Sexta-feira.
Eu acordei sentindo você acariciando meu rosto lentamente de novo, como naquele dia.
Você acariciava meu cabelo, e depois passava os dedos levemente no meu rosto.
— Ta me gravando na memória?. - perguntei abrindo os olhos, e você sorriu.
— Não, estava admirando sua feiura. - você disse beijando minha bochecha. — Bom dia Jenn. - você disse.
— Bom dia. - eu disse me virando para você.
Você me abraçou apertado, e beijou minha bochecha novamente. A gente ficou abraçado por um tempo, e eu fechei os olhos sentindo o seu abraço apertado, que me trazia conforto.
Você começou a passar os dedos pelas minhas costas com delicadeza, me fazendo arrepiar, e eu sorri fraco sem que você visse.
Você me fazia tão bem.
O que a gente tinha, o nosso amor era forte demais, era intenso demais, e eu sabia disso desde o começo, mas eu não sabia, se você sabia disso.
— Eu vou tomar banho para irmos para a escola. - eu disse te soltando.
Você me soltou, e deitou de barriga para baixo.
— Você vai ficar deitado ai? Faz o café da manhã, enquanto isso. - eu disse jogando um travesseiro na sua cara e você sorriu.
— Tá. - você disse antes de levantar. — Mas só se você prometer, que não vai esquecer os calmantes quando a gente for morar junto. - você disse prendendo o riso, e eu ri.
— Babaca. Eu é que vou precisar de calmante. - eu disse indo para o banheiro, escutando sua risada.
...
Quando eu voltei para o quarto para trocar de roupa, você ainda não tinha voltado.
Eu me vesti, e sentei na cama para calçar o tênis.
Eu ficava pensando que quando a gente fosse morar junto, a casa teria que ser grande para que quando a gente cansasse, ou se irritasse um com o outro, tivéssemos a onde nos esconder.
Porque vamos combinar que as vezes você é insuportável, e as vezes eu sou insuportável, mas é só por brincadeira. Mas as vezes a gente realmente se irrita um com outro, é coisa de namoro, eu entendo.
Você entrou no quarto e colocou a bandeja na cama. Pegou sua toalha e correu para o banheiro, porque a gente estava um pouco atrasados.
Eu fiquei te esperando para tomar café, para não ficar te olhando comer sozinho depois.
Você voltou com uma toalha na cintura, e eu fechei os olhos para que você trocasse de roupa.
— Pode abrir. - você disse sentando na cama. — Ué, por que não comeu? Está ruim?. - você perguntou.
— Estava te esperando. - eu disse.
— Pensei que quando eu voltasse, ia ter comido a sua parte, e a minha parte junto. - você disse rindo.
— Idiota, eu jamais faria isso. - eu disse.
— Uhum. - você murmurou com a boca cheia.
— O que a gente vai fazer depois que sair da escola?. - eu perguntei.
— Eu tenho treino hoje. - você respondeu. — Vou em casa deixar a mochila, e voltar para a escola. - você disse me olhando.
Eu fiquei quieta.
A gente terminou de comer, você levou a bandeja lá para baixo, e subiu se juntando a mim no banheiro para escovar os dentes.
Eu era tão pequena perto de você, que chegava a ser ridiculamente engraçado.