Capítulo 15

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Estava tudo pronto. Os guardas foram avisados, receberam armas extras, mais pessoal foi mandado e eu juntamente com o agente Bond estávamos em posição. Trabalhar com o 007 para mim estava sendo como trabalhar de babá, totalmente diferente de quando eu tive de cooperar junto com Caroline e o velho mafioso para sair da prisão Inferno de Dante. Nessa missão  apesar de eu ter o conhecimento sobre como capturar Victor, Bond tentava liderar a operação dizendo que aquela era sua cidade e que por isso eu deveria agir mais como um consultor. É verdade que eu não morava em Londres, mas já tinha passado um bom tempo naquela cidade durante as guerras e devo dizer que daquele tempo para cá Londres não havia mudado tanta coisa. Haviam novas pessoas, novas marcas, mas os caminhos eram os mesmos, os sons eram os mesmos e até mesmo o regime da cidade no que diz respeito a horário e afins também era o mesmo, entretanto não estava afim de muita história.

Não me interprete mal. O 007 era um bom agente, o problema provavelmente era comigo. Eu não gostava de trabalhar em dupla, pelo menos não em campo,isso é uma consequência dos acontecimentos do meu passado. Da última vez que deixei outras pessoas, as quais eram próximas a mim, entrarem de modo ativo na minha luta, isso acabou muito mal para eles. Desde aquilo, eu preferia trabalhar sozinho, desse modo só a minha vida era colocado em risco. Se tivesse que trabalhar em dupla, optava por meu irmão, pois ele é tão bem preparado quanto eu e sabe se virar, talvez pudesse incluir Caroline também, já que ela havia mostrado que sabe se cuidar e que era uma exímia lutadora, me atrevo a dizer que ela era tão boa quanto eu e Victor.

Enfim, tudo isso são apenas pensamentos, situações ideais. Minha dupla naquela missão era o agente 007, não Victor ou Caroline. A instalação onde eu e Bond estávamos tinha alguns andares, mas o andar que seria o foco de Victor seria o laboratório, lugar onde estava a outra parte da pesquisa completar que ele havia roubado e era lá que eu e Bond estávamos escondidos. Não demorou muito para ouvirmos sons de luta, os quais se aproximavam. 007 sacou sua arma, mas eu fiz um sinal dizendo para ele aguardar, queira que ele esperasse até Victor pegar a pesquisa e daí ele poderia abrir fogo. Logo ouvimos o som da porta se abrindo e os passos de Victor, ele foi até um cofre que havia no laboratório e facilmente o abriu, parecia até que sabia qual era a combinação. Enquanto meu irmão pegava a pesquisa e a guardava numa pasta com alça, o agente 007 havia saido de onde estava, silenciosamente, já com a arma apontada na direção de Victor, mas antes que pudesse dizer algo, meu irmão rapidamente se virou afastando a arma de perto dele e acertando um chute no peito do agente britânico. Eu imediatamente fui para cima de Victor, trocamos alguns golpes, mas ele “fugiu”

— Atrás dele ! - Bond disse e correu atrás de Victor

Eu segui os dois. Bond tinha uma boa mira, mas meu irmão desviou dos tiros, eu atirei também, entretanto meus tiros acertavam de raspão Victor que continuava a correr. Ele seguiu até um corredor com uma janela panorâmica e eu sabia o que ele iria fazer. Victor pulou em direção a janela, quebrando o vidro e caindo em pé no telhado de um edifício a frente. Bond fez o mesmo, mas não caiu em pé como eu e Victor, todavia ele não desistiu da perseguição e continuava correndo, atirando e pulando de telhado em telhado. Em certo momento Victor pulou e caiu num beco, ele continuou, virou a esquerda em duas esquinas empurrando quem quer que estivesse na sua frente, enquando percorria a segunda esquina, um motoqueiro estava vindo na direção contrária a dele. Victor derrubou o motociclista, pegou sua moto e acelerou na direção que estava indo inicialmente. Bond ao ver isso também derrubou um motociclista e pegou sua moto para continuar no encalço de Victor, eu também peguei uma moto e continuei seguindo os dois. Victor estava levando a mim e o 007 até um beco sem saída, sabia disso pois, como eu já disse, apesar de não morar em Londres, eu ainda conhecia a cidade.

Chegando perto do beco, Victor abandonou a moto e foi correndo até o fim do beco, até ser encurralado por Bond e eu que estava logo atrás. O agente britânico apontou sua arma para Victor e disse :

— Fim da linha

— Para você - eu completei apontando a minha pistola para ele e encostando o buraco de saída da bala no pescoço dele

— Isso é serio ? - Bond perguntou virando a cabeça para o lado tentando olhar para mim e se distraindo de Victor que se aproximava

— Desculpa garoto, nada pessoal, pelo menos não com você - eu respondi

— Co… - Bond não pôde terminar a pergunta pois Victor acertou seu clássico gancho de direita no rosto do agente, deixando-o desacordado

— Você fala demais - Victor disse

— Estava distraindo a atenção dele para você nocauteá-lo - disse e acrescentei - o que você quer com essa pesquisa ?

— Você não pediu ajuda com os estudos sobre as propriedades da água da Fonte da Juventude ? Eu estou de te ajudando - ele respondeu enquanto ia em direção a moto que havia pego

— Não é o que parece - eu disse enquanto o seguia

— Eu tenho um apartamento aqui. Baker Street - 222A, quando terminar de resolver as coisas aqui, vá lá que eu te explico melhor - Victor disse e saiu com a moto.

Eu olhei na direção do agente 007 que ainda estava desacordado e suspirei, alguém tinha que fazer o trabalho sujo. Eu prendi o agente na moto que eu havia pego e fui em direção uma das docas. Chegando lá, tirei Bond da moto, amarrei uma corda nos pés dele e em uma âncora que estava lá jogada, posicionei Bond perto da beirada do cais, caso eu o empurrasse, ele cairia no mar. Como ele ainda não tinha acordado e eu estava com pressa, esmurrei o estômago dele e isso o fez acordar num sobressalto.

— Seguinte Bond, você é um excelente agente e eu realmente não tô afim de ter que inventar uma história sobre o seu sumiço. O que acha de manter a boca fechada sobre os acontecimentos de hoje ? - eu sugeri

— Vá pro inferno ! - ele disse com raiva

— Eu escapei de lá - disse e o empurrei para o mar.

Eu tinha amarrado uma segunda corda para puxá-lo da água, mas ante de fazer isso eu o deixei dois minutos e meio lá embaixo. Quando o puxei, Bond já estava tossindo e cuspindo bastante água. Enquanto segurava a corda eu disse :

— O que acha de reconsiderar sua posição ?

— Você fazer o que quiser, ma… - ele ia dizendo mas eu simplesmente larguei a corda

Dessa vez eu o dexei durante quatro minutos submerso. Ele era um agente treinado, então eu sabia que não iria morrer só com aquele tempo de submersão, só iria chegar muito perto. Puxei ele novamente da água, Bond estava se engasgando com a água e tossindo muito.

— Pense bem Bond. Você não tem mais nada que o fazer na sua vida ? Nenhum parente para cuidar, nenhuma missão para completar, nenhum amor para vingar ? - eu disse, sabendo que a terceira opção iria mexer com ele.

Depois que Bond saiu do hotel ontem, quando terminamos de armar o plano para prender Victor, eu hackeei o sistema britânico e fui para os registro do MI6, nos quais vi que o agente 007 havia se envolvido emocionalmente com uma mulher em sua última missão e que ela acabou morrendo. Depois que eu havia dito aquilo, Bond me olhou fundo nos olhos e disse :

—  Eu não sei como você sabe disso, mas está certo. Eu não posso morrer ainda. Tenho que achar o culpado pela morte da mulher que eu ainda amo.

— Então você vai ficar calado sobre os acontecimentos de hoje, deixe que eu falo e você apenas confirmar e apoia o que eu disser. Fechado ? - eu disse

— Fechado - ele respondeu

Depois disso eu o trouxe para o cais, desamarrei as cordas dos pés dele e o deixei ir com a moto que eu havia pego. Antes dele ir embora eu apenas reforcei que se ele tentasse me enganar, ele iria se encontrar com o amor dele. Quando ele foi embora, eu tirei a máscara e a luvas, guardei no bolso do sobretudo e fui andando para o endereço que Victor tinha me passado.

A Mulher - As Crônicas do Sexto Equinox- Livro DoisOnde histórias criam vida. Descubra agora