Quem está do seu lado?

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Como? Por que? Da onde foi tirado isso? Fiquei perplexo, e de certo modo irritado por meu nome está atrelado à suas suspeitas. Aquela garota não tinha razões para investigar, ela era diretora do jornal da escola porque minha irmã usou seu poder de influência para isso. Porém duvido que alguém morra por ser "grato demais". Ela era usada como gato e sapato por Júlia era mais justo seu nome está ali, em vez do meu.
Após essa pequena revolta, voltei as páginas que possuíam tantas letras e palavras estranhas, desusadas, que via os parágrafos dançar. Acho que eu tenho brio, lia e relia. Precisava de um criptográfico.
"Quem eu vou procurar para traduzir isso?"
Não podia falar com a Manu, seria contrariar mais uma vez as próprias palavras. O Google não fornece tradução de português culto para português comum, já fica no ar a ideia. "Quer saber? Vou eu mesmo atraz de um dicionário. Será da maneira antiga!"

Voltei a ler:

A chegada até estes nomes foi árdua, porém tudo passou-se de suspeitas dignas do improfícuo (inútil, sem resultados). A perícia, a análise meticulosa (detalhista) de cada provável culpado partiu de suposições aparentemente emblemáticas (simbólicas, conjecturais), contudo a culpa da negligência das investigações se sucederam da imaturidade e avidez (ansiedade) da "detetetive", que vos relata.

Situação ridícula. E cada parágrafo parecia disputar com antecessor qual era mais recheado de palavras bizarras.

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Enquanto Matheus esforçava-se por sua conta, Iasmin jantava com a minha família. Se insinuava para Pietro, desafiava o olhar fuzilador de Lara, com sorrisos. E foi assim presa em total condicionamento à uma vida e um corpo sem festividades que terminou seu dia com um banho, e uma noite de sono.

Lhe pareceu o texto acima, sensato? Não!! Por favor me xingue, xingue a preguiça em descrever relatos mais precisos, como também a falta de respeito a sua inteligência. Fiquem a vontade.

O dia como Iasmin, só termina quando termina a própria Iasmin. - Nunca se esqueça!

- Boa noite, filha. - Despediu-se como se desejasse "bons sonhos" à uma menina.
- Boa noite. - Repetiu, esboçando os seus dotes de atriz. Ficou desconcertada ao ver a dúvida metódica do Sr. Rogrigues em trancar ou não à porta. - Pai, está tudo bem... - Sorriu angelical, implorando com os olhos. Tática típica, mas eficaz. Apesar que do contrário seria melhor.
- Verdade. Confio em você. - Neste instante imagino ele dando aquele sorriso joveniano, tocante, que os pais dão, crendo na esperança.
Não se fez minutos para que Iasmin voltasse a vasculhar o quarto. Leventou o colchão, revirou as gavetas da cômoda, e como já não bastasse a bagunça, fez meu guarda-roupa de vítima. Até que ao tirar suas gavetas internas, encontrou no vazio o infeliz do pacote. Raios! Eu não sei esconder nada, que merda!
O olhar de Iasmin foi abrilhantado pelo achado. Contar aqueles massos de notas azuis, cor de céu claro sem nuvens.

- Não posso sair assim! - Ela disse encarando o espelho. Este refletia, uma face esmurecida, linhas brancas ao redor da cabeça que à incomodavam; uma camisa desproporcional ao seu tamanho com a estampa da miney, e um mini shorte esportivo.

Chegou de mancinho até a frente da escada. Incomodou-se muito ao ver meu pai na sala. "Putamerda!"

Colocou o dinheiro nas vestes.

Seguiu até o quarto do Rodrigues de espreita, andando sobre as pontas dos pés. Para sua sorte ele estava distante demais em pensamentos; o que não diminuía o temor em ocasionar algum rangido.
Devagar... A chave estava por dentro! Foi abrindo com toda a suavidade que pensara ter. "Consegui!".

Dupla Personalidade - Quem sou eu?Onde histórias criam vida. Descubra agora