32 - O INESPERADO E INDESEJADO

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Analua

Foi algo interessante o feito que acabou de acontecer. Estava gostando daquela brincadeira. Rafael era um tanto interessante, hora era tímido outra me atordoada como nenhum mais conseguiu. Era carinhoso em tudo e atencioso nos detalhes.
Estava indo até a Talita para lhe pedir uns relatórios que estava precisando e iria até o refeitório pegar um café e algo pra comer.
- Oi Tá, meu amor pode por favor... O que houve? Pq estava pálida assim? Esta se sentindo bem?
Talita estava pálida e com o olhar perdido, parecia que tinha visto um fantasma de tão branca.
- Não sei se estou bem. Vi o homem mais lindo e arrogante da minha vida.
- Nossa e onde está esse homem lindo?
- Sério Ana, ele é espetacular. Tem um ar misterioso e deve ter muito dinheiro porque é sócio da filial de New York e tem um porte de tirar o fôlego. Está na sala do Rafael.
- Nossa, preciso ver esse homem todo. Vou dar uma desculpa qualquer e vou lá. Depois volto aqui pra te dizer se descobri algo. Te acalma e toma uma água.
Ela me acenou e eu fui em direção a sala do Rafa. Bati na porta e ele disse pra entrar. Ia dar qualquer desculpa e ver o tal Deus grego mal educado.
- Rafa, desculpa preciso das planilhas de faturamento do mês.
Rafael estava tão assustado quanto Talita e bem desconfortável pelo que vi. Nem deu tempo de me responder e o cara se virou, foi se levantando com um sorriso sacana no rosto e vi Rafael pressionar o maxilar.
- Olá. Sou Marcos Junior, novo sócio da filial de NY e você é? - o tom arrogante de dono da porra toda me deixou alerta.
- Olá sou Analua Andrade Braga, erdeira desse império e atualmente assistente do Rafael.
Ele me olhou com mais brilho nos olhos.
Sim ele era um Deus. Os olhos provocadores, misteriosos, um sorriso malicioso envezado. Um pedaço de homem. Mas não sei por que não me remetia confiança. Parecia prepotente, ambicioso. Coisa que não gostei muito. Sabe aquela coisa de lindo porém cafajeste? Bem isso. E esse tipo eu cheiro de longe.
Lógico que não tenho pretensões de mostrar que mando aqui. Mas ele deu ares de que gosta de pisar nas pessoas e o jeito que ele disse ser o novo sócio não foi agradável.
- Nossa, senhora Braga, seu pai não me disse que era tão linda assim.
- Derrepente por ele não achar necessário ficar arrematando a filha dele para o primeiro par de olhos bonitos. Até porque se o fizesse primeiro que não teria minha permissão e segundo por ter os olhos bonitos por aqui mesmo.
- Hum... Arisca você.
- Não mesmo querido, só não sou mercadoria para ser apresentada como tal. E outra é senhorita e não senhora.
- Bom saber que é senhorita. Fica mais fácil assim para convidá-la para um jantar comigo.
- Mas nem fudendo. - vi Rafael pular da cadeira onde estava contorcendo - se de raiva. - vamos parando por aí. Você chega aqui com a maior pose do mundo, diz que é sócio da empresa. Que lhe devo obediência, debocha da minha cara e ainda quer sair com a Ana? A vai tomar...
- Calma Rafinha - que tom era aquele de intimidade? - não sabia que já pegava a filha do chefe.
- Primeiro, senhor Marcos, já informei que não sou mercadoria, por tanto não há quem me "pegue" como você diz. Segundo que saio com quem eu bem entender. E terceiro é que não, não vou sair com você. Detesto pessoas arrogantes, que crêem que um cargo seja mais importante que as pessoas.
- Dinheiro é mais importante que as pessoas. Quem tem dinheiro compra tudo o que quer.
- Certamente meu pai nunca lhe ouviu falar deste modo ou não foi com ele os tratados da sua sociedade, pois não sei se sabe mas a nossa empresa zela muito pelo funcionário e por todos em geral. Por tanto você está fora do seu abtat natural.
- Rafinha, se um dia essa mulher montar em ti me avise, que assistir de camarote sua arrogância sendo posta no chinelo. Ela vai mandar e você obedecer.
- O que sabe de mim rapaz? Nada. Por tanto não venha com a intimidade que eu nunca deixei você ter. Já que sempre se aproveitou de todos a sua volta. - Rafael estava furioso e era visível, só não sabia ao certo por que.
- Enfim. Recado dado. Agora é só curtir.
Ele pediu licença e passou por mim logo que Talita abriu a porta para trazer os papéis que havia pedido. Ela tropeçou e caiu no chão assim que abriu a porta.
- Cinquenta Tons? - ele sorriu se insinuando para ela, lhe estendendo a mão.
Ela ficou vermelha e não sabia como agir.
- Desculpa. Me atrapalhei. - E foi juntando os papéis.
Ele foi abaixar para ajudar, mas Rafael estava irado.
- Saia. Ela não precisa da sua ajuda, já que isso você não sabe fazer mesmo. Ser prestativo não é com você. Sai daqui que eu mesmo auxílio minha secretária.
O vi levantar imponente e sorrir debochado de Rafael e sai porta a fora.
O que está acontecendo aqui?

RAFAEL

Não acreditei quando o elevador revelou uma das pessoas que mais me estressam na vida. Júnior definitivamente não era nem de longe quem eu esperava ver.
Estava realmente sem entender a brincadeirinha dele, porque aquilo só podia ser brincadeira.
Estava tão atônito que ele passou por mim sentou- se em minha cadeira e ficou me olhando com certo deboche.
- Então, não vai dispensar sua secretária?
Olhei ao meu lado e Talita estava como um dois de paus parada branca como um papel.
-Talita, nos de licença por favor.
Ela somente balançou a cabeça e saiu.
- Gostosinha sua secretária. Ta pegando Irmãozinho?
Sim isto mesmo o infeliz é meu irmão.
- Mais respeito por Talita, ela não é assim. Minhas funcionárias são decentes.
- SUAS funcionárias? Nossa não sabia que já estava neste patamar.
- Você não sabe nada da minha vida. Não faz parte dela.
- Pois vou passar a fazer. Entrei com sociedade com Roberto. Em New York e você vai ser meu subordinado. - ele ria muito. Daí foi parando e fez sua cara de cafajeste.
- Terminou? se entendi bem, você deu o golpe em alguma velha rica, entrou com sociedade com o Sr Roberto, achando que ele é trouxa e agora jura que manda em tudo?
- Nossa como é bom de percepção. Estou impressionado.
- Nao, só conheço aproveitadores de longe, e pra te contar, Sr Roberto pode parecer idiota, mas não é.
- Ele pode não ser para outras pessoas, mas para a esposinha é. Por tanto, é pra mim.
- Há! Entendi. Tu tá comendo aquela mulherzinha que se faz de boa pra ele.
- Sinto muito, fazer o que se sou uma delícia.
- Vai cair logo do cavalo quando Camila perceber o que você quer ou quando achar outro pau pra pular encima.
- Hummm. Ressentimento por ela ter preferido a mim?
- Nenhum pouco. Faça bom proveito daquela enjoada. Ela já quis me dar inúmeras vezes, mas eu finjo que não percebo as indiretas.
- Sempre o certinho, nunca faz nada errado.
- Não sou trouxa de me ferrar por alguém que nem vale a pena. Já fiz isso por você e me dei mal agora esquece.
- Quem nasceu pra ser laranja, sempre será laranja.
Eu ia levantar quando Ana entrou na sala e a coisa deu uma piorada boa.
Mas a Ana dava latada atrás de latada. Vi o interesse dele. Mas não vi recíproca dela.
Assim que ele foi embora e ficou somente nós dois, contei a ela quem ele era e ela ficou surpresa por sermos tão diferentes.
- Ele é gato, mas nem na aparência são iguais.
- Primeiro gato é o meu pau de óculos e segundo sou filho do primeiro casamento de minha mãe, mas meu pai morreu quando era bebê e ela logo casou com o pai desse babaca.
- Bom. Tenho que concordar que genética boa vocês tem. São muito delícias. E com toda certeza o seu pau é beeem gato e de óculos tenho que ver pra tirar conclusões. - comecei a rir. Só ela pra fazer isso quando estou tão nervoso.
- Você não presta mesmo. Só você pra me fazer dar risada do desespero. - A prensei em uma parede e a beijei. - então quer dizer que meu pau é realmente gato?
- Muito.
- Interessante, porque o gato tá te querendo de mais.
- É mesmo? Que ótimo. Mas creio que agora não dê, temos uma reunião daqui a uns cinco minutos.
- Puta merda. Tinha me esquecido. - Corri para arrumar uns papéis que precisava tirar cópia. Liguei pra Talita.
- Talita, preciso que tire umas cópias para mim.
- Se for para a reunião já estão prontas aqui comigo todas em pastas separadas.
- Não sei o que faria se não estivesse aqui para cuidar das minhas coisas.
- Capaz senhor. Só faço meu dever.
- Mesmo assim, obrigada.
Desliguei o telefone é fomos em direção a tal reunião. Mal sabia eu que essa reunião me faria ter palpitações.

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