Capítulo 14

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Eu estava na sala de treinamento do QG. Frank queria uma revanche depois do ocorrido há alguns messes atrás. Sinceramente fiquei feliz por não haver ressentimento entre nós. Ele tinha treinado e de fato melhorado bastante desde nosso último combate, mas ainda estava bastante abaixo do meu nível, também era digno de nota que Frank havia adquirido mais confiança desde nossa última luta, ele estava realizando ataques e contra atacava quando possível. Era bom ver que ele estava progredindo. O resultado da luta foi óbvio, eu venci. Depois de parar de imobilizá-lo, eu ajudei Frank a se levantar

— Boa luta - disse

— Valeu - ele respondeu ofegante

— Você precisa melhora um pouco sua técnica. Aquilo foi o quê ? Uma mistura de Kung Fu com Muai Tai ?  - falei

— Sim, eu sou faixa preta nessas duas modalidades e estou tentando integrá-las num estilo único - Frank respondeu enquanto caminhávamos para fora da sala de treinamento

— Está indo bem, mas precisa de mais velocidade na hora de mudar de técnica. No meio de um combate de verdade, essa falta de rapidez na mudança de técnica pode significar sua vida - eu adverti

— Valeu. Então, o melhor agente daqui tem alguma sugestão para melhorar minha técnica ? - ele perguntou

— Não há muito o que fazer aí, só treino, treino, treino e mais treino. Seus movimentos tem que ser automáticos - eu respondi

— Hum, então vou só recuperar o fôlego e aí volto pra sala de treinamento. O que acha de mais um round ? - Frank perguntou

— Quem sabe outro dia, eu tenho que pegar um avião. O major Bones pediu para encontrá-lo em Londres - respondi e saí do QG

A viagem para Londres não foi tão demorada quanto eu achei que seria,logo o avião pousou e eu me dirigi ao ponto de encotro acertado antes da viagem. De lá fui levado até um prédio o qual eu sabia ser a sede do organização britânica de espionagem, MI6. “ Vou ter que trabalhar em dupla com algum agente britânico ?” me perguntava enquanto era escoltado para uma sala com paredes de vidro, uma mesa de escritório e uns televisores. O major Bones estava lá me esperando. Assim que entrei, ele dispensou os guardas, me deu um aperto de mãos  e começou a dizer :

— Agente X, no seu relatório sobre a missão da Noruega você mencionou a presença de um guerreiro, trajado com uma roupa especial, preta, com detalhes azuis reluzentes que pareciam recém confeccionadas, lembra-se ?

— Sim, o que ele tem haver com estarmos aqui ? - perguntei

— Por acaso, aquele seria ele ? - o major Bones disse e ligou um dos televisores

O aparelho reproduzia as imagens de uma câmera de segurança que mostravam Victor em seu traje, invadindo uma instalação, lutando contra os guardas e destruindo a câmera. “Em que droga você se meteu, ou melhor em que droga você me meteu” pensava enquanto respondia ao meu chefe :

— Sim é ele mesmo

O major Bones suspirou antes de responder :

— Como você pôde observar, ele invadiu uma instalação britânica secreta, matou guardas treinados e fuigou,  como você é o único que o enfrentou e está aqui para contar a história, a divisão de espionagem britânica solicitou sua ajuda. Nessa missão você reponderá a chefe da divisão, depois a mim. Senhora M, pode prosseguir.

Nesse momento a imagem do televisor mudou para a imagem de uma senhora, cabelo curto, branco, olhos azuis, frios e impessoais. A senhora também tinha rugas de expressão na testa, além de um semblante sério. Após me observar durante alguns segundos, ela disse :

— Agente X, como o major William Bones já disse, sou a chefe desta divisão, M, você irá trabalhar em parceria com um de nossos melhores agentes, 007, pode entrar.

Nesse momento entrou um homem alto, um pouco mais baixo que eu, loiro, olhos azuis, usando um terno cinza feito sob medida que mostrava o bom porte físico que ele tinha. O agente era jovem , na verdade, até a tal M poderia ser jovem se considerar minha idade, mas esse agente era realmente jovem, tinha menos de trinta. O agente veio em minha direção para me cumprimentar

— Agente X - eu disse no meio do aperto de mãos

— Meu nome é Bond. Ja…

— Bond. Ok, qual a nossa missão ? - eu disse me virando para M

— Vocês devem recuperar o que foi roubado e capturar ladrão - ela respondeu

— O que ele roubou ? - eu perguntei

— Isso é confidencial - ela disse rispidamente

— Então boa sorte - eu respondi indo em direção a saída da sala

— Agente X ! Espere ! - o major Bones disse de maneira firme

— Esse é o jeito de vocês, americanos ? - M disse desdenhosamente

— Confiança. Esse é o “jeito americano”. Você pode me mandar para a minha morte, mas pelo menos me avise para que eu possa dizer quais flores vou querer no meu funeral - eu disse e houve um longo minuto de silêncio

— Com todo respeito, senhora M, acredito que o agente X tem razão nessa questão - meu chefe disse cortando o silêncio - mesmo que não saiba como se expressar devidamente

— Que seja. O que foi roubado foi parte de uma pesquisa. Essa pesquisa complementar é de um agente isolador, o qual é fundamental para a pesquisa principal que é a criação do veneno mais mortal possível - ela respondeu - agora agente X, o que tem a dizer quanto as flores ?

Após a conversa com a M, na qual ela disse a localização de outra instalação secreta que continha a última parte da pesquisa complementar roubada, eu e o agente 007 fomos até a sala de equipamentos. Apesar de ter meu próprio equipamento, a saber :  minhas pistolas, meu sobretudo com armas dentro, minha mascara com aparelho de distorção de voz e meus punhos, fiquei um pouco curioso para saber quais os equipamentos que os britânicos usavam. O arsenal deles era bem vasto, tinha desde revólveres e  pistolas até metralhadoras, submetralhadoras, escopetas e outros tipos de armas de fogo.

— Fique a vontade para escolher uma e usar em campo - Bond disse

— Eu já tenho meu equipamento, obrigado - respondi

— Você que sabe - ele respondeu

Assim que ele terminou de escolher seu equipamento e de vestir seu traje para missões de campo : uma calça sarja, botas, camisa manga longa, nós fomos voltamos para a sala com as paredes de vidro e traçamos um plano ali. Após isso eu voltei para o hotel onde eu estava hospedado. O plano que "havíamos" traçados era entrarmos na instalação e ficar escondidos no andar onde a pesquisa ficava, daí quando Victor viesse, eu, o agente 007 e os guardas de lá iríamos cercar e prender Victor. Eu sabia que aquele plano não iria funcionar, mas mantive isso guardado para mim mesmo. Eu sabia que meu irmão iria invadir a instalação o mais rápido possível, ele não gostava de ficar esperando, ele ia e fazia acontecer, por isso disse a Bond que contasse a segurança do local para colocarmos nosso plano em prática no dia seguinte e assim ele fez.


A Mulher - As Crônicas do Sexto Equinox- Livro DoisOnde histórias criam vida. Descubra agora