Eu passei terça-feira todinha presa no meu quatro escutando minha mãe bater feito louca pedindo para eu abrir.
Foi a primeira vez em nove meses que à vi tão preocupada comigo.
Zoe, meu pai e você não paravam de ligar.
Eu ficava deitada na cama, encarando o teto, pensando em como eu tinha sido idiota.
Na quarta-feira eu tinha acabado de acordar, e a minha mãe chegou cinco minutos depois.
— Jennifer. - ela disse. — Você está me deixando preocupada, abre a porta, por favor. - ela pediu. — Eu não vou trabalhar hoje, e o Bili não está em casa, estamos só eu você. - ela disse. — Conversa comigo, por favor. - ela sussurrou. — Saí daí. - ela pediu.
Eu fiquei em silêncio, deixando uma lágrima cair, e ai escutei ela fungar, e respirar fundo.
— Eu vou sentar aqui. - ela disse. — E esperar você abrir a porta para mim, eu só quero que me conte o que aconteceu Jenn, eu juro que não vou te mandar para a psicóloga. - ela disse e eu levantei me sentando atrás da porta.
— Eu não devia ter me apaixonado por ele. - eu disse.
— Pelo Jace?. - ela perguntou. — O que ele fez?. - ela perguntou.
— Eu acreditei em cada palavra, acreditei quando ele disse que estava afim de mim. - eu disse.
— Jenn, o que ele fez?. - ela perguntou.
— Segunda foi um dos melhores dias desde que esse caos tomou conta da minha vida. - sussurrei.
— Jenn, me diz o que ele fez. - ela pediu.
— Ele estava com outra garota ontem. - eu disse.
O silêncio tomou conta de novo, e eu vi a sombra da sua mão perto da porta, e eu aproximei a minha.
Eu sentia tanta falta de quando ela me abraçava.
— Jenn, eu sinto muito. - ela disse. — As vezes, era só uma amiga. - ela disse.
— Eu tenho medo. - eu disse.
— De que?. - ela perguntou.
— Você já viu as meninas da minha escola? Tenho medo de me apegar à ele, e depois ele escolher elas. - eu disse.
— Jenn, você é linda. - ela disse.
— Não como elas. - eu disse.
— Você é melhor que elas. - ela disse.
...
Eu continuei no quarto, mesmo depois dela perdir um trilhão de vezes para eu sair pelo menos para comer. Eu não estava com fome.
Quando eu finalmente peguei meu celular, havia muitas mensagens, e eu abri as suas.
Jace: Jenn, por favor acredita em mim. (15:12)
Jace: Eu não fiz nada de mais, ela só me abraçou. (15:12)
Jace: Caramba Jenn! A gente estava na escola, acha mesmo que eu ia te machucar assim? E na frente de todo mundo? (15:12)
Jace: ME ATENDE, POR FAVOR! (15:26)
Jace: Jenn, por favor, me responde, me atende, conversa comigo, eu preciso falar com você!. (15:30)
Jace: Jennifer, eu nunca estragaria tudo com você, logo agora que a gente estava se entendendo, eu nunca estragaria isso. (15:35)
Jace: ATENDE! JENN, PPR FAVOR! (15:37)
Eu deixei o celular do meu lado, e respirei fundo, logo em seguida, escutei baterem na porta.
— Jenn?. - escutei a voz da Zoe, e era voz de choro. — Abre aqui, por favor. - ela pediu. — Eu estou preocupada, você não pode sumir e me deixar sozinha nesse mundo, naquela escola. - ela disse chorando. — Jenn! Por favor. - ela pediu.
Eu levantei e destranquei.
Ela sorriu aliviada, e deixou uma lágrima cair antes de me abraçar.
— Oi. - ela sussurrou se afastando.
— Oi. - eu disse trancando a porta de novo.
— Eu bati nele por você. - ela disse e eu ri. — Quando eu desci para o recreio fiquei te esperando, e você não apareceu. Ai eu fui perguntar se alguém tinha te visto e ele disse que você tinha ido embora. Eu comecei a bater nele, e disse que não era para ele te machucar, porque você é sensível. - ela disse e eu ri.
— Bateu com força?. - perguntei e ela riu.
— Bati. - ela sorriu.
— A culpa não é dele, eu que fui idiota de acreditar que um garoto como Jace, se interessaria mesmo por mim. - eu disse.
— E porque não se interessaria?. - ela perguntou e eu revirei os olhos. — As vezes, por alguns segundos, tenho vontade de socar a sua cara quando você se julga inferior as meninas da escola. - ela disse. — Olha para você Jenn! Meu Deus!. - ela disse.
— E essa mala?. - perguntei me referindo a mochila dela, jogada no chão.
— Vou dormir com você. - ela sorriu e eu ri. — Ele disse que não machucaria você. Foi embora depois do recreio. - ela disse me encarando.
Você tinha ido embora, mas eu não queria pensar que tinha sido por minha causa. Que estava triste porque havia me machucado.
Eu não queria pensar que se importava comigo à esse ponto, porque eu tenho certeza de que me apaixonaria ainda mais por você.
E eu não podia me apaixonar ainda mais por você Jace.