Era o ano de 1975, as coisas entre mim e Caroline iam bem, mas ainda ficavam as escondidas. Assim como nós já havíamos imaginado, nossas missões nem sempre se encontravam e com a ajuda de Cid, mantínhamos contato. Graças a ele também, eu descobri mais sobre a organização de Caroline e meu foco era encontrar o real quartel general, pois havia fortes indícios de que a arma satélite estava em construção por lá. Quanto ao passado de Caroline, nós havíamos descoberto que ela fez parte de um programa de melhoramento genético, não por escolha óbvio, entretanto, ainda não tínhamos nenhuma informação sobre de onde ela era, quem eram seus pais ou como ela acabou naquele programa. Ela estava cada vez mais determinada a achar as respostas para essas perguntas além de fazer o responsável pelo programa pagar, pois havíamos descoberto que houve muito mais cobaias do que pensávamos.
Durante esse tempo Victor e eu também avançamos nos estudos sobre a Fonte da Juventude. Descobrimos que a substância desconhecida presente na água era conhecida dentro da mitologia de outros povos como “Lázaro”. Eu e Victor ficamos preocupados e redobramos a atenção para com aquilo. Fizemos mais armadilhas e nós chegamos a contratar soldados peruanos para defender o local, sem eles saberem o que estavam defendendo, é claro. Durante esse tempo também descobrimos que havia algo em nosso DNA que diferia do comum, mas não tínhamos ideia do que poderia ser e como havia outras coisas que tomavam nossa atenção, não continuamos tentando descobrir.
Outro fato que merece destaque é que eu acabei descobrindo, juntamente com Caroline e Cid que o tal chefe dela, senhor I, era neto do Wildfried, o alemão que enfrentei anos antes. Só aquilo já era suficiente para me fazer pensar que era ele o culpado por tudo que havia acontecido à Caroline, eu até mencionei que já havia confrontado um Wildfried antes e que suspeitava da culpa dele, mas ela queria ter certeza disso, não iria arriscar tudo por causa de um palpite meu. Eu entendia a decisão dela e a respeitei, porém aquela nova informação me fez querer achar o tal senhor I o mais rápido possível, também me fez começar a me preocupar mais com a segurança de Caroline, pois eu já havia perdido pessoas importantes para mim graças a um Wildfried e Caroline era muito importante para mim, eu não ia deixar que ninguém a tirasse de mim, ninguém.
Sempre que tinha algum tempo, eu compunha músicas também, a maioria delas eram românticas devido ao meu envolvimento com Caroline, lógico que eu as mantinha em segredo, até mesmo dela. Voltando para a vida de agente, como minhas missões estavam diferindo das de Caroline, eu as cumpria com perfeição o que só aumentava minha fama dentro da agência como “o melhor agente”. A posição de segundo melhor, foi alcançada por Frank e eu estava muito feliz por ele, acompanhei o seu progresso, tanto em sua técnica de combate como em sua atuação em missões de campo. Realmente estava orgulhoso com seu progresso, acho que comecei a ver nele um aprendiz, coisa que eu não tinha há muito tempo. Esse progresso dele também afetou a mim, pois estava se tornando comum a solicitação de minha ajuda em treinos de combate, tiro e até em simulações de situações reais. Perguntei ao major Bones se isso era um indício de que era para eu me aposentar, ele riu e disse que não, apenas achou interessante que eu treinasse outros agentes para termos mais agentes de elite assim como eu e Frank. Tudo isso sem atrapalhar meu regime de missões e minha vida pessoal, a qual consistia basicamente em falar com Caroline, pesquisar sobre a Fonte da Juventude e tentar achar a arma satélite.
Hoje eu tinha de me apresentar na sala de missões de QG para uma nova missão, no momento eu tinha acabado de coordenar uma simulação de um interrogatório, como resistir aos mais cruéis métodos de interrogatório e estava agora treinando um outro agente em combate. Aquele agente tinha uma técnica boa, mas era muito afobado e isso o prejudicava, eu o venci facilmente e após o ajudar a se levantar, pontuei as coisas que havia notado, tanto boas como ruins e fui para a sala de missões. O major Bones estava me esperando.
— Bom dia agente X - ele disse
— Bom dia chefe - respondi - qual a missão?
— Nossos informantes nos alertaram para um leilão ilegal. Nele dentre os muitos presentes, há um velho conhecido seu - o major Bones me entregou uma ficha, nela mostrava o velho que me ajudou a escapar da prisão Inferno de Dante
— Shin Gon Ki, então esse é o nome dele - eu disse enquanto lia a ficha - minha missão é capturá-lo?
— Sim, ele está entre os mais procurados do mundo e só está assim devido a sua ajuda em sua fuga. Também, pelo que parece ele está procurando você e a aquela agente, suponho que não seja para agradecer - major Bones respondeu
— Eu e ela meio que possamos tê-lo largado à própria sorte enquanto fugíamos com o engenheiro - eu disse - se ele está atrás da agente também, as chance de eu a encontrar são altas. Se a missão dela for eliminar ele?
— Tente impedir isso, caso ele acabe morrendo, sua missão será trazer o próximo da linha de comando - meu chefe disse enquanto me entregava outra ficha
— Shan Gon Ki, filho de Shin Gon Ki - eu disse, lendo a ficha do rapaz - ele também estará lá, certo?
— Sim - meu chefe respondeu
— Como é a segurança do local, onde será o leilão e o que será vendido? - perguntei
— Segurança altamente fortificada, bastante pessoal, muito bem armados e ainda tem lista de convidados. O leilão será realizado na Itália, mas haverá um baile primeiro, como fachada e o que será vendido é muito variável, serviços de mercenários, posição em algum governo, armamento e por aí vai - o major Bones disse
— Entendo, suponho que os convidados são pessoas bem amigáveis - eu respondi sendo sarcástico
— Ah, você nem imagina - meu chefe respondeu - você entrará disfarçado sob o nome de Guilherme Caravestra, ele é dos maiorais em tráfico internacional, ninguém nunca o viu
— E como saberão que eu sou ele? - perguntei
— Em sua última missão Frank descobriu que esse Caravestra tem o costume de mandar dublês em seu lugar, a pessoa que deveria comparecer ao leilão tem mais ou menos a sua altura e porte físico. Ele também foi orientado a vestir um terno cinza, corte slim com uma camisa branca, gravara vermelha e uma lótus de plástico no bolso do paletó. Além disso o tal dublê deve dizer a seguinte frase quando for questionado sobre sua identidade:"depende de la persona que pregunta" que significa… - meu chefe ia dizendo, mas eu interrompi
— Depende da pessoa que pergunta - eu traduzi
— Você sabe espanhol? - meu chefe perguntou surpreso
— É uma das minhas habilidades - respondi - vamos ver, eu tenho que usar terno cinza, corte slim, com camisa branca, gravata vermelha, uma lótus no paletó e dizer a frase-senha. Correto?
— Correto - meu chefe respondeu - é necessário dizer que seria aconselhável não usar mascará, nem mesmo uma por cima da sua habitual
— Entendi, quando devo partir? - perguntei
— O leilão acontecerá na semana que vem, mas lá dentro as coisas devem ser rápidas e bem planejadas então, você irá amanhã afim de estudar o local, ver todas as rotas de fugas e marcar um ponto de encontro com Frank - meu chefe dizia
— Frank? - eu perguntei
— Sim, ele vai estar responsável por levar Shin Gon Ki para as autoridades, sua missão é capturá-lo e trazê-lo para Frank - o major Bones disse - algum problema?
— Não, nenhum - respondi
— Ótimo, boa sorte agente X - meu chefe disse e saiu
Eu contatei Cid para que ele falasse com Caroline sobre minha missão, quem sabe não conseguíssemos curtir um pouco a Itália antes da missão. Depois falei com Frank para discutirmos o plano de reconhecimento do local do leilão e seus pormenores, depois o plano de fuga quando eu estivesse com o velho Shin Gon Ki.
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A Mulher - As Crônicas do Sexto Equinox- Livro Dois
RomanceEu queria esquecer meu passado, ela, achar o seu. Será que temos chance de construir um futuro juntos ? Só lendo para descobrir ...