Uma pista, um ANEL

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Continuação...

- Como assim uma "conversa séria"? Sabe o porquê da minha visita? -  Mostrasse bem confuso, o que era  compreensível. Abri a boca, como tantas vezes, em busca das palavras; vê-lo ali com um assentado grosseiro junto ao olhar pitoresco tornou tudo mais difícil do que o projetado.
- Eu vou buscar uma coisa. - Levantei-me afim de subir ao quarto. Um acessório conhecido tornaria a explicação espontânea.
- Espera! - Segurou-me pelo braço. - Não sei o que você vai fazer mas tem que me ouvir primeiro. - Comecei a ser tomada pela flagelação. Meus olhos temerosos mergulharam no seu vasto mar azul-violenta. Aquetei-me. - Eu falei sério quando disse para parar de procurar o culpado. - Não foi uma súplica. Suou precisamente como uma ordem, o tom que ele destinava provavelmente à seus empregados. Perdi o temor, fiquei irritada demais para afastar-me. Não havia resistido, e ainda assim continuava a segurar meu braço! Cheguei ainda mais perto.
- Primeiro me pede ajuda, depois menti e agora quer me afastar. Você quer me enlouquecer? Pois saiba que já estou a beira da loucura. - Podia sentir o cortisol sendo liberado aos poucos no meu organismo, via a adrenalina controlar os comandos do corpo. Finalmente soltou-me, em compensação dirigiu suas mãos ao meu rosto.
- Lembra daquele rapaz que falamos, o penetra da festa? - Assenti. - Ele deu seu depoimento, convenceu a todos! - Tirei a suas mãos, virei-me.
- E o que isso tem haver comigo? - Perguntei ainda irritada.
- ELE SUMIU!! - Pasmei instantaneamente; demorei prover alguma reação.
- Pode ter fugido. - Murmurei olhando novamente para ele. Me pareceu óbvio, estava a desentende-lo. - Isso comprova a culpa.
- Pense Manuela... Um desconhecido não teria motivos para mata-la... - Ótimo agora ele era o lógico! Matheus não sabe a diferença entre isótopos e isobáros, e raciocinara melhor que eu?  - ... Ou seja, foi mandado!
- Acha que foi queima de arquivo? - Concluir a sua linha de raciocínio. Senti tremer só em pronunciar as palavras.
- A Polícia não; prefere caçar a Iasmin mas eu tenho certeza que tem gente perigosa envolvida. - Ele estava tão controlado, mesmo com a tensão dos relatos. Invejei a habilidade. Aproximou-se ainda mais, ficando poucos centímetros do meu corpo. - Não quero que nada aconteça com você. - Protetor? Fiquei extasiada. Coisas ruins já acontecera comigo, mais essa! Sua aproximação exagerada surtia um efeito de rubor.
- Não vai me acontecer mais nada. Me Deixe mostrar uma coisa. - Dei-lhe às costas novamente. Preparei-me para subir ao degrau, suplicando em pensamento que não me segurasse. Súplicas falhas.
    Fez denovo, só que agora com destreza; sem apresso pelas boas maneiras ou respeito a minha timidez exagerada. Puxou-me pelo braço e agarrou a cintura.
- O que está fazendo?! - Completamente vermelha e irritada.
- Por que tem tanto medo? Eu sei que você quer.
- Eu não quero nada. Se não soltar grito meu pai. - Ameacei.
- A única coisa que me empede de te beijar neste exato momento é você e seu medo. - Abaixou o rosto, beijou-me a testa. Podia sentir sua respiração. A diferença de tamanho era assustadora. Me largou.
    A verdade é tão intimidadora. Sentei no sofá, e ele fez o mesmo.
 - Você não devia... - Murmurei baixinho.
- Te desejar? Interrompeu. Não iria desistir, queria porque queria um beijo. A troco de quê? Minha entrega só tornaria a decepção ainda maior.
- Você devia deixar que eu te contasse... - O fitei, tendo-o ao meu lado. Voltou à suas mãos de volta ao meu rosto, acariciando à pele.  Estremeci.
- O que pode ser mais importante que o agora? - O que estava há a acontecer? Perdera total a noção dos fatos. O pior é que poderia ser contagioso; seus olhos surtiam um efeito hipnótico. Amoleci ao ver seu sorriso torto completo; cínico, detestável; senti saudades.
    Lembro-me bem de abrir a boca para contraria-lo, mas a mesma foi tapada. Seus lábios quentes, sedosos e macios me deram pequenos selinhos, que vagarosamente transformaram-se em sucções. O correspondi da mesma forma, era doce e aconchegante. Até que caí em mim, e em dado momento o fiz parar.

Levantei-me.

- Acho melhor você ir. - Disse ainda abobada com o beijo. Ele achou graça não sei em quê.

Dupla Personalidade - Quem sou eu?Onde histórias criam vida. Descubra agora