1970, esse era o ano. Eu já atuava como agente secreto faziam seis anos sob o codinome de : agente X. Eu não fazia parte da CIA, ela era uma organização de fachada, assim como a Área 51, para a minha organização. Ela tinha uma sigla que a identificava, mas eu preferia chamá-la de “Olho que tudo vê”, esse nome realmente combinava com a organização, pois eles realmente tinham olhos em tudo, tanto dentro como fora do país, acho que eles tem certa parcela de culpa na criação do mito dos Illuminati
Mas as missões e toda a coisa de agente secreto era apenas um álibi para esconder meus verdadeiros objetivos, os quais eram, em parte, impedir a deflagração de uma guerra e refrear os avanços tanto do capitalismo quanto do socialismo. Não que eu fosse adepto a algum deles, a questão é que tanto Estados Unidos como União Soviética iriam esmagar e passar por cima de qualquer país que fossem contrários às suas posições ideológicas e nesse processo iriam destruir milhares de vidas inocentes. Era contra isso que eu lutava, a morte de inocentes nesse fogo cruzado e impedir que tanto Estados Unidos quanto União Soviética começassem uma guerra, no momento eles estavam brigando com alfinetes enquanto tinham bazucas guardadas.
Uma prova de que eu não lutava em nome dos Estados Unidos era que eu participei na guerra do Vietinã impedindo que os interesses norte americanos acabassem com o pequeno país e pelo rumo que aquele conflito estava tomando, eu tinha conseguido. Algumas vezes minhas missões se alinhavam com meus interesses pessoais, como por exemplo ter que substituir algum dispositivo de interesse russo por uma cópia e guardar o verdadeiro ou impedir que a Rússia destruísse as relações diplomáticas veladas entre as duas potências opostas. Paralelo a isso eu tentava descobrir quais eram a origem das propriedades revitalizadoras da água que encontrei quando estava no Peru.
Por mencionar o Peru, eu havia levado meu irmão para lá afim de que ele também se beneficiasse dos efeitos da água, ele mesmo depois de experimentar o que aquela água podia fazer ainda não acreditava.
— Sabe que temos proteger isso, não é ? - ele me disse
— É claro que sei, também pretendo pesquisar mais a fundo sobre o que pode estar causando esse efeito - respondi
— Boa ideia, vou tentar fazer o mesmo - ele respondeu
— Até mais, espero que nossos caminhos se encontrem de novo - eu disse me despedindo
— Por que a pressa em voltar para a rotina de missões que você chama de vida ? Só para não ficar pensando no passado ? - Victor perguntava
Embora eu não o tenha respondido, ele tinha certa razão, havia também outros motivos para eu me dedicar tanto na vida de agente secreto. Nesses seis anos, ja tinha conquistado a posição de melhor agente e mantinha a maior pontuação nos ranks de melhor mira, melhor técnica de combate e menor tempo resposta a uma situação agressiva. Todavia, apesar de ter esses motivos mais pessoais, o desejo de instaurar a paz no mundo e de proteger os inocentes ainda ocupava boa parte da minha motivação para continuar na carreira de espionagem.
Voltando para o agora, hoje eu teria que me apresentar no QG para receber minha missão. Na verdade, eu teria que me apresentar na sala de missões do QG, pois eu já estava no quartel-general. Eu praticamente vivia lá, não que eu não tivesse uma casa, eu mantinha esconderijos espalhados por diversos lugares, afinal de contas eu tinha cruzado o mundo durante as guerras, mas eu preferia ficar no QG, pois assim dispunha dos laboratórios para continuar minha pesquisa sobre a Fonte da Juventude e também podia passar a outra metade do meu tempo livre treinando, melhorando meus ataques e me adaptando cada vez mais ao uso de pistolas. Normalmente em missão de campo eu usava duas pistolas, elas originalmente eram calibre 380, mas eu estudei um pouco e as modifiquei para calibre 400 e coloquei rastreadores nelas.
Antes de ir para a sala das missões eu estava num treinamento de combate contra um outro agente, se não me engano seu nome era Frank. Eu estava atacando com socos, alternando entre direita e esquerda, já ele, estava lutando de maneira defensiva, apenas bloqueando e esquivando. Patético, eu resolvi colocar mais ânimo na luta e subitamente parei de usar os socos e desferi um chute lateral em sua esquerda que o fez cambalear mais para a direita, em seguida eu o derrubei com uma rasteira e ele mal tinha se levantado quando lhe acertei um soco e como a sua guarda estava aberta continuei, alternando novamente em esquerda e direita. Enquanto eu batia em Frank, começaram a vir memórias em minha mente. Os campos de concentração, os sons das bombas explodindo, o pânico nas frentes de batalha, o som dos tiros a todo momento, um prédio explodindo, eu caindo, o rosto de um velho falecido amigo e a lembrança de uma velha e também falecida amiga.
— Agente X, já chega ! - o major William Bones gritou entrando na sala de treinamento
Nesse momento eu percebi que estava segurando o agente Frank pela gola da camisa e seu rosto estava muito machucado, com certeza o nariz estava quebrado, também percebi que minha mão estava a poucos centímetros do rosto dele. Soltei a camisa de Frank e ele caiu desmaiado, não pude continuar na sala, pois o major Bones já tinha mandado eu me dirigir à sala de missões.
— Esse é o terceiro agente que você hospitaliza só nesse mês, o que há com você ? - o major começou dizendo
— Más lembranças, geralmente fico no modo automático - respondi em tom de voz frio
— Sabe, as vezes eu queria saber se você, debaixo dessa máscara, sente algum remorso pelos agentes que manda pro hospital - o major continuou
Eu esqueci de mencionar que eu não tirava a máscara, nunca , somente para tomar banho, salvo a ocasião em que estávamos eu e meu irmão no Peru. A máscara tinha uma corrente presa, a qual tinha um aparelho de distorção de voz embutido, logo ninguém na agência sabia meu real rosto ou voz, na verdade, não sabiam quase nada. Só tinham conhecimento da minha altura, nem mesmo meu tom de pele sabiam, entretanto como eu era o melhor dos agentes que eles tinham, não se incomodavam.
— Qual é a missão ? - perguntei com mesmo tom de voz frio que havia se tornado habitual em mim
— Nossa inteligência nos diz que os soviéticos têm interesse nos dados presentes num sistema coreano de computação, sua missão é extrair esses dados e plantar um vírus no sistema que assim que for acessado, ira fritar os servidores. Lembrando que acima de tudo, se você for pego: Os Estados Unidos não tem nada haver com a situação - O major disse
— Eu não serei pego, tenho alguma restrição de equipamento ou posso utilizar o que julgar necessário ? - falei
— O que julgar necessário - o major respondeu e acrescentou - o seu vôo sairá amanhã pela manhã, esteja no ponto de encontro
— Estarei - respondi e saí da sala
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Mulher - As Crônicas do Sexto Equinox- Livro Dois
RomanceEu queria esquecer meu passado, ela, achar o seu. Será que temos chance de construir um futuro juntos ? Só lendo para descobrir ...