21. DE VOLTA AO PASSADO

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ANALUA

Minha felicidade foi reduzida. Sai de lá sem olhar para trás, não queria mais respirar onde ele estava respirando. Senti um frescor na pele, entrei no meu carro é dirigi. Nem sabia para onde estava indo, só sei que precisava ir.
Peguei a auto estrada. Meu telefone tocava incessantemente, simplismente o desliguei e liguei o rádio precisava escutar as músicas tristes que me trazem conforto. Estava em direção a o único lugar em que minha alma descansa, o mar.
Temos uma casa na praia e não fica tão longe da cidade e a chave da casa estava sempre na bolsa. Ninguém sabia que quando estava me sentindo mal ia para lá, nem mesmo Lili sabia disto.
Chorei muito, minhas feridas se abriram e eu precisava exorcizar isso de mim, não o quero mais, então por que ainda doía tanto?
Cheguei na casa. E fui direto a praia que nesta época está deserta. Entrei no mar frio do jeito que estava largando pra trás somente as sandálias que me atrapalhavam a caminhar. Me atirei e só sai quando senti meu corpo exausto de tanto chorar, gritar e ser golpeado pelas ondas que batiam.
Fui até a casa, tomei um banho quente, e me atirei na cama como estava e chorei mais o resto da noite. Até adormecer.

Lilian.

Já faz muito tempo que Ana sumiu, não atende o telefone. Estamos desesperados pois ela nunca agiu assim antes, nem mesmo quando o infeliz fez tudo com ela.
Já não sabia mais onde procurar.
- Li será que aconteceu....
- Nem termine seu pensamento Giovani (foto) ou vou fazer voce sair daqui a ponta pés.
- Aí desculpa tô tão preocupado que minha mente não pensa nada de bom.
Meu Deus onde será que Ana esta? O pior é que não queria admitir mas pensava a mesma coisa que Gi.
Já era quase 16 horas e nada dela dar sinal de vida. Derrepente escuto um barulho.
- Cadê meu telefone. Gi corre me ajuda a achar.
- Ta aqui Li, tava atrás da almofada.
- Alô, Ana pelo amor de Deus onde está? Ta tudo bem? Ta machucada?
Ouvi um choro baixo que me cortou o coração.
- Estou bem não se preocupem. Estou voltando pra casa. Só preciso que minha família não esteja ai por favor.
- Nao se preocupe, não estão, sua mãe está te procurando pelas ruas com o Carlos e o Dominik. Teu pai teve que partir cedo, obriguei seu Roberto a embarcar por que por ele ficaria, mas a megera deu showzinho. A linda tá aqui mas falo com ela e teu irmão foi atrás do infeliz.
- Lilian não, isso vai dar merda grande.
- Ana, para, chega de esconder isso, ele fez merda grande tem que arcar com as coisas.
Ouvi um suspiro triste.
- Ana só volta pra casa em segurança, tô te esperando o Gi tá aqui também.
- Li, pede desculpas pra ele e pede que também vá. Amo ele mas hoje ele só vai me fazer lembrar mais do irmão.
- Pode deixar converso com ele.
- Te amo.
- Te amo delícia, tô te esperando.
Conversei com todos que entenderam, e avisei tio Roberto e tia Alice.
Estava esperando Ana e me lembrei que tinha que avisar Rafael pois ele estava uma pilha. O acalmei e fiquei esperando Ana chegar.
E foi o mesmo que nada. Ela entrou me abraçou, chorou bastante abraçada e sem dizer nada subiu e se trancou. Nunca tinha visto ela assim.

ANALUA

Ainda não estava preparada para sair. Nem sabia quanto tempo havia se passado e eu sentada naquela janela, a Lili me chamando a toda hora para conversar ou comer. Não tinha fome, não queria nada, só tirar aquilo de mim. Difícil tirar de você suas primeiras experiências de vida, seu primeiro beijo, sua primeira noite, seu primeiro amor. Mas podia ficar com as lembranças de felicidade que pintei, o resto é que queria arrancar. Não precisava mais ser machucada. Eu deixava que aquilo me atingisse tanto que estava deixando tudo para trás. Destranquei a porta de tanta insistência da Lilian em soca-la e me deitei na cama, estava muito cansada.
- Ana, precisa se alimentar e abaixar este som. A dois dias que só pega a bebida que deixo na porta. Por favor, come algo.
Ela deixou a bandeja com sanduíche e um suco em cima da mesinha. Ainda não queria falar com ninguém. Só queria limpar aquilo de mim. Levantei, tomei um banho e me esfreguei até sentir arder quando a água quente caia na pele. Resolvi comer. E desci para a academia, precisava externar aquilo, pois só chorar não era suficiente.
Passei por Lilian que nem me viu.

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