59 - CERTOS AJUSTES

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Lilian

Os dias que transcorreram a morte da ex do Rafael foram corridos e doloridos para ele e para o Caio.
Ana estava presente a todo momento ajudando e apoiando. Nos apegamos ao menino que já não queria dormir sem estar agarrado em mim ou com ela.
Ele acordava chorando e pedindo a mãe e muitas vezes quem o acalmava era ela. Nem mesmo o Rafael conseguia a proeza de deixá-lo mais tranquilo.
Inclusive neste período acabei terminando meu noivado pois ele se mostrou um ciumento de marca maior. Me perturbava e cobrava quando estava com a Ana, tinha ataques de ciúmes do Caio e dela e se mostrou até um pouco agressivo. E antes que acabasse com uma lei Maria da Penha eu decidi que seria melhor assim. Ele ainda me ameaçou, mas quando a Ana descobriu resolveu em dois tempos a situação. Por falar nisso, hoje temos um almoço na piscina com toda a família. E tô louca pra ver meus amores reunidos, estou com saudades de todos.
- Oiii. Tia Li chegouuuu....
- Tia Li...- as crianças correram em minha direção.
Logo atrás vinha o Caio com uma corridinha desengonçada.
- Ti Li.  - Amava o jeitinho que ele me chamava.
- Aí minha coisa delícia da tia... Agarrei os três. Peguei o Caio no colo e fui em direção a piscina quando fui interrompida por alguém atrás de mim.
- Você ficaria linda de mãe.
Meu sangue congelou. Sei que não deveria pois já se passou bastante tempo, mas meu corpo ainda ferve por esse imbecil.
- De repente serei sim.
- Podemos conversar?
- Davi, acabei de chegar. Nem cumprimentei ninguém, estou louca de fome e você quer uma DR? Por favor.
- Não precisa ser agora, só me diz que podemos conversar. Pode ser quando e onde você quiser.
Respirei profundamente, já estava cansada disso. Ele estava me cercando a tempos, desde antes do meu término. Tinha que colocar um ponto final nessa história. Já estava ficando chato.
- Ok. Hoje à noite no meu apartamento. As 20h em ponto.
- Está bem. Estarei lá.
- Só fique sabendo que será definitivo, então acho bom que entenda que não quero voltar a nenhum assunto a partir de amanhã. Pois hoje isso termina.
Virei as costas e sai. Nem olhei para trás.

Davi

Ela me deu uma chance de tentar me redimir. E não posso perder a oportunidade.
No horário marcado estava em frente a sua porta. Pensei que ela poderia fazer comigo o mesmo que um dia eu fiz com ela, em deixa-la esperando por mim em um jantar. Mas assim que toquei sua campainha a mesma me atendeu. Não estava arrumada para sair ou mesmo para receber alguém, mesmo assim foi o jeans e a camiseta desbotada mais linda que já vi em minha vida.
-Nossa, como está linda.
Ela simplesmente revirou os olhos e pediu que eu entrasse.
-Então fale o que quer falar. Que um café, uma água, um suco?
-Suco por favor.
Assim que ela saiu para a cozinha, vi que em sua tv passava um clip com uma musica antiga chamada Into my life. A musica era bem propicia pois a queria em minha vida.
-Aqui está.
-Não sabia que gostava de músicas mais antigas.
-Na verdade não sabe muito sobre mim. Na verdade, não prestou atenção no período em que esteve aqui. Pois sempre escutei músicas assim.
Me senti mal pelo comentário verdadeiro, não havia percebido todas as músicas que ela gostava, ou que ficava linda com camiseta, ou como era lindo o fim do dia pela janela do apartamento, nem como as cortinas brancas tinham pequenas rosas amarelas desenhadas que ao balançar com o vento agradável que entrada pela grande janela ficavam mais douradas. Não tinha visto cada detalhe que aquele pequeno cômodo tinha dela.
-Desculpe não ter te dado toda a atenção que necessitava ter.
-Eu sinto mais por ter perdido tempo achando que havia um futuro. Mas enfim, diga o que quer dizer e vamos acabar com isso de uma vez.
Contei tudo desde o início, como minha família era e como tudo tinha acontecido para ajudar meu pai que hoje nem mesmo fala comigo depois dessa situação ridícula que aconteceu.
-Enfim perdi toda a confiança do meu pai quando ele descobriu como foi que te enganei e como tudo foi se desenrolando. Mas minha mãe esta do meu lado por saber que tudo que aconteceu não foi somente culpa minha.
- Davi, a Ana me mostrou todos os documentos, as fotos e vídeos que vocês conseguiram. Mas não justifica o que aconteceu. Você mentiu, enganou e magoou de mais a mim.
- Lilian eu sei disso, sei que o que fiz não tem desculpas, mas te imploro uma segunda chance. Me deixa te provar que pode confiar em mim.
- Não sei Davi, não quero passar por tudo novamente. Não quero...
- Nunca mais terá que passar por isso, eu imploro uma nova oportunidade. Eu nunca mais fiquei com ninguém desde que nos separamos, não tinha interesse em mais ninguém a não ser você.  - neste momento já estava de joelhos.
Ela respirou fundo e me mandou levantar e se levantou também.
- Façamos assim, você tem que me mostrar mudanças reais. Se der qualquer derrapada, pode esquecer pois não te ouço ou vejo mais.
- Obrigada, não vou jogar fora essa oportunidade.
Estava tão feliz que nem percebi quando a derrubei no sofá pulando sobre ela.
A beijei com tanta vontade e tanta saudade que se pudesse a sugava para dentro de mim e a manteria ali.
Quando vi já não era mais eu ou ela, éramos nós. Não havia mais espaço entre nós, fomos tomados pela saudade que sentíamos e pelo êxtase do momento. Quando percebemos já era mão naquilo, aquilo na mão. Roupa jogada por toda a sala. O suor e calor emanando no ar.
A saudade nos consumia e quanto mais a tinha mais a queria. Suguei seu corpo e seu sexo como se disto dependesse minha vida. Nada mais me importava a não ser ela.
Nunca me vi assim, vulnerável por alguém. E não era paixão, era querer bem, era querer estar, era amor. E sentia que a troca era recíproca e isso tornava tudo mais intenso.
Chegamos ao topo juntos caindo um para cada lado do sofá. Não precisávamos de uma noite inteira de sexo, pois aquele foi o melhor, foi feito com amor, com saudade, com querer, com calor e com tudo mais que poderíamos ter um para o outro.

DIFERENTEOnde histórias criam vida. Descubra agora