Desci e vi que a Lili e Davi estavam se atracando no sofá. Sai sem fazer barulhos, pois não queria atrapalhar e nem que Lilian se preocupasse em me cuidar. Chega de vitimismo, já deu de choro, preciso reagir ao meu modo.
Peguei meu carro, coloquei algum rock (não me julguem gosto muito de rock quando estou depre, ajuda a estravasar a raiva).
Precisava tirar uma história a limpo e seria hoje, não posso deixar para depois.
Parei em frente ao condomínio e o porteiro da noite liberou minha entrada sem nem interfonar. Estranhei pois e se fosse um ladrão?
Enfim, vou falar isso para ele. Tem que conversar com o pessoal daqui pra colocar mais segurança.
Toquei a campainha e esperei e em pouco tempo abriram a porta.
- Oi. É... aqui não é o apartamento do Rafael?
- Sim é. E você é quem?
Uma mulher alta e muito bonita me atende analisando de cima a baixo. Ela não foi rude, nem nada. Me atendeu bem. Mas não fui com a cara da fulana.
- Eu sou a...
- Ana. O que faz aqui? - um Rafael com olhos assustados veio correndo. - e porque você abriu? Não teria nada que abrir a casa é minha quem abre porta aqui sou eu.
A moça levantou as mãos para cima e saiu da frente dele dando espaço para que ele fosse até a porta.
- Bom eu vim por que tinha que te fazer uma pergunta, mas não sabia que estava acompanhado. Então deixa assim, é melhor mesmo.
Virei as costas com uma sensação de derrota. Não sei o motivo de me abalar tanto. Sei lá derrepente o que minha mãe disse sobre mim fizesse algum sentido, mas sobre Rafael com certeza não. Queria sair rápido e parar de pagar aquele King Kong que estava pagando. O elevador não chegava nunca. E quando vi Rafael vindo em minha direção resolvi ir pelas escadas.
- Ana espera. Calma aí.
- Rafa, não quero atrapalhar suas coisas, não se preocupe comigo vai atender sua visita, não devia ter vindo sem avisar.
E descia cada vez mais rápido. Quando senti ser puxada algo que me fez cair sentada no degrau e bater com a bunda no chão.
-Ai...
-Ana, desculpe machucou?
- Só bati a bunda e tá doendo.
- E que bunda- ouvi Rafael murmurar.
-O que?
- Nada. Me desculpe.
Ajudou a me levantar e eu ainda estava alisando o traseiro quando vi que o mesmo não tirava os olhos das minhas mãos.
- É sério isso?
- O que?
- Vai ficar analisando minhas mãos alisando minha bunda?
- Eita... Desculpa, nem percebi que tava fazendo isso. Foi instintivo.
- Tão instintivo quanto teu pau duro?
Apontei para baixo, e ele ficou sem graça, colocou as mãos na frente do volume da calça de moletom. E que volume. Mas logo o soltou deixando a mostra e envezando um sorriso no rosto.
Foi vindo em minha direção e eu fui indo para trás até ficar entre ele e a parede.
Juro, parecia uma menina de colégio, onde o cara mais gato da escola quer beija-la, mas ela é tímida de mais para tomar uma postura e fica se sentindo envergonhada quando ele vai para cima dela.
- Isso. - pegou minha mão e colocou em seu volume - é por você. Só por você.
Engoli seco e ele avançou em mim.
Juro que não tinha o que dizer. Fui pega de surpresa. Não vim aqui para isso mas já estava sendo agarrada nas escadas. Onde não haviam câmeras e ninguém aquela hora. Minha boca foi preenchida pela sua língua e seus lábios me devoravam com intensidade. Estava subindo pelas paredes e ele sabia bem como fazer isso. Era o único que já havia me deixado totalmente satisfeita. Sempre lembrava do chão da minha cozinha. Depois daquele dia sempre lembrava de cada detalhe sórdido.RAFAEL
Foda-se. Agarrei mesmo. Já chega de bancar o encurralado. Queria ver se ela se garantia tanto quanto mostra, quando o cara parte pra cima. Ela respondia aos meus beijos e minhas investidas.
Ficou fácil me desvencilhar da sua marra.
Apertei sua bunda antes dolorida. E quanto ela menos esperava a virei de costas para a parede precisava dela agora, não aguentava mais esperar e bancar o cavalheiro em tempo integral perto dela.
A beijava o pescoço e a ouvia gemer me segurava para não acabar gozando nas calças só por ouvi-la e senti-la se esfregando.
- Gostosa. Amo sua bunda. Deliciosa.
A ouvia gemer baixo.
- Ana quero te comer agora. Mas não tenho como pois não temos camisinha aqui. Mas me espera que vou.
Nem terminei a frase e ela recobrou sua consciência e não me deixou terminar.
- Rafael. Para. -se virou pra mim me fazendo sentir falta daquele traseiro.- Vim para outra coisa e você tem visita. Talvez ela esteja te esperando já com a camisinha.
Vou pra casa, não devia ter vindo.
Me afastou e foi saindo.
- Ana. Espera. - A vi parar.- O que veio falar?
- Minha mãe e suas idéias loucas. Nem devia estar aqui. Mas já que estou e não sou de correr. Quero saber se está gostando de mim?
- Gosto de você. Se não não teria ido te ver e saber se estava bem.
- Não, não neste sentido. Digo se gosta de mim, paixão, além de sexo?
Putz. Tava tão na cara assim até para a mãe dela, que só me viu alguns segundos tinha percebido?
- Ehhh. Eu.... Eu... - comecei a gaguejar.
- Rafael cadê você?- Ouvi Tayla me gritar
- Esquece Rafa. Não devia ter vindo como já disse e você não tem que responder nada.
Ela virou as costas e voltou a descer as escadas.
- Ana, vai para onde?
- Pra casa.
- Me espera que em 1hora estou lá e te explico tudo.
- Não Rafa, pode se preocupar com sua visita. Eu tô bem.
- Sem discussão. Estarei lá em no máximo 1hora.
Ela não respondeu, então subi encontrando a pessoa que menos queria em minha vida agora.
- Tayla, vá embora. Não temos nada a conversar. Você já não faz parte da minha vida e isso é indiscutível.
- Rafa, sei que pisei na bola. Mas por favor me dá uma chance de corrigir tudo. Eu errei feio, quebrei a cara. Mas ainda gosto de você.
- Mas eu não. Sabia que esperei você voltar e dizer que tudo foi mentira, que tinha errado e que se arrependa...- ela me enterrompe.
- Então tô te dizendo, tô aqui de volta.
- 2 anos depois? Acho que errou na data. Sério fiquei meses mal por você. Me levei ao fundo do poço e se não fosse o Davi não sei o que teria me acontecido. Hoje não estou mais aqui pra você. Você é passado. Virou peça de uma lembrança que já foi. Sei que não é má pessoa e que nunca quis meu mal. Mesmo assim acabou comigo e hoje não quero mais você.
- Ok Rafa. Não vou insistir. Mas saiba que estou aqui ainda pra você, e que esse é meu novo telefone. Precisando é só me procurar, estarei esperando.
Ela colocou o papel em meu aparador ao lado da porta de saida e saiu porta a fora. E com ela se foi um suspiro de alívio de tudo que até então me fazia ainda sentir medo.
Ela foi minha noiva e foi por ela que era perdidamente apaixonado. Na época era um idiota que vivia para fazer seus caprichos. Tinha um amigo de infância que era inseparável, era sempre eu, ele e Davi. Sabia que ele era um galinha de marca maior. Mas nunca imaginei que iria dar em cima da minha mulher.
E foi assim que foi. Ela saiu uma noite em que brigamos e ele deu abrigo e o que mais ela queria dele. E depois de um mês me traindo com quase tudo pronto pro casamento ela disse que não me amava mais e foi embora com ele. Não houve discussão, nao fiquei chateado por ela não me amar mais, tenho consciência que não sou dono dela e ninguém manda em seus sentimentos, mas o que me feriu foi ser traído por duas pessoas que mais amava.
Fiquei mal de mais. Ainda não estava trabalhando para o senhor Roberto. Perdi meu emprego pois não ia trabalhar. Bebi de mais, fiquei doente. E Davi me cuidou o tempo todo. E só melhorei realmente quando minha vó veio e me deu uns tapas na cara e mandou dar a volta por cima. E quando digo tapas, falo de tapas mesmo, e que mão pesada tem aquela mulher.
Me reergui, arranjei este emprego e hoje sou o que sou.
Agora um tanto abalado por uma certa mulher maluca e extremamente linda e gostosa que conheci.
Preciso ir me arrumar para encontrá-la. Hoje tiro tudo a limpo e a tomo pra mim.
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DIFERENTE
RomanceAnalua é uma mulher gorda, meio doidinha, sem prega na lingua, persistente e muito teimosa. Rafael um homem que se acha e é uma delícia, de bem com a vida, confiante, que é bem persistente quando quer algo. Analua deixa Rafael doido com suas tirada...