Olhar para ela depois de todos esses anos era inacreditável, estava eu admirando sua beleza, quando ouvi os gritos.
Saulo estava brigando, com um rapaz.
Ele parecia um touro, atrás dele a delegada Sara.Eu já a conhecia do fórum, ela era considerada linda e brava.
Desviei meu olhar e quando voltei ela também estava me olhando.
Não sei explicar mais meu coração parecia que ia parar de bater.
Ela me reconheceu, me olhou e sorriu.
Aquele sorriso e olhos.Mais tive que abandonar esses olhos para poder ver o que o Saulo tinha aprontado.
Fui em direção e gritaria, mais o meu espanto foi.
Uma loira passando por mim parecendo um jato, e Saulo correndo atrás dela.
Eu não sabia se tentava ajudar meu amigo ou ria dele.
Sai da boate atrás do fanfarrão, mais ele ja tinha ido embora.
Eu preciso urgente saber o que está acontecendo.
Entrei na boate e fui ver a moça do sorriso lindo, mais chegando la, ela tinha ido embora.
Não achei ela em lugar nenhum.
Fui para casa frustrado, eu queria tanto conversar com ela.
Liguei o rádio do meu carro e comecei ouvir legião urbana:
"Quem um dia irá dizer que existe razão Nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer que não existe razão?Eduardo abriu os olhos mas não quis se levantar ficou deitado e viu que horas eram.
Enquanto Mônica tomava um conhaque no outro canto da cidade. Como eles disseram Eduardo e Mônica um dia se encontraram sem querer.
E conversaram muito mesmo pra tentar se conhecer Foi um carinha do cursinho do Eduardo que disse .
- Tem uma festa legal e a gente quer se divertir Festa estranha, com gente esquisita.
- Eu não estou legal, não aguento mais birita.
E a Mônica riu e quis saber um pouco mais Sobre o boyzinho que tentava impressionar.
E o Eduardo, meio tonto, só pensava em ir pra casa.- É quase duas, eu vou me ferrar Eduardo e Mônica trocaram telefone. Depois telefonaram e decidiram se encontrar.
O Eduardo sugeriu uma lanchonete Mas a Mônica queria ver o filme do Godard Se encontraram então no parque da cidade.
A Mônica de moto e o Eduardo de camelo O Eduardo achou estranho e melhor não comentar Mas a menina tinha tinta no cabelo.
Eduardo e Mônica eram nada parecidos .Ela era de Leão e ele tinha dezesseis
Ela fazia Medicina e falava alemão.
E ele ainda nas aulinhas de inglês.
Ela gostava do Bandeira e do Bauhaus De Van Gogh e dos Mutantes Do Caetano e de Rimbaud.
E o Eduardo gostava de novela.
E jogava futebol-de-botão com seu avô.
Ela falava coisas sobre o Planalto Central Também magia e meditação.
E o Eduardo ainda estava No esquema "escola, cinema, clube, televisão" E, mesmo com tudo diferente.
Veio mesmo, de repente Uma vontade de se ver.E os dois se encontravam todo dia.
E a vontade crescia Como tinha de ser.
Eduardo e Mônica fizeram natação, fotografia Teatro e artesanato e foram viajar.A Mônica explicava pro Eduardo coisas sobre o céu, a terra, a água e o ar.
Ele aprendeu a beber, deixou o cabelo crescer.
E decidiu trabalhar e ela se formou no mesmo mês em que ele passou no vestibular.
E os dois comemoraram juntos e também brigaram juntos, muitas vezes depois .
E todo mundo diz que ele completa ela e vice-versa.
Que nem feijão com arroz construiram uma casa uns dois anos atrás.Mais ou menos quando os gêmeos vieram batalharam grana e seguraram legal a barra mais pesada que tiveram.
Eduardo e Mônica voltaram pra Brasília.
E a nossa amizade dá saudade no verão.Só que nessas férias não vão viajar Porque o filhinho do Eduardo Tá de recuperação."
Como eu gostava dessa música, Legião Urbana era a banda da minha juventude.
Os dias foram passando e nada da mulher misteriosa.
Depois de investigar o Saulo, descobri que o galinha estava apaixonado pela delegada.
Ri muito dele, mais fiquei feliz.
Ele tinha alguém, e já estavam namorando.
Eu precisava agora correr atrás do sorriso lindo e daqueles olhos.
Eu já não sabia mais o que fazer, precisava ir denovo a boate e ver se ela estava lá.
Peguei o carro e quando dei por mim já estava dentro da boate.
Hoje vim sozinho, Saulo só me dava trabalho, e hoje precisava ter toda atenção pra ela.
Entrei e fui andando, no fim perto do corredor do banheiro estava ela.
O que eu ia dizer, o que falar?
Nervoso e ansiedade me consumia.Lá estava a mulher que eu tanto desejei por anos, e agora tenho oportunidade de conversar com ela, minhas mãos estavam suando.
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O Promotor
Non-FictionCarlos é um homem cheio de traumas e medos. Será que um amor poderá o salvar?! Terceiro livro da Série Fragmentado!