Carlos!
Com o tempo aquilo que eu achei que seria alivio se tornou tortura.
Eu achei que Luíza era escandalosa demais, feliz demais, sorridente demais, e eu não era assim.
Eu era mais calmaria, mais tranquilidade, ela não, ela era o meu oposto.
E eu achei que deixando ela ir embora, eu estava fazendo a coisa certa.
Engano meu, depois da euforia passageira, começou o meu calvário.
Os dias se tornaram simples, comuns, sem a alegria dela, sem o sorriso dela, sem a espontânedade dela, sem a essência dela que era tão doce e pura.
Eram só os dias, eu comecei a perceber que ela que fazia toda a diferença nos meus dias.
Ela que alegrava a minha vida, e eu a tinha deixado ir, sem falar nada.
Depois que Luiza foi embora, meus dias se tornaram cinza.
Não consegui dizer a ela o que sentia, e isso hoje me consome.
Minha imaturidade fez com que eu perdesse a mulher que amo.
Eu que estou tão acostumado a ser um promotor implacável, provei ser infantil em relação ao amor.
Eu a amava de todo a minha força , mas tive medo, fui fraco e com isso a expulsei do meu coração, sem ao menos a dizer a ela o quanto ela era importante para mim.
Não tenho mais notícias dela, ela me tirou dos seus contatos no Whatsapp, não tenho acesso nem a sua foto de perfil.
Ela me excluiu da sua vida e o culpado foi eu.
Sinto uma mistura de sentimentos, os meus conflitos são diários.
Passo a maior parte da minha noite pensando, a insônia tem sido minha companheira.
Em como teria sido diferente se eu não tivesse tido medo.
E tivesse tentado pelo menos viver o que ela me oferecia.
Mas invés disso eu fugi, deixei mais uma vez meus medos e traumas tomarem conta de mim.
Traumas de infância, são os piores que possam existir.
O Trauma do abandono do meu pai, e o medo do julgamento da sociedade, o medo da rejeição, me fizeram assim.
Hoje sou um homem que tenho medo de ser rejeitado, de não conseguir ser bom em todo tempo.
Muitas vezes não consigo dizer não, e isso várias vezes tem me deixado frustrado, sempre digo sim para os outros menos para mim e com isso não consegui dizer sim para Luiza.
E como eu tivesse a necessidade de me fazer presente.
Luiza muitas vezes falava que eu não precisava ser tão bonzinho com todos.
Que as pessoas iam me amar do jeito que sou ou não.
Mais eu não, queria que todos gostassem de mim, não queria ser rejeitado.
Isso muitas vezes custa um auto preço.
Sinto saudades de Luiza, do seu cheiro, seu beijo.
Saudades dos seus carinhos, das mensagens trocadas, dos nossos "Bom dia"!
De quando ela me mandava mensagem me desejando " Bom dia e um beijo na ponta do pinto", das vezes que ela me surpreendia com um abraço enquanto eu estava trabalhando.
Suadades de quando ela me mandava uma mensagem me chamando pra comer algo com ela.
Ou ela levava algo pra mim comer aonde eu estava.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Promotor
Non-FictionCarlos é um homem cheio de traumas e medos. Será que um amor poderá o salvar?! Terceiro livro da Série Fragmentado!