51- VAMOS A FESTA

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Rafael

No dia seguinte o Davi me incomodou tanto que resolvi ir. Fazer uma social de no máximo uma hora e voltar embora. Não tinha ânimo pra essas coisas.
Ele me buscou na hora marcada e quando chegamos o lugar estava cheio, tinha muita gente do escritório, e da produção, até o pessoal da limpeza estava lá. Comprimentei todos e fui ao bar pegar algo para beber.
- Por favor uma cerveja.
Uma moça se instalou do meu lado sorrindo lindamente, era muito bonita e bem atraente.
- Como vai? Me chamo Valquíria. Desculpe passar na sua frente e pedir primeiro.
- Prazer Valquíria, me chamo Rafael. Não é problema nenhum. Fique a vontade.
- Pergunta clichê. Você vem sempre aqui?
- Não. Faz um tempo que não saio a noite é só vim por que o meu amigo praticamente me obrigou.
- Então agradeça a ele por te forçar a vir.
Ela sorriu sacana e eu correspondi. Ficamos conversando por um longo tempo. E quando vi já estávamos dançando e nos esfregando na pista de dança.
Mas foi quando olhei e a vi.

Analua

Talita e as meninas da empresa tinham me chamado para ir a uma festa de confraternização da empresa. Estava afim de sair um pouco, mas não queria encontrar com o Rafael. Elas disseram que não. Que ele não iria, que não saia mais a não ser para eventos de negócio. Frizei que não queria ir se ele estivesse, mas garantiram que ele não estaria.
Chegamos lá e estava bem animado, muita gente. O pessoal da empresa em peso. E avistei o Davi que logo veio me comprimentar. Entao eu e as meninas estávamos dançando quando me viro e dou de cara com o dito cujo se esfregando numa mulherzinha de quinta.
Aquilo me subiu o sangue a vontade que tinha era de matar ele.
Assim que ele me viu se desconcertou todo e quase derrubou a mulher. Eu me virei para não ver a ceninha, já estava louca para ir embora.
- Vocês me mentiram.
- Não Ana, nunca faria isto. Não sabia que ele vinha.
- Que droga, acabou com minha noite. Preciso beber.
Assim que o garçom passou juntei duas bebidas doces que ele tinha na bandeja, nem vi o que era. Só vi que era doce e forte. Bebi o mais rápido que puder. Resolvi que ficaria mais uns minutos e depois iria embora.
E quando vi estava me virando para o lado deles de novo.
Rafael já não estava mais tão animado, já a mulherzinha estava bem eufórica.

Foi quando tocou uma música e o vi olhando pra mim como se fosse um pedaço de carne e começou a cantar. Estava tão compenetrado em meus olhos que parecia que era só nós dois naquele lugar. Nunca fui de sentir vergonha, mas juro que senti as bochechar ficarem quentes e vermelhas, e não foi só as bochechas que ficaram quentes, eu tava com a calcinha encharcada. O triste foi ver a vaca dançando de costas pra ele tava louca pra arrancar ela dali a tapa, mas não ia me rebaixar. Ele não era nada meu.
Quando foi no meio da música não aguentei mais e sai dali, fui para a área externa onde tinha um lugar mais reservado, precisava respirar aquele calor estava me matando. No caminho peguei mais uma bebida e virei com tudo o que não ajudou em nada por que além do calor aumentar ainda fiquei levemente tonta.
Quando vi ele estava atrás de mim.

Rafael

Ela estava linda, gostosa, mavilhosa. Foi irresistível não me insinuar para ela. Aquela moça nada mais importava. Foi quando ela saiu e eu saí dando uma desculpa a mulher e fui atrás dela. A vi se escondendo em um cantinho escuro e não resisti.
- Para com isso, que te vi.
- Droga. O que quer? Atasanar mais a minha vida? Não está satisfeito em se apossar dos meus sonhos todas as noites?- merda, sua boca grande - a vi se repreendendo.
- Não vim atrapalhar nada. Mas fiquei feliz em saber que sonha comigo.
- Pois não fique, sonho não querendo sonhar.
- Mesmo assim. Isso significa que não me esqueceu.
- Fui me aproximando dela e ela indo para trás e quanto mais ela ia pra trás mais eu ia pra frente.
- Esqueci sim. Só tenho sonhos com você. - ela bate na parede.
- Não esqueceu não. Se nao, não teria ficado tão abalado por eu ter insinuado aquela música pra você, nem se importaria por eu estar me agarrando com aquela mulher.
- Não me abalei, só acho incrível você noivo de alguém se agarrando em outra.
- Sabe que não tô com ela. Pelo menos não na cama. Não homem e mulher.
- Ainda assim tem um compromisso com ela. Isso só mostra o quanto você não presta.
Dei meu olhar mais safado e meu sorriso mais sacana. Ela meche com meu coração e com minhas calças, essa mulher me mata só de me olhar.
- Não presto, mas você gosta. E só vou prestar quando você estiver comigo.
A encurralei e beijei seu pescoço, ela deu uma gemida.
- Rafael, não vou ser sua amante.
- Não quero que seja minha amante, não te rebaixaria a isto. Mas preciso de você.
- Então arruma está essa bagunça que você criou.
- Isso quer dizer que você...
- Não disse nada só que arrume a bagunça que fez. O tempo tá passando e as coisas estão acontecendo rápido de mais.
Não aguentei mais, a agarrei e a beijei. Foi um beijo sofrido, doido, cheio de saudade. Sentir sua boca macia, seu gosto. Que saudade eu sentia e ainda sinto dela. O corpo seus baço em meu pescoço e sua mão em meu cabelo. Apertava sua cintura, precisava tê-la, precisava sair dali.
- Ana, vamos sair daqui. Vem comigo?
- Rafael não posso sair contigo, não posso. Eu vou embora mas vou sozinha.
- Você não vai sozinha, você bebeu. Pode esquecer que não vai sair daqui dirigindo.
- Eu vim de táxi. Vou pegar outro pra ir embora.
- Não, deixa eu te levar.
- Não Rafa. Por favor. Preciso ir. Vim pra ficar bem pouco.
- Também ia embora rápido.
- Você tem companhia, termine sua noite. Aproveita.
Ela foi saindo me empurrando.
- Descupa, preciso ir.
- Ana, por favor. - fui indo atrás dela.
- Realmente preciso ir, antes que eu faço uma besteira.
- Então faça, preciso que faça uma besteira.
Estava ao lado dela, foi quando senti braços ao meu redor.
- Oi gato, sumiu. Estava te procurando. Vamos sair daqui pra um lugar mais tranquilo.
Ana virou, me fuzilou com os olhos. Agora era certo que tinha me dado muito mal.
- Viu Rafael, tua companhia está aí, aproveite e se divirta. - Virou as costas para sair.
- Gato, viu a gorda dizer. Aliás quem é ela?
A olhei indignado e ia a repreender, mas não deu tempo, Ana ouviu e voltou.
- O que tu disse coisinha?
- Ué, gorda. Não gostou? To pouco me lixando.
- Querida coisa siliconada, não sabe com quem tá mechendo. Acho bom se retratar antes que eu parta pra ignorância. Aproveita que tô calma.
- Mas nem ferrando, é gorda e pronto. Vai procurar um macho na lanchonete que você ganha mais. Vai fazer o que? Me engolir? Ou puxar cabelo.
- Como disse, errou a pessoa. Me nego a engolir porcaria e menos ainda puxo cabelo.
Foi quando vi o pé da Ana voar no estômago da mulher e ela ir parar encostada na parede. Quando vi Ana estava indo pra cima dela. Segurou seus cabelos levantando seu rosto.
- Só pra te dizer que sou ótima em box e acho bem legal marcar a cara de vagabunda que não sabe onde se mete.
Ana deu um soco na cara dela que a desmaiou.
- Ana, tá louca, pensei em segura-la. Mas já tinha visto ela brava daquele jeito. Foi quando vi os seguranças vindo pra cima dela.
- Se alguém tocar em mim vai ficar que nem ela.
Um cara ainda tentou acalmar, mas quase apanhou.
- Ana, vamos sair daqui por favor. Chega eu te levo.
- Vai levar porra nenhuma. Vou pra casa sozinha.
- Agora vai é um cacete. Vou te levar e pronto. Nem que apanhe você vai comigo.
- A cala a boca Rafael...
- Chega, - aumentei a voz - você vai comigo e ponto. Tô mandando. Agora, passa logo. Para de chilique.

Analua

Fulaninha atoa. Vai catar grama. Ainda dei uma de superior pedindo respeito. Mas ela não quis.
Ia responder a ele novamente quando ele alterou a voz e me "mandou". Mas aquilo me excitou tanto que não tive reação a não ser obedecer, nunca nenhum cara se atreveu a querer mandar em mim.  E creio que eu não deixaria, mas algo acendeu em mim que não tive nem reação.
Ele pegou em meu braço e seguimos para o carro.
Dentro dele mandei mensagem para as meninas dizendo que tinha ido embora, mas que estava bem. E o caminho foi feito em silêncio.
Quando chegamos na minha casa, aquele calor que tinha sentido quando ele falou mais alto, ainda estava lá.
Desci do carro, quase correndo, não podia correr o risco de cair em tentação. Ele ainda era noivo.
- Ana espera. Por favor, não corra de mim. Parei na porta e não conseguia me virar.
Ele se aproximou e meu coração deu um pulo, eu já não estava mais ali. Não sabia onde minha sanidade estava. Não queria que ele fosse. Não aquela noite. Parei o raciocínio, quando ele colou em meu corpo.
- Não me deixa ir agora, não hoje. Me deixa ficar com você.

DIFERENTEOnde histórias criam vida. Descubra agora