Após me despedir de Caroline no aeroporto, eu embarquei no avião. Enquanto olhava pela janela pude ver Saint Peter Bay encolher, nunca na minha vida eu iria imaginar que aquele lugar iria me trazer algo de bom, mas ele trouxe. Me recostei no assento e fechei os olhos, iria ser uma viagem rápida, mas daria para eu repassar mentalmente tudo o que eu iria fazer, bem como reviver os momentos com Caroline,os quais eram a minha maior motivação, pois aqueles momentos me mostraram a possibilidade de uma vida que eu nem sequer sonhava em ter: uma vida normal. Entretanto, para aquilo poder acontecer eu tinha que terminar o o que havia começado.
Assim que desci do avião, fui logo para o QG, no caminho eu coloquei minha máscara. À medida que o elevador descia, minha expectativa aumentava. "Fica frio, vai dar tudo certo" eu pensei e sai do elevador. O major Bones estava de costas dando ordens para vários agentes.
- Você, eu quero verifique a lista de processos, você, quero um relatório por escrito na minha mesa. Nada de moleza, temos que adiantar isso aqui e ...
- Agente X, é você ? - Frank disse e isso fez todos pararem concentrar sua atenção na minha pessoa
O major Bones se virou lentamente, apesar se tentar manter o semblante sério, eu percebi a surpresa em seu olhar.
- Eu estou de volta - eu disse
- Para o meu escritório, agora - o major Bones disse - Voltem ao trabalho, o show acabou
Já no escritório do meu chefe, ele tomou seu lugar na cadeira, quase uma poltrona de tão acolchoada, e mandou que eu também tomasse meu lugar. Feito isso, ele me encarou, cotovelos apoiados na mesa, dedos entrelaçados que apoiavam sem queixo. Depois de me encarar por alguns segundos, ele se recostou na cadeira e disse:
- Você não tem ideia do problema que me causou
- Nunca foi minha intenção - eu respondi, me concentrando em manter o tom de voz tão frio quanto ele estava acostumado
O major Bones se abaixou abriu uma gaveta da sua mesa, tirou um copo e uma garrafa de uísque.
- Não tem vodka ? - eu disse
- Não é para você, é para mim. Vodka é muito fraco para me fazer engolir a história que vai ter contar e para que eu não o demita ,ou melhor, não apoie sua demissão quando nos reunirmos com o presidente - meu chefe respondeu
- O presidente ? - eu questionei
- Sim, ele mesmo. Graças você ele está de olho em nós e não está contente com a perda de todas as informações que estavam presentes no edifício Sunshine, mas isso ele mesmo vai te dizer. Eu quero ouvir o que você tem a dizer - ele dizia enquanto abria a garrafa e enchia o copo.
- Eu entrei no prédio e logo achei o lugar onde deveria colocar as informações. Naquele momento a agente, cuja identificação é "C4", estava lá. Nós lutamos um pouco, mas ela conseguiu se livrar e ia escapar, havia um helicóptero do lado de fora, assim que ela pulou da janela e se agarrou na corda do helicóptero, o piloto começou a se afastar. Como a missão era matá-la e eu não teria outra oportunidade como aquela resolvi derrubar o helicóptero. Infelizmente eu calculei mal a distância entre o prédio e o helicóptero, isso o fez cair no décimo segundo andar, explodir e então o prédio começou a desabar. Consegui escapar, mas não havia sinal do corpo da agente C4, resolvi procurar por pistas dela e terminar minha missão, mas não encontrei - eu disse
Meu chefe já havia tomado mais da metade do conteúdo da garrafa quando eu havia terminado de falar. Ele esperou um pouco e então disse:
- Você ficou todo esse tempo procurando pistas ? -sua voz não demonstrava sinais de embriaguez
- Sim - eu respondi
- E é simplesmente isso que você vai dizer ao presidente ? - ele perguntou
- Sim. Ainda posso destacar o ponto que a perda das informações vai assegurar que a União Soviética não tenha mais interesse nelas, seja lá o que eles poderiam querer com aquelas informações, agora já era, causamos um dano a longo prazo - eu argumentei
- Eu devo estar bêbado, pois estou acreditando que isso possa ser um bom argumento, melhore ele um pouco, fora isso, dispensado - meu chefe disse
- Obrigado major - eu disse e ia saindo
- É "capitão" agora - ele disse
Eu já estava na porta naquele momento. Me virei e respondi:
- Para mim ainda é "major" - após isso sai.
Saindo da sala do meu chefe, seguia até a sala de dados, lá havia um computador e eu pretendia verificar o rastreador de Caroline, ver se ela tinha de fato chegado ao seu destino, encontrei Frank no caminho. Ele disse:
- Que bom que está de volta, sabe, muitos agentes aqui acharam que você estava... sabe né?
- Morto?
- Sim - ele respondeu
- Eu já escapei de um prédio desabando antes, é preciso mais que isso para me matar - eu respondi
- Sério? - ele perguntou impressionado
- Sim, mas já faz muito tempo e além do mais acho que me sai melhor dessa vez do que naquela - eu disse
- Isso bom, quer dizer que você aprendeu com aquela experiência e melhorou - ele respondeu
- Falando de melhora, como está sua técnica de luta? - eu perguntei
- Tenho treinado e acho que dessa vez consigo te vencer - ele respondeu com entusiasmo
- Vai sonhando garoto, vai sonhando - eu respondi debochando um pouco
- Sonhando? Eu? Vamos tirar isso a limpo - ele desafiou
- Agora eu tenho que verificar uma coisa, mas depois eu posso te mostrar o quanto você está enganado - respondi
- Estarei esperando - ele falou e saiu
Eu já estava perto da sala de dados quando Frank foi embora, entrei, usei o computador e inserir os dados do rastreador que estava comigo para que o computador mostrasse sinais similares. Apareceram dois no mapa. Um estava no Peru e o outro a caminho da Rússia. O rastreador que estava no Peru era do meu irmão, quando peguei a espada dele na Noruega eu coloquei um rastreador nela. Victor provavelmente percebeu, mas sabendo qe se tratava de uma precaução minha, provavelmente havia deixado. O seu rastreador estava piscando e o padrão que seguia significava S.O.S em código morse. "Droga" pensei. Saí dali, falei com meu chefe que iria ter que resolver algumas coisas ,"assuntos familiares" no Peru, ele respondeu que eu tinha que estar de volta no máximo em sessenta horas, pois o presidente já sabia que eu estava de volta e havia sido marcada uma reunião com ele daqui a setenta e duas horas. Só me restava torcer para a situação no Peru não ser tão complicada.
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A Mulher - As Crônicas do Sexto Equinox- Livro Dois
RomanceEu queria esquecer meu passado, ela, achar o seu. Será que temos chance de construir um futuro juntos ? Só lendo para descobrir ...