ANALUA
Fomos a uma balada ótima. Tocava de tudo e até alguma música brasileira tocou.
Estava no auge da bebedeira e curtindo minha fossa bonita, quando senti umas mãos na minha cintura, continuei dançando sem ligar muito.
- Estava com saudades de você. E como mexe bem.
Juro que gelei, me afastei rápido e quando olhei Maurício me dava seu sorriso mais sacana.
- Que merda tá fazendo aqui, e quem te deu permissão pra tocar em mim?
- Calma Ana, fiquei sabendo que tinha se mudado e vim te ver.
- Não, tá de brincadeira que não tem simancol. Foi teu irmão que te disse que estava aqui? Ele que te trouxe? Vou matar ele. - comecei a procurar o Giovani enlouquecidamente ia matar ele.
- Não, ele não disse nada.
- Então como ficou sabendo?
- Vamos até a área aberta e conversamos melhor.
- Nem por todos os caralhos do mundo. Esquece. Também não me interessa como me achou.
Começou a tocar uma música da Demi Lovato que descrevia bem o que queria dizer pra ele.
Olhei a minha volta e avistei um cara bem gato que estava me olhando. Nem pensei duas vezes, sai andando em direção ao cara fazendo minha melhor cara safada grudei ele, olhei para trás onde Maurício ainda estava parado e comecei a dançar colada no cara cantando a música que bem traduzia o momento todos. Quero que ele se exploda. O vi ficar furioso e sair empurrando algumas pessoas.
Não estava afim de ficar com ninguém, então como cheguei sai. Procurei a Lilian e a encontrei perto do barzinho se pegando com Davi.
- Amor tô indo embora.
- Mas porque Ana? Aconteceu alguma coisa?
- Tô meio bêbada, e ainda pra ajudar o traste tá aqui.
- Tá de brincadeira que o resto de aborto tá aqui? Como ele sabia?
- Não sei, perguntei se tinha sido o Gi e ele jurou que não. Mas não te preocupa que já dei um jeito nisso. Só vim avisar que estou indo
- De jeito nenhum você vai embora sozinha. Nós vamos com você. Viemos juntos vamos voltar juntos. Fora que com esse doido solto aí não quero arriscar. Vou procurar o Gi e vamos.
- Não Li, não precisa. Tô indo e vocês ficam aí se divertindo, vou pegar um táxi aqui na frente.
- Ana...
- Sem Ana, fiquem e divirtam-se.
Sai deixando eles pra trás. A cidade era animada a noite estava fria, mas um frio agradável, acabei não pegando o táxi na frente da boate, resolvi caminhar um pouco, precisava desse tempo sozinha.
Estava sentada em um banco a uma meia hora vendo o movimento, e como a noite era agradável para se pensar e se lamentar pelo que já fez de errado.
Hoje sabia que tinha feito o que era certo, a Lilian estava feliz e chovia propostas pra ela. Eu estava estudando e conhecendo a moda a uma ótica nova.
Resolvi ir embora, peguei um táxi e fui para casa. Quando cheguei vi que as luzes estavam acesas e achei que a Lilian tivesse voltado pra casa.
Quando entrei a chamei pra avisar que estava em casa, mas ninguém respondeu então comecei a ficar nervosa pois tinha alguém ali. Escutei passos vindo do meu quarto e então tirei o saltos me alonguei e preparei pra atacar.
Quando entrei no quarto vi um vulto atravesa-lo se escondendo.
- Saia dai, eu vi você correr. Quem é e o que quer?
- Sou eu.
- O que você tá fazendo aqui? Não tem vergonha na cara? Isso é invasão. Saia agora.
- Ana, por favor, preciso falar com você, você precisa me ouvir.
- Maurício você esta louco? Tem um problema mental só pode.
- Ana eu te amo, volta pra mim. Quando vi você com aquele mané na sua casa pensei que era sério que estavam juntos. Daí fiquei sabendo que viria embora. Daí agora se esfregando em qualquer um.
- Primeiro, não tem nada a ver se me esfrego ou não em alguém, pois a vida é minha e faço o que bem entender dela. Segundo nem morta que volto com um escroto que nem você.
- Garota, tá achando que é o que? Tenho o que quero, quando quero. Vim aqui pra te ver e te ter de volta. - agarrou meu braço apertando o deixando dolorido.
- Mas nem fodendo vai ter o que quer comigo, deleta isso da sua vida, agora vou chamar a polícia. - o girei em um golpe me soltando dele e prendendo seu braço. - achou mesmo que eu era indefesa? Tive tempo pra descarregar minha raiva de você em muitos sacos de pancadas. Hoje sei bem quebrar alguém sem nenhum arranhão.
- Para tá machucando.
- Ana o que tá acontecendo? - vi Lilian e os meninos entrando com tudo no meu quarto.
- Esse estupido achou que podia me atacar e ter o que ele quer. Errou a pessoa.
- Vou chamar a polícia. - Davi saiu do quarto correndo.
- Meu irmão o que fez da sua vida? Olha o que se tornou. - Gi chorava copiosamente.
- Sou o que sou. Não tem o que ser feito. Amo a Ana e tinha que tentar. Sei que errei mas preciso dela. - ele falava como se não tivesse mais ali.
- A só pode estar louco se pensa que Ana poderia por um milésimo querer você seu merda. Eu vi o sofrimento dela, vi o amor ser tornar ódio e depois desprezo. - Lilian estava transtornada. Ela me alcançou um chale que tinha na poltrona do quarto para que o amarra-se.
Dei a volta nele e me sentei em sua frente.
- Sabe o pior sentimento que se pode ter por alguém Maurício? - ele me olhou sério - pena. Pena é um sentimento doído, pois não beira a nada. Não se pode bambear como o amor e o ódio que andam juntos. Pena é simplismente achar que a pessoa não é digna de nada a não ser dó. E o que sinto hoje por você é pena. Pena por você não ter aproveitado quando teve a oportunidade, pena por não ter assumido o erro e ter voltado atrás, pena por ter se casado com alguém que nunca amou, pena por ter achado que encontraria tudo como deixou, pena por crer que eu ainda estaria te esperando, e pena por você ter estragado sua vida inteira sem nem perceber que só faz piorar as coisas.
- Ana, me perdoa? Por favor.
- Faz muito tempo que te perdoei. Lutei muito comigo por nem sentir ódio de você. Hoje sei que não vou guardar algo que vai fazer mal a mim e não a você. Sim te perdoei, mas não esqueci, não ultrapassei. Então não pessa mais que isso. Não sou capaz de te dar mais nada de mim e nem quero.
- Ana a polícia - Davi deu passagem a dois guardas que entraram o juntando do chão.
Ele olhou para mim é só fiz ter mais pena ainda. E ele sentiu isso.
- Vai Gi, pega a moto que tá na garagem e vai atrás pois ele vai precisar de ajuda.
- Obrigada Ana - ele saiu porta a fora chorando.
Me sentei de qualquer jeito na cama e respirei fundo, parecia ter tirado um peso de minhas costas.
- Você está bem?
- Tô sim. Parece que fiquei mais leve, que algo que estava aqui dentro saiu por completo. Me sinto livre.
- Porque tá chorando Ana?
Vi Davi arregalar os olhos e Lili fazer sinal pra ele sair.
- Não sei - me abracei nela e chorei, chorei o que nem sabia que queria chorar.
- Ana, está me preocupando.
- Não é nada, é só um misto de tristeza, leveza e bebida. Só preciso de banho e cama.
- Então vai tomar seu banho que vou preparar um chá quente e já te trago.
Só concordei com um aceno e fui para o banheiro, tomei um banho rápido, me hidratei e sai.
Ela já estava lá me esperando, com uma xícara de chá de erva cidreira que tínhamos trazido na viagem e um comprimido pra dor de cabeça.
- Toma que amanhã vai acordar melhor, vou ficar aqui mais um pouquinho contigo te fazendo dormir. Depois vou lá cuidar do meu amor.
- Obrigada, te amo sabia?
- Também te amo muito Ana. - Me deu um beijo após eu tomar o chá.
Me aconcheguei na cama e quando vi já tinha adormecido.
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DIFERENTE
RomanceAnalua é uma mulher gorda, meio doidinha, sem prega na lingua, persistente e muito teimosa. Rafael um homem que se acha e é uma delícia, de bem com a vida, confiante, que é bem persistente quando quer algo. Analua deixa Rafael doido com suas tirada...