46 - MUITO MAIS DO QUE SE PODE PEDIR

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Rafael

Sei que sou o mais idiota, não faço grandes coisas certas na minha vida pessoal, mas ela dizer que se apaixonou por mim. Foi o apse na minha vida.
Quando dei por mim já a tinha em meus braços, não me contive e nem queria. Foi um beijo calmo. Nada de agarros e mãos passeando. Só dois corações que se gostam se encontrando de algum modo.
Aos poucos ela foi me afastando e ficou um tempo com a testa colada na minha.
- Rafael, não me confunda mais, nem me machuquei mais. Estou tentando retomar as rédeas da minha vida.
- Ana, eu não quero...
- Foi a última vez que isso acontece. - e se afastou, foi até a mesa pegou a bolsa e me olhou, com um olhar cansado, até triste - como disse daqui dois meses tudo tem fim. E nestes dois meses as coisas vão ser indolores prós dois. Chega de se magoar. Boa noite Rafael.
E saiu me deixando sozinho com seu perfume que já havia impregnado nas paredes daquela sala.
Não me demorei a sair, dirigi pra casa cheguei fui ver o Caio. Tayla me questionou o que eu tinha, disse a ela que não queria conversar. Fui ao quarto, tomei um banho e me joguei na cama apagando logo em seguida.
Os dias seguintes foram difíceis, ela não falava muito comigo, só extremamente o essencial, a via sempre saindo com o tal Tony, que era figura marcada aqui para buscá-la.
Eu não conseguia me concentrar direito nas coisas e não dormia mais direito.
Nada mais me alegrava a não ser ver o Caio crescer.
Tenho me enfiado no trabalho e a vejo muito pouco apesar dela trabalhar ao lado. Perdi peso pois não tenho fome e tenho sentido fraqueza no corpo.
- Menina tu viu o pecado que a Ana tá namorando?
- Não vi, ele sempre espera ela na saída, mas ele ligou esses dias atrás e enquanto ele aguardava pra falar com ela escutei ele dizer que iria pedir ela em casamento. Mas não fala nada pra ninguém pois pelo que ouvi vai ser surpresa.
- Aí que lindo, além de gato, gostoso ainda é romântico. A Ana merece, ela é linda e um amor.
Ouvi a conversa de Talita com outra moça do setor de RH conversando e não gostei nada do que escutei Talita dizer.
Avisei que não voltaria e sai do escritório sem nem olhar para trás. Estava me sentindo pior do que já estive. Fui a um bar que ia quando queria beber algo para pensar, mas acabei pensando demais e com isso também bebi muito.

Tayla (bônus)

Rafael anda estranho, vem perdendo peso, está pálido e sem vida. Não sorri e nem conversa mais, tenho notado que sempre que pode bebe algo, coisa que não fazia antes.
Tenho escutado ele andando pela casa a noite e quando não está zanzando escuto a tv ou o rádio do quarto ligado a noite toda. Percebi que depois que Analua voltou ele está mal. O triste é que não pedi que ficasse, nem o estou impedindo de ir. Ele tem insistido no casamento mas não tenho visto quase nada mais. Não o quero ao meu lado do jeito que está.
Vai fazer dois meses que ele está neste estado. Não sei o que está acontecendo, mas tudo me diz que é por causa da Ana. Não fui com a cara dela, mas isso não significa que não seja boa pessoa, até porque pelo que ele me contou sobre ela não tem como ela ser ruim.
Ele é um bom homem, apesar de tudo tem me ajudado muito nestes tempos difíceis. Mas já estou resolvendo tudo em minha vida e não vou atrapalhar a dele. Logo vou embora e ele ficará livre de mim. Só acho que vá sentir falta do Caio, assim como o Caio dele. Mas isto é resolvido com visitas.

Analua

Tenho estado bem atarefada nos últimos tempos. Tenho saído sempre com o Tony, ele é gato, gostoso é cavalheiro, mas ainda não é o que queria. Ele é ótimo um cara sem igual, mas não consigo gostar dele como ele merece. Ele disse que me ama, mas ainda acho que está confundindo tesão e gostar com amor.
Hoje é meu último dia na empresa. Evitei o máximo que pude o Rafael, me doeu muito ter ele tão perto e tão longe ao mesmo tempo. Mas foi um mal necessário.
Estou organizando minhas coisas para minha ida embora. E o Tony disse que vai vir me ajudar a levar as coisas para casa.
- Está indo mesmo Ana?
- Estou sim Tatá.
- Vou sentir sua falta.
- Não sinta, sempre que pudermos vamos nos ver, fora que já disse que quando minha empresa ficar pronta você vai ser minha assistente pessoal.
- Vou esperar, vai ser ótimo trabalhar pra você.
Minha amizade com Talita tem crescido muito, ainda mais agora que estava perto de minha partida. Ela tem ido em minha casa e já saímos algumas vezes para dançar e beber. Lilian está quase se mudando para a casa dela. Então estou achando minha casa que tanto sonhei muito grande para mim.
- Ana, Sr. Tony lhe aguardando na recepção.
- Peça que ele suba por valor Maria.
- Ok.
Então é isto, vou me despedindo da sala e de tudo que vivi aqui.
- Ana, tem um pecado estacionado aqui na recepção.
- É o Tony, pede pra ele vir a minha sala.
- Putz, ele ouviu eu falando.
- Talita, não precisa ter vergonha. Ele sabe que é um pecado.
- Tá, tô roxa de vergonha aqui, vou pedir para que ele entre.
- Sr peca.. Tony, segunda sala a direito.
- Obrigada delícia.
- Meu Deus Ana, juro que não dei mole pro teu namorado.
- Calma Talita, ele é assim mesmo, gosta de constrangido as pessoas, e não é meu namorado. Ele é algo sem definição ainda.
- Depois nos falamos o chefe chegou com cara de que vai engolir alguém.
Assim que Talita desligou o Tony entrou em minha sala, analisando tudo. Veio até mim e me deu um beijo.
- Então é aqui sua linda toca?
- Sim, aqui que me atolava de papéis.
- Mas vale a pena só por esta vista.
- A isto sim.
- Então pronta? Posso levar suas coisas?
- Pode sim, só não fica mexendo com a Talita.
- Por que? Ciúmes?
- Não, só que a coitada se perde toda. Tadinha.
- Está é a graça, mulheres lindas se perdendo por nem saber o quanto são bonitas.
- Você não presta.
- Só presto quando estou com você.
- Não começa homem, leva isto para meu carro tá no estacionamento do subsolo coberto. Logo estou descendo, vou me despedir do pessoal.
- Tá ok, mas não demora com esse seu chefe aí.
Quando ele desceu fui até o Rafael dizer que já estava de saída.
- Com licença.
- Diga.
- Só vim me despedir e agradecer por tudo.
- Já despediu.
Aquilo me deu nos nervos e tudo que queria era esganar ele.
- Olha aqui seu muleque mimado de uma figa. Da última vez que fez assim comigo relevei, esperei e chorei. Desta vez pode espernear que tô cagando pra você. Você é mesquinho, mimado, estupido, orgulho e acaba com qualquer oportunidade de criar boa vizinhança que possa aparecer. Espero que você caia em si e veja que as pessoas que mais gostam de você é as que mais você afasta por burrice e ignorância
- Ignorante, eu? - veio bravo se aproximando perigosamente. - você diz que ficaremos somente como desconhecidos. Passei esses dois meses te vendo de longe, quase nunca falávamos. E ainda via você sair daqui com aquele, aquele... Boneco de academia. E agora fico sabendo que vai se casar você quer que eu seja o que? Não consigo desejar boa sorte e felicidades ao casal.
- Perai. Casar? Da onde tirou isso?
- Falei de mais.  Esquece isto.
- Esquece um caralho de asas. Onde ouviu isto?
- Pelos corredores, ouvi que ele vai pedir.
- E então tirou a conclusão de que vou me casar por ter ouvido  boatos?
- Se ele pede, você aceita é assim que funciona quando se está em um relacionamento sério com alguém.
- Primeiro não lhe devo satisfação da minha vida. Mas já que tem tanto interesse assim. Não estou em um relacionamento sério. Outra, não é assim que funciona não.
Ele estava perto de mais é isto não era nada bom. Tentei me afastar mas dei de costas com uma parede e fiquei encurralada.
- Ana, não vá. Não digo ir embora, pois sabia que acabaria seu estágio, digo não saia da minha vida de novo. Não fica com ele.
- E ficaria na sua vida como? Não ficaria com ele, mas ficaria com você, como? Sendo sua amante, já que a titular não transa com você? Ou por que ela é tão importante que não pode retirar sua palavra e eu teria que me submeter a ser a outra?
- Não. Não te pediria isto. Me precipitei. Não é isto. Não suma da minha vida. Preciso de você como pessoa. E não fique com ele, pois. É... Por que me dói.
- Te dói? Tem noção da minha dor? De quanto eu sofri com seu afastamento? Com seu bendito casamento? Ou filho? E vem me pedir o que não fez?
- Sei que não tenho direito nenhum.
- Não tem mesmo, e não vou permitir isto. Por tanto me de licença - o afastei e fui até a porta - vim somente ser cordial. Poderia nem ao menos ter agradecido. Mas aqui estou. Por tanto se contente com isto. E boa sorte na sua vida e no casamento.
- Sai o deixando no mesmo lugar. Me despedi rapidamente de Talita, pois a verei no fim de semana, e sai. Queria chegar em minha casa. Só um banho quente e um brigadeiro iriam me ajudar a ficar bem agora.

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