Final parte I

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Estava perto de completar um mês que eu estava no meio do oceano e já se passaram alguns dias desde que aquela violenta tempestade ocorreu. Eu estava no barco dos irmãos Stanley e Stanford, eles que tiveram a bondade de me ajudar e não fizeram muitas perguntas. No momento eu estava na popa do barco, olhando o céu. Nem parecia que há alguns dias aquele mesmo céu estava coberto por densas nuvens, as quais relampejavam e trovejavam como eu nunca vi em todos os meus anos de vida. O céu estava azul, sem uma única nuvem, as águas estavam calmas e completavam a paisagem natural. Aquela paisagem trazia uma calma que eu com certeza precisava.

Enquanto eu admirava a paisagem, Stanford veio falar comigo. Ele começou dizendo:

— É uma bela paisagem, não?

— De fato, muito bonita - concordei

— Sabe, eu entendo que não queira falar muito sobre o porquê de você estar alí no meio daquela tempestade, mas seria bom saber o seu nome e o que te trouxe aqui

— Eu me chamo Erick - respondi - e estou tentando chegar até a mulher que amo

— E como pretende fazer isso? - Stanford questionou

Eu lhe mostrei minha pistola e disse:

— Ela tem uma igual a essa, tem um rastreador tanto nessa quanto na dela, assim que chegarmos em terra firme, pretendo achar um meio de localizar o sinal da arma dela

— Para salvá-la? - Stanford perguntou

— Ela disse que não precisava de mim para isso, mas eu não posso deixar de tentar - eu disse

— E você acha que ela está certa? - Stanford continuou a questionar

— Bem, ela sem dúvida é muito habilidosa, inteligente e capaz de se cuidar, mas eu ainda assim não confio. Eu já perdi pessoas porque não pude protegê-las, não vou perde-la

— Por que você não acredita nela e nem em você mesmo? - Stanford questionou

— Como assim? - perguntei

— Ela disse que ser capaz de se cuidar e você reconhece que ela é habilidosa o suficiente para isso. No entanto você age como se ela não fosse capaz - Stanford dizia

— Você está dizendo que eu deveria deixá-la à própria sorte? - indaguei

— De maneira nenhuma, é que você está se contradizendo. Ela é habilidosa, mas você age como se ela não fosse. Na minha opinião você deveria ir salvá-la não porque ela é incapaz, mas sim porque você a ama e quer o melhor para ela - Stanford disse

As palavras dele me fizeram refletir. Não havia sido meu apego a Caroline que me fez perder o foco dos meus objetivos, foi o meu medo excessivo de perde-la que fez isso. Stanford continuou a falar:

— Você a ama ,não é?

— Claro - respondi

— E ela também te ama, certo? - ele perguntou

— Não tenho tanta certeza quanto a isso - respondi - eu vacilei com ela, vacilei feio

— Hum, isso é um problema - ele dizia - você está aqui, querendo ir até ela e tudo mais, entretanto nem sabe se ela ainda te ama. Acha mesmo que ela vale tudo isso?

— Mais é claro, eu pretendo acertar as coisas entre nós - eu disse

— E você acha que vão seguir juntos o resto de suas vidas? Como vai saber se ela ou você não vão acabar cansando disso? - Stanford questionou

Eu suspirei antes de responder e então disse:

— Eu não sei, não tenho como saber se vamos continuar juntos, mas tenho certeza que dependendo de mim com certeza ficaremos. Eu não me cansaria de acordar ao lado dela todas as manhãs, nem de compartilhar minhas alegrias com ela e não me cansaria de ter o seu apoio nos momentos ruins, não me cansaria de dizer e mostrar que eu a amo, nem me cansaria de receber o seu amor

A Mulher - As Crônicas do Sexto Equinox- Livro DoisOnde histórias criam vida. Descubra agora