50 - VAMOS COMEMORAR

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Rafael

O fim do ano está chegando e com eles as comemorações da empresa e algumas festas mais particulares.
Este ano haverá um jantar para os funcionários com premiações.
Mas já ouvi o boato de que vão a uma boate para confraternizar.
Logo em seguida vai ter o lançamento da Ana, fiquei sabendo pelos corredores, pois ela convidou a Talita e mais duas meninas da empresa para desfilar, e a euforia delas é de enlouquecer.
Fiquei sabendo que será no início de janeiro.
- E aí meu irmão. Vai na balada com o pessoal né.
- Cara não tô nem um pouco afim, até porque Caio tá meio doentinho e nem mesmo fui convidado.
- Só pra constar, ele é filho dela e não teu, outra o convite foi feito de boca em boca e é só prós funcionários, sem casal.
- Não sei não cara. Não tô afim mesmo.
- Olha só, o lugar não vai ser exclusivo, então quer dizer que vai ter umas mulheres interesantes. Por que sei que você não tem comido aquela bruaca.
- Isso Davi, fala mais alto porque acho que o prédio da produção não escutou ainda.
- Cara é real. Você é um cara é... Muito... É....
- Bonito, gostoso, gato.
- Esquece não vou falar que você é essas coisas, somos amigos, mas não exagera. Enfim. Quando foi a última vez que comeu alguém?
- Semana passada.
- Como assim? Não me diz que você tá dormindo com a...
- Não cara, apesar de ela tentar, e tentar. Não consigo deitar com ela. Nem sei por que ela ainda tá do meu lado. Acho que ainda tem esperança que me apaixone por ela.
- Ta, mas então quem foi?
- Paguei.
- Credo cara chegou ao fundo do poço.
- Meu amigo, não consigo ficar com ninguém por sentimento. Mas preciso liberar as energias. Por tanto. Melhor pagar e não ter cobrança e nem que fingir demência no dia seguinte.
- Então é isso, amanhã você vai sim. Vou passar e te buscar.
- Cara eu não vou. O pessoal não vai se sentir a vontade.
- Cara, metade desta empresa quer dar pra ti e pra mim. E a outra metade é homem. Se bem que isso não tira a possibilidade de ter quem queira nos dar ou nos enrabar deles.
- Como você fala merda. Como pode ser meu amigo.
- Por que é essas merdas que te fazem não surtar de vez.
Atirei a cabeça rindo. Ele é uma figura quando não está em uma crise de nervos.
- Então beleza. Te pego amanhã às 22horas.
- Cara eu não.
- Tchau Rafinha lindinho do meu coraçãozinho.
Ele saiu da sala e fiquei pensando se teria razão. Mas não estava a fim de gente e barulho.
Tenho passado bastante tempo com o Caio e é o que não me deixa desabar. Ele tem me dado força pra seguir em frente.
- Senhor, chegou uma encomenda para o senhor.
- Pode me trazer, Talita.
- Com licença, chegou essa cesta senhor e tem um bilhete.
- Obrigada Talita, pode ir.
Nunca havia recebido uma cesta, nela havia champagne, doces, frutas e flores. Um cartão dentro da cesta e um fora.
" Sei que a muito não nos falamos, mas você foi a primeira pessoa a me dar uma oportunidade de mostrar meu potencial, gostaria muito que aceitasse, meu presente. Abraços, Analua"
Ela havia se comunicado. Não acredito, depois de tanto tempo. Saudade até da letra dela. Que idiota eu sou. Qual o medo que eu tenho? Não sei... Me sinto amarrado a situação atual.
Peguei o outro envelope que era bem maior. Muito delicado. E dentro com papel preto, com uma grafia em prata bem moderna estava o convite do seu primeiro desfile. Que seria dia 15 de janeiro. E junto havia duas pulseiras para mim e um acompanhante.
Fiquei tão feliz pela lembrança que ela teve de mim. Não esperava ser convidado, e muito menos que ela tivesse a grandeza de, mesmo não gostando da Tayla, mandar duas pulseiras.
Chegando em casa estava tão feliz que ela estranhou.
- Nossa o que houve, qual o motivo de toda essa felicidade?
- Nada, é que hoje eu recebi um..- parei e pensei um pouco e não iria dizer nada por enquanto, fora que não podia dizer a ela que essa felicidade é por causa da Ana.-  um telefonema muito bom, que nos vai trazer um otimo investidor.
- Nossa que ótimo. Parabéns.
- Obrigada, há! Amanhã talvez eu saia com o Davi. O pessoal da empresa está querendo confraternizar numa balada e ele tá tentando me carregar.
- Hum... Balada, faz tempo que não vou a uma. Se não fosse Caio iria junto... Talvez dê pra ir sim. Posso ver com a Ju se ela pode ficar com ele e...
- Nem tenta. O Davi disse que só vai os funcionários, já que vai ter a festa da empresa para se levar a família.
- Haa! Ta bem...
- Enfim. Ainda não sei se vou, não quero mas ele está insistindo, diz que vai ser bom. Pra eu desamarrar a cara.
- Vai mesmo aproveita. Por que sei que está muito atucanado com o coquetel de lançamento da coleção de outono em fevereiro.
Isto é verdade, estou mesmo um nervo só. Subi tomei um banho, brinquei com Caio até ele se cansar. Depois de jantarmos, o coloquei para dormir e também fui me deitar.
- Rafael, posso falar com você?
- Pode, o que houve?
- Então, não temos mais nos falado tanto quanto antes e não me deixa te tocar. Sei que não me prometeu nada, mas tenho sentido você cada vez mais distante. Tem certeza que quer continuar com essa situação do casamento? Sei que pediu para que marcasse a data e que organizasse o que falta. Mas como não temos conversado, achei por bem adiar a data. E parar um pouco com essas coisas.
- Você quem sabe, deixei tudo por você, pois não tenho tempo e jeito pra isso. Então o que decidir tá decidido.
- Esta bem. Vou deixar você descansar. Amanhã vai no parquinho com o Caio?
- Creio que não, ele ainda tá meio gripadinho é melhor prevenir.
Ela suspirou e acenou com um positivo de cabeça e saiu.
Fiquei pensando na cesta que a Ana me enviou. Fiquei tão feliz que pedi a Talita um vaso para as flores e a cesta com algumas frutas está na minha sala. Comi algumas coisas dela. E estava delicioso.
E foi assim que adormeci, pensando nela.

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