Capítulo 42

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Já faziam duas semanas que Erick estava perdido no oceano. Caroline e Cid continuavam presos e sendo torturados. Ivan fez questão de mantê-los vivos para que continuassem a sofrer. Erick já tinha passado do ponto onde o avião havia caído e seguia em frente, tendo as estelas como guia. Ele pescava e usava o mínimo possível dos suprimentos que tinha, mas ainda assim eles estavam acabando. Erick tinha que sair logo dalí, temia não chegar até Caroline a tempo. Ela que estava de luto por Erick, pois Ivan fez questão de trazer matérias jornalísticas sobre a queda do avião, no qual Erick esteve. Primeiro Caroline sentiu ódio, raiva, fúria, depois vieram a tristeza, a dor, o pesar. Ela se arrependeu de não ter dito nada quando o deixou. Caroline já sentia a falta de Erick e quando soube da notícia de sua “morte”, parecia que parte dela havia morrido também, seu coração estava morto e isso só fez com que ela se dedicasse mais a achar um meio de sair dalí.

Erick também pensava em Caroline, sentia a falta dela, ele não se sentia completo desde que ele havia terminado com ela. Aquele tempo no oceano serviu para ele refletir no quanto a amava e também no que poderia fazer para tentar atrair a atenção de qualquer embarcação nas proximidades. Erick sabia que naquele ritmo não chegaria a tempo, mas por enquanto não havia muito o que ele podia fazer, ele só podia seguir em frente e era isso que fazia, dia e noite sem parar. Enquanto isso, no QG da agência para a qual Erick trabalhava, Frank e o major William Bones discutiam. O major queria anunciar oficialmente que o agente X estava morto.

— O senhor não pode fazer isso chefe, nós dois sabemos que ele não está morto, ele é o agente X, ele não é alguém fácil de matar

—  Eu sei Frank, mas infelizmente não posso ficar somente nisso.Temos que encarar os fatos: o máximo que o agente X ficou sem contato foi uma semana, nesse momento já fazem duas que ele está desaparecido. A sua última localização conhecida foi perto da área onde tivemos notícia sobre a queda de um avião - William ia dizendo, mas Frank o interrompeu

— Aí está o fato. Acha mesmo que foi mera coincidência o avião ter caído? É claro que foi o agente X quem o derrubou, é bem o estilo dele - o agente disse

— Frank - William disse em tom triste - já fazem duas semanas, supondo que ele sobreviveu à queda do avião, ainda assim ele está sem água e sem comida. Você sabe quanto tempo alguém sobrevive sem água, não é?

Frank assentiu cabisbaixo. William continuou:

— Eu sei como se sente, eu também sinto o mesmo. Ele podia ser meio fechado, mas não era uma má pessoa, ele até pediu ao presidente para me restabelecer à minha antiga patente

— Ele era o melhor, nunca pensei na possibilidade dele… morrer - Frank dizia abatido

— Ninguém pensa, mas pelo menos temos o legado que ele deixou e isso nunca vai morrer - William disse

— É verdade, pelo menos isso - Frank concordou

— O funeral dele será daqui a dois dias, acho que ele gostaria que você estivesse presente - William disse

Frank assentiu e saiu da sala de seu chefe. Tanto ele como William encararam a morte do tão prestigiado agente X como um soco no estômago, na verdade não só eles. Quando o anúncio foi feito era possível ver nos rostos de todos os presentes o quanto aquilo os havia atingido. Até o dia do funeral e um pouco depois houve um pequeno murmúrinho em toda a agência, os feitos do agente X, seu jeito e sua postura como mentor.

Enquanto tudo isso acontecia, Caroline recebeu um novo “tratamento”, os choques cessaram, mas foram substituídos por sessões de acupuntura planejadas para serem especialmente dolorosas. Segundo o próprio Ivan:"se ela está resistindo a reprogramação, vamos fazer isso do jeito mais difícil". Nas sessões de acupuntura, Caroline era amarrada em uma mesa e ficava ali até o término da sessão. Em uma dessas, Caroline conseguiu roubar duas agulhas e escondê-las. Quando foi presa na parede ela usou as agulhas para afrouxar as algemas que a prendiam, bastaria ela puxar seus pulsos para fora e ela estaria livre, entretanto Caroline decidiu esperar o momento certo, um momento que Ivan estivesse presente para ela poder atacar e acabar com ele.

A Mulher - As Crônicas do Sexto Equinox- Livro DoisOnde histórias criam vida. Descubra agora