Carlos!Eu nunca, imaginei na minha vida tomar um tiro, e se eu sair dessa não quero tomar outro.
Primeiro, não e como nos filmes, isso dói pra caramba.
Queima tudo, eu não sinto meu peito, e como se no lugar tivesse um vazio.
Não sei aonde estou direito, e tudo escuro mas ouço vozes.
Minha cabeça esta pesada, quero me mexer mas meu corpo não reage.
Sei que não morri, pois se eu tivesse, não estaria ouvindo as pessoas falarem.
Preciso levantar, quero ir pra casa, quero ver meu filho, quero ver a Luiza, a minha menina, tive impressão de ouvir ela chorar aqui.
A não quero que ela chore por mim, eu à amo tanto, não quero que ela sofra, quero que ela seja feliz.
Quero pegar o filho da puta que atirou em mim, preciso cumprir a promessa, que fiz.
Preciso acordar e levantar dessa cama, tenho tanta coisa pra fazer, e quero pedir Luiza em casamento.
Luiza!
Ver Carlos deitado naquela cama me dói muito.
Sei que Leonardo estava certo,quando disse que eu só iria atrapalhar se estivesse entrado na sala de cirurgia.
Nós médicos, fazemos uma promessa, salvar vidas.
Mas em casos em que entra o coração,a razão fica de fora.
E fácil falar, quando não e com a gente, e fácil dizer quando não estamos na pele.
Quando Cissa perdeu Clara, sentimos e muito, mas não me vejo sem Gael.
Por isso sei hoje o que Saulo sentiu, quando Sara tomou um tiro.
E uma dor que rasga a alma, você sofre e não pode fazer nada, a não ser chorar.
Eu sei, se eu tivesse entrado, minha intenção era abraça-lo dizer que eu estava ali, e com certeza eu iria prejudicar todo o andamento do socorro a ele.
Mas Leo mais uma vez, pensou por mim.
Carlos Graças a Deus, vai viver, mas e muitos que não tiveram essa sorte?
Hoje aqui nesse hospital, com Carlos deitado nessa cama, consigo refletir, quantos pais de família saem de casa e voltam num caixão.
Quantos policiais, saem e não voltam, crianças que morrem baleados, ai meu Deus.
Eu tenho a oportunidade de poder dar a nós dois uma chance, isso e se ainda ele não desistiu.
Vai saber? Carlos sempre muda de idéia.
Mas quantos não podem fazer isso?
Eu quando estava na sala de espera, ou sala de angústia, melhor dizer.
Ouvi os meninos e a Sara conversando, Sara e Carlos estavam investigando um caso, com uma milícia e um policial tinha morrido e deixado a noiva grávida.
Eu nem posso imaginar a dor dessa moça, terás um filho sem o pai, que morreu no comprimento do dever.
Quando tudo isso se resolver, quero ir poder dar um abraço nela, dizer que sinto muito.
Mas agora só quero agradecer a Deus, pelo meu amor está vivo.
E quando der ir pra casa beijar meu filho.
Quero viver tudo o que mereço, quero um dia após o outro.
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O Promotor
Non-FictionCarlos é um homem cheio de traumas e medos. Será que um amor poderá o salvar?! Terceiro livro da Série Fragmentado!