Capítulo 11

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Passaram algumas semanas desde a missão na Noruega. Como o agente mascarado matou o engenheiro francês Caroline teve que se infiltrar no escritório do senhor I e era isso que ela estava fazendo naquele momento. Era tarde da noite, o QG estava vazio, a não ser por Caroline e por Cid. Ele iria esperar até a agente ir, acessar o computador do chefe e então ele iria hackear e com sorte obter as tão cobiçadas informações que ela tanto queria.

Caroline entrou pelo duto de ventilação, e foi se arrastando até a saida de ar presente na sala do senhor I. A agente saiu do duto bem no meio da sala, silenciosamente. O escritório era relativamente espaçoso, tinham algumas estantes perto da porta, a esquerda, também haviam quadros, alguns de paisagens, outros eram autor retratos do senhor I, perto da parede que fica em frente à porta estava uma mesa de escritório, com duas poltronas a sua frente, uma outra atrás e um computador em cima. Caroline rapidamente se dirigiu para o computador. Apesar dele está protegido com senha, foi fácil burlar aquela pífia segurança. Caroline contatou Cid pelo comunicador que geralmente ficava em sua orelha direita.

— Entrei e destravei o computador, sua vez agora  - Caroline disse

— Certo, não vai levar nem dois minutos para vasculhar e achar o que você quer - Cid respondeu do outro lado da linha

De fato o hacker não levou nem sequer dois minutos, na verdade foi em menos de um minuto que Cid contatou Caroline dizendo :

— Houston, nós temos um problema.

— Como assim ? - ela perguntou

— O computador está limpo. Não tem nenhuma informação relevante aqui - ele respondeu

— Não é possível - ela retrucou

Caroline então acessou o computador ela mesma, apenas confirmando o que Cid havia dito. Tudo que havia no computador eram músicas, muitas fotos de família, algumas em preto e branco de um velho com olhos bem chamativos junto com um jovem de aparência semelhante e um garotinho, além dos programas padrão de qualquer computador.

— Não, não, não ! Isso não pode ser possível - Caroline dizia

— Ei, não fica assim. Tenho cert… - Cid dizia, mas foi interrompido

— As datas ! Cid, confira a data das fotos. Elas batem com alguma informação do sistema ? - Caroline disse

— Na verdade, sim. Cada foto tem a data de uma missão sua. Você acha que … - Cid disse

— Elas podem estar escondendo os arquivos ? Claro - Caroline respondeu a pergunta que Cid está fazendo antes dela o interromper

— Só temos um problema agora : decodificar isso tudo. Deve levar tempo - Cid disse

— Olhe a data mais antiga. Ela está no sistema ? - Caroline perguntou

— É a data da sua primeira missão. Esperava encontrar registos anteriores a isso, não é ? - Cid disse

— Sim, mas tudo bem. Deve haver mais coisa nesse escritório, vou procurar. Me avise se houver alguma mudança na situação - Caroline disse

Assim, ela começou a fuçar o escritório atrás de informações, pistas, qualquer coisa. Ela olhou nas gavetas da mesa onde o computador estava e os quadros, porém não achou nada útil. Ela foi até as estantes de livro e foi olhando um a um, tirando do lugar e folheando para ver se não havia nada escondido entre as páginas. Quando tentou tirar um determinado livro da estante, ele não veio. O livro era um tipo de alavanca escondida, o qual assim que puxado ativou uma passagem secreta bem ao lado dela. “interessante” ela pensou e entrou. O cômodo revelado pela passagem secreta era menor que o escritório oficial do senhor I, as paredes eram blindadas e anti acústica. Havia um pequeno sofá e uma mesinha, juntamente com uma pequena estante na parede ao fundo. Caroline foi direto para a estante e viu que nela haviam arquivos nomeados como : Cobaias A 1-10, Cobaias B 1-10 e Cobaias C 1-4. “C" e "4” eram as iniciais do seu código de identificação "C4R0L1N3”, então ela pegou o arquivo das cobaias C e foi até a página da cobaia número 4 ,como ela já esperava, havia uma foto dela, mais jovem. O arquivo dizia : " Cobaia número 4, rejeição (R) 0, linha de teste ( L) 1, nível de dose (N) 3",  juntando todas essas informações nós tínhamos "C4R0L1N3", identificação de Caroline. O arquivo também trazia as seguintes observações : "O procedimento foi um sucesso apesar de sofrer interrupção. Mesmo com a invasão na sala de operação, tudo correu bem". Quando Caroline leu a palavra invasão, subitamente o lapso de memória voltou, dessa vez a partir do momento em que ela ouviu o estrondo, aquele que parecia ser de uma porta pesada sendo aberta aos chutes, o lapso de memória seguiu até o fim e quando se foi, deixou algumas dores de cabeça em Caroline. Entretanto, aquilo era uma prova de que ela estava no caminho certo. Infelizmente o arquivo não dizia mais nada, apenas “mais informações no registro do quartel general”

“O que isso quer dizer ? Eu estou no quartel general” Caroline pensava, mas foi interrompida pelo chamado de Cid :

— Ei, ainda aí ?

— Sim, o que foi ? - ela perguntou

— Saia já daí, algumas câmeras de segurança mostraram que o senhor I está a caminho - Cid disse

— É o que ?! - ela perguntou espantada, guardando o aquivo e saindo do cômodo secreto

— Eu não sei o que ele veio fazer aqui. Talvez tenha esquecido algo - Cid completou

“Ou talvez eu tenha acionado algum alarme silencioso quando abri o cômodo secreto” Caroline pensou enquando colocava o livro alavanca no lugar,fechando a passagem secreta, e bloqueava o computador do senhor I novamente

— Ele está muito perto, três metros de distância -Cid alertou

Caroline, pegou a tampa do duto de ventilação do chão, usou um mini árpeu escondido na fivela do seu cinto e subiu para o duto, tampando-o assim que o chefe entrou no escritório. “Essa foi por pouco” ela pensou. Em vez de seguir pelo duto de ventilação e dar o fora dali, ela decidiu que tentaria observar o que o chefe veio fazer no escritório. Ela ouviu os passos do senhor I indo em direção até a estante, depois o barulho da passagem secreta abrindo, ela não lembrava daquele barulho antes, em seguida ouviu os passos do chefe adentrado o cômodo secreto, também o ouviu dizer :

— Ainda está aqui, ainda bem. Deve ter sido uma falha do sistema, mas melhor previnir do que remediar, vou levar isso aqui comigo.

Depois disso Caroline ouviu os passos do senhor I saindo do cômodo secreto, o som da passagem secreta fechando e por fim o som da porta do escritório fechando, ela queria descer e ver qual foi o arquivo que o chefe havia levado, mas a essa altura do campeonato, ela sabia que tinha sido o dela. De volta à sala de computadores com Cid, ela contou sobre o cômodo secreto, os arquivos e sobre o observação que dizia para procurar o quartel general. O hacker escutou pacientemente e atentamente a tudo antes de responder :

— Interessante. Eu estava investigando e suspeitava de que esse “quartel general” fosse uma fachada

— Você estava investigando ? - Caroline perguntou

— Agente duplo, lembra-se ? - ele retrucou

— Sim, a quanto tempo está investigando e o que sabe ? - ela disse

— Desde sua missão na França e não achei muitas coisas que provassem minhas suspeitas , já ia desistir da investigação. - Cid respondeu

— Bom… não vai mais. Descubra onde é o verdadeiro quartel general - Caroline disse enquanto saía

— Onde está indo ? - Cid perguntou

— Visitar outro cemitério - ela respondeu e saiu

A Mulher - As Crônicas do Sexto Equinox- Livro DoisOnde histórias criam vida. Descubra agora