetiu sua pergunta, gritando.

O homem olhou pelo que seria a última vez para sua filha, virou e saiu, se perguntando como pôde ter deixado as coisas chegarem a tal ponto. Como pôde ter um dia pensado em desistir de tudo por uma louca que nem sequer pensou que lhe causaria tantos problemas. Pensou no arrependimento que estava consumindo seu cosciente naquele momento, não estava arrependido de sua filha, mas sim da forma como ela fora concebida.

- Não importa mais. - disse para si mesmo. - Vou cuidar e ama-lá, mesmo que ela não saiba disso. Vou cuidar de você, minha pequena Alicia.

Diamond 》Park Chanyeol 《 Onde histórias criam vida. Descubra agora