63 - O FIM COM UM NOVO COMEÇO.

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Lilian

A Ana estava muito nervosa, não sei qual o medo dela, mas sabia que não era pouco medo.
Fomos fazer todos os exames que o médico pediu.
Exames de sangue de todos os tipos. Depois de uns dias exames prontos e nada no sangue. Mais exames de imagem, e foi aí que veio o susto.

Ana
- Dra. Desculpa mas acho que o exame está errado.
- Não a nada de errado Ana, está aqui.
- Não pode.
- Pode Ana, e agora os cuidados são maiores. Leva agora o laudo pro teu médico e ele vai te dar todos os cuidados necessários a partir de agora e vai te pedir outros exames de sangue.
Sai de lá desolada esperando que fosse um erro de diagnóstico. Liguei pro Rafael ir me encontrar no consultório e não disse nada a ele, queria que o médico explicasse para nós dois o que estava acontecendo.
- Então Ana, o laudo que a Dra Elisa passou está exato com o exame de sangue que solicitei. Não te disse nada pois necessitava da certeza do exame.
- Dr. Robson. O senhor pode me explicar o que está acontecendo? Pois ela não quis me dizer do que se trata e estou bem assustado. O que ela tem?
Eu já estava em prantos quando ouvi as palavras do médico pro Rafael.
- Rafael, a Ana esta grávida.
- O que?
- Isto mesmo. Mas como a Ana já está com uma idade de risco e com todo o problema que a impossibilitava de ter filhos terá que fazer muito repouso. Principalmente nesses três primeiros meses. Mas não se preocupem vou pedir mais alguns exames que são necessários para o pré-natal, os que fizemos até aqui estão ótimos. Pressão normal.
- Meus Deus... Vou ser pai.... Aí meu coração...
Rafael estava com um sorriso de orelha a  orelha e eu tava em choque, mas a única coisa que queria saber era...
- E o bebê? Está bem?
- Sim o bebê está saudável. Ganhando peso e com 6 semanas. Vamos fazer todos os exames necessários. Ele vai ficar bem e você também desde que cumpra tudo a risca.
Saímos do consultório e eu nem tinha percebido que prendia a respiração.
Quando senti o ar gelado da tarde fria foi que soltei o ar e a ficha começou a cair.
- Vou ser mãe, não só de coração, mas de corpo também. Meu senhor.
Desabei em um choro soluçado. Rafael me amparou pois amoleci as pernas. Ele me conduziu ao carro e lá fui me acalmando.
- Agora temos que contar para as crianças.
- Ana, eles são adultos, não tem mais crianças a não ser o bebê que está vindo.
- Aí Rafael, sempre serão crianças pra mim.
Todos sabiam que não poderia ter filhos. Então convoque todos inclusive a Lilian e o Davi para um jantar em casa.

Lilian

Todos fomos jantar na casa da Ana. Sabia que ela tinha ido ao médico e estava apreensiva já que ela convocou todos a estarem lá. Chegando tentei indagar o que estava acontecendo, mas ela estava seria demais e não quis me dizer sem todos estarem juntos. Temia pelo pior já que a cara dela era de quem tinha c horado muito.
Quando todos chegaram se sentaram na sala, e aguardamos todos em silêncio.
- Bem, temos uma notícia para vocês.
- Mãe o que tá acontecendo? Porque todos estamos aqui e você estava chorando? - Iara estava apavorada.
- Minha filha. Você tá doente? Aí meu Deus não vou aguentar você sofrendo. Tô passando mal. - tia Alice estava pálida e se abanando.
- Gente. Estou grávida.
Todos pararam em silêncio.
- Ana que brincadeira sem graça é essa? Para de amenizar as coisas e diz o que você tem. Não aguentamos o suspense, preciso sabe o que tem pra procurarmos o melhor médico da área. Você vai ficar boa. - tio Roberto está furioso.
- Pai. Não é brincadeira. - ela sacou um exame e entregou a ele que ficou parado lendo e começou a chorar.
- Ai meu coração. Vou ter um ataque.
A tia Alice tomou o papel da mão dele e começou a pular e gritar. Foi quando todos queriam ver o exame. Foi uma gritaria tremenda. Ficaram todos eufóricos. Pensando como seria o bebê, se seria menino ou menina.
Percebi a Ana fingindo uma felicidade pra não desapontar ninguém, assim que todos foram para a sala de jantar a puxei para um canto.
- O que te deixa tão triste?
- Ai Li, sei que devia estar radiante, mas já havia me convencido que nunca ia acontecer. E se eu não for capaz de cuidar desse ser? E se meu corpo não aguentar gerar ele? Não sei como seria se o perdesse. Tenho muitos medos.
- Ana, tudo isso também senti. Mas vai ver que é capaz de muito mais do que imagina. Seu corpo é suficientemente forte e está te provando isso, já que gerou um amor dentro de seu ventre descredibilizando os médicos. Quanto a ser suficiente, você tem seus filhos todos bem criados e educados. Sabe que se precisar estarei aqui pra te ajudar em tudo que precisar sempre. Fique feliz minha irmã. Você merece isso, e vai tirar de letra, tenho certeza.
Ela me sorriu e abraços. Fomos jantar e a noite se modificou com um sorriso sincero da Ana e um Rafael que exalava felicidade.

2 anos depois

Quando a Iris nasceu a felicidade tomou conta da casa. Ana e Rafa brigam por bobagem quase sempre, mas não se separam nem pra ir ao banheiro. A vida tem sido boa para nós. Eu e Davi estamos a todo vapor com nossos trabalhos.
Posso dizer que somos felizes.

Analua

- Imaginou nossa vida assim?
- Na verdade não. Imaginei ter filhos, uma família, mas como é hoje não.
- Podemos dizer que deu tudo certo.
- Claro que sim.
- Olha só, nós duas aqui sentadas na beira da piscina olhando os nossos maridos fazerem o churrasco. As crianças já crescidas todas encaminhadas e adultas.
- Não tão adultas assim olha o Sebastian afogando Murilo.
- Só crescem no tamanho..
- Verdade, mas ainda tenho meu milagre. Pequenininho...
- Somos felizes Ana?
- Somos Li.
Olhamos nossos filhos e nossos maridos com sorrisos e constatamos que temos tudo o que precisamos bem aqui.

Fim...

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