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Depois de quatro dias sendo cuidada e mimada como uma boneca, Alicia voltou para casa com certa relutância. O diretor do hospital tinha dito à ela para ficar o resto da semana em casa, descansando, depois de dar um baita sermão na inglesa.

Ela ouviu ele falar por telefone por extatos 7 minutos sobre como ela tinha sido corajosa e imprudente. Alicia sabia que o hospital iria repreende-la pelo fato de ter feito uma cirurgia sem permissão do hospital ou da família da vítima, ainda mais de uma área que não era a dela. Achava até que o diretor tinha sido brando ao chamá-la apenas de impulsiva e a afastado por uma semana.

Madison tinha arrumado a casa para a volta de Alicia, e ela estava se sentindo uma pessoa que venceu uma doença terminal. Não estava entendendo todo aquele drama por conta de um simples desmaio de exaustão.

- Eu já conversei com seu pai e com seu irmão. - Madison a informou. - Mas seria bom se você ligasse pra eles, eles ficaram preocupados.

- Eu vou, obrigada.

Alicia se sentou na cama, estranhando um pouco. Tinha se acostumado a dormir na cama de Chanyeol, sentindo o cheiro dele nos lençóis. Olhou para a mesa, que ainda estava uma bagunça por conta da papelada espalhada. A médica tinha estado tão ocupada, que tinha se esquecido do seu objetivo de estar na Coreia.

Estava cansada de andar em círculos, e queria realmente desistir de tudo. Tinha começado toda aquela bagunça por causa de um ressentimento infantil. Quase conseguia ouvir a voz de Henry dizendo que isso não iria levá-la a nada, mas tinha escolhido pagar para ver. E estava completamente arrependida.

Depois de tomar um longo banho, Alicia vestiu um pijama confortável e ligou para o pai. Explicou para ele tudo o que tinha acontecido e se surpreendeu em não ter chorado. Talvez fosse a segurando que o senhor de cabelos grisalhos passava para ela, mesmo por uma tela. Eles conversaram sobre o que estavam fazendo, Henry disse que estava tendo dificuldades por não ter ajuda da filha na computação.

Alicia pediu para que ele falasse com Eric por ela, tinha tentado antes mas ele não havia atendido o telefone. Quando desligou a ligação, ela desceu para a cozinha, estava com fome e com preguiça de cozinhar. A geladeira estava quase vazia, apenas algumas garrafas de água e vasilhas com comidas de décadas passadas.

- Não acredito nisso. - ela riu soprado. - Madison não vale nada.

Ela teve que trocar de roupa e ir para o mercado. Era a primeira vez dela fazendo comprar desde que tinha chegado na Coreia, normalmente a ajudante fazia isso. Estava perdida entre os corredores do supermercado. Alicia conseguia falar coreano, mas ler na língua era uma coisa bem mais complicada.

Ninguém parecia prestar atenção na luta dela para traduzir as letrinhas, até que um anjo caído do céu se solidarizou com a situação da inglesa.

- Com licença. - ele disse com a voz grossa, assustando a menina que estava concentrada. - Posso te ajudar?

Alicia encarou o menino a sua frente. O olhos escuros eram grandes e bonitos, o cabelo estava coberto por um boné, mas alguns fios escuros podiam ser vistos por fora.

- Você fala inglês? - perguntou falando em sua língua nativa.

- Sim. - ele respondeu também em inglês.

Alicia respirou aliviada.

- É tão bom falar em inglês de novo. - a animação dela fez o menino rir. - Qual o seu nome?

- George. - ele apertou a mão de Alicia. - George Park.

George não era um nome muito comum na Coreia, então Alicia imediatamente estranhou.

Diamond 》Park Chanyeol 《 Onde histórias criam vida. Descubra agora