Luiza!
Depois do casamento de Saulo, que foi lindo, voltamos para São Paulo, Carlos na dança se mostrou um galã de novela.
Mais eu sentia que ele não expressava seus sentimentos verdadeiramente.
E ele muitas vezes corria de mim, quando eu falava em sentimentos ou família.
Em uma de nossas conversas na fazenda, perguntei se ele queria ter filhos ou casar.
Ele me olhou nos olhos e me disse, que jamais iria ser pai e que casar não estava nos seus planos.
E que ele queria ser um profissional qualificado e só.
Eu fiquei sem saber o que dizer, eu queria ter filhos e uma família.
Mais não o questionei , e fiquei calada, ele percebeu e veio me explicar, que o pai dele o abandonou ainda criança.
Que sua mãe cuidou dele e dos irmãos sozinha, lavando e passando roupa pra fora.
E que ele achava que não ia ser um bom pai e nem um bom marido.
Eu tentei explicar que não, que isso não tinha nada a ver.
Mais ele já tinha uma opinião formada, e disse que não, que não ia arriscar.
E assim, não tocamos mais no assunto e eu percebi que ele se afastou de mim.
Tanto que um dia antes de virmos embora ele dormiu na sala.
Chegando no meu apartamento eu vi que tinha uma carta, era uma convocação pros médicos sem fronteiras.
Eu abri e Carlos que tinha subido comigo ficou olhando pra mim.
Eu li e na carta estavam solicitando meus serviços na Nigéria o mais rápido possível.
Eu li a carta e Carlos me perguntou se eu ia.
- Não Carlos, eu não Vou, eu ou mandar um e-mail dizendo que dessa vez não poderei atender a convocação.
- Por que Luiza? Por que você não vai?
- Por que hoje eu tenho você , então não vou sair do país.
- Luiza pensa na proposta, eu acho que você deveria repensar.
- Você quer que eu vá Carlos?
- Você tem que ver o que é melhor pra você.
-Eu não quero ir, eu quero ficar com você.
-Luiza a gente pode se comunicar por telefone, quando der a gente se vê.
-Você acha que é assim Carlos, quando der a gente se vê? Eu não sei você, mais eu me apaixonei por você.
-Luiza Eu nem sei nem o que te dizer, eu preciso ir embora, amanhã se falamos pode ser?
-Você vai fugir Carlos? Vai me deixar assim, sem pelo menos me falar o que você sente sobre nós?
-Tchau Luiza e me desculpas.
Ele foi embora, saiu, eu fiquei ali parada no meio da sala sem saber o que falar.
Ele não me disse nada, e eu abri meu coração.
Me senti um lixo, frustrada, era como estava me sentido.
Entrei no quarto, tirei a roupa e fui tomar um banho.
Abri o chuveiro e chorei pela frieza dele, ele não me amava e eu insistindo em uma relação sem futuro.
Sai do chuveiro, me enrolei numa toalha e peguei o celular, primeiro liguei e nada dele atender.
Liguei cinco vezes, mais chamava até cair na caixa postal.
Ele não quis atender, me senti triste.
Mais precisava falar se não eu ia explodir, e resolvi mandar uma mensagem.
"Carlos eu nem sei o que te dizer.
Minha frustração e tanta, e a vergonha e mais ainda.
Só sei que eu esperava mais consideração da sua parte por mim.
Por nós, mais não ao contrário, você só me mostrou que eu estava sozinha nessa relação.
Me apaixonei sim por você, mais como não se apaixonar.
Mais entendo que você não sente o mesmo por mim, e é uma pena.
Mais vou respeitar sua decisão.
Adeus Carlos.Luiza."
Escrevi a mensagem e mandei.
É uma pena mais não posso sofrer por alguém que não valoriza o que sinto por ele.
Eu peguei o meu notebook, e mandei um e-mail respondendo a carta.
Aceitei a convocação dos médicos sem fronteiras.
Quando somos convocados e aceitamos a gente tem sete dias pra poder ir até eles.
E assim teria só uma semana pra me despedir de todos e ir embora.
Com o coração em frangalhos , sentei na cama e chorei, a dor era insuportável mais sei que não vou morrer.
O que não me mata me fortalece.
"Assim como na música da Luíza Sonsa.
Sabia que a queda era grande mas tive que pular
Queria que a gente fosse mais alto
Quando segurei sua mão você soltou a minha
E ainda me empurrou do penhascoE te dizer te amo agora é mais estranho
Estranho mesmo é te ver distante
Botar o nosso amor numa estanteEu tive que desaprender a gostar tanto de você
Porque cê faz assim
Não fala assim de mimE eu sei que chora
Não finge que não viveu toda nossa história
Meu Deus eu pedi tanto pra não ir embora
Mas tenho que seguir meu caminho agoraE eu sei que chora
Não finge que não viveu toda nossa história
Meu Deus eu pedi tanto pra não ir embora
Mas tenho que seguir meu caminho agoraCê sabe bem quem eu sou
Sabe que se chamar eu vou
Cê sabe bem quem eu sou
Sabe que se me chamar eu vouE eu não sinto raiva, eu não sinto nada além
Do que você já sabe
E olha que cê sabe bem, meu bem
O tanto que eu tenteiE eu não sinto raiva, eu não sinto nada além
Do que você já sabe
E olha que cê sabe bem, meu bem
O tanto que eu tentei."
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O Promotor
Non-FictionCarlos é um homem cheio de traumas e medos. Será que um amor poderá o salvar?! Terceiro livro da Série Fragmentado!