Capítulo 16

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Segunda-feira e por incrível que pareça, eu estava feliz.

Você tem noção da grandeza da felicidade que me causava Jace? Eu estava feliz, em plena a SEGUNDA-FEIRA, isso era surreal.

Eu levantei sorrindo. Eu me arrumei sorrindo.

Nós ainda não estávamos namorando, mas para mim, já era um namoro. Na minha cabeça você era meu, e eu era sua.

Eu era sua, eu era completamente sua, mas você não era meu, e você esqueceu de me contar que nunca seria.

Eu desci depois de me arrumar, e segui até a cozinha, ela estava lá, sentada à mesa, tomando café sozinha.

Ela me olhou, e eu fiquei olhando para ela por um tempo, até que me sentei.

— Oi. - ela disse dando um sorriso fraco.

— Oi. - sorri de volta.

— Tudo bem?. - ela perguntou.

— Tudo, e com você?. - perguntei.

— Uhum. - ela murmurou fazendo uma cara estranha. — Então.. O Jace é seu namorado?. - ela perguntou, e eu sorri. Porque eu sempre iria sorrir quando falassem de você perto de mim.

— Bom.. Ele mentiu para o meu pai, porque.. Ele não me pediu em namoro. Nós só.. - respirei fundo, sentindo um pinguinho de decepção, confesso. — Estamos ficando. - eu disse olhando para ela, que sorriu.

— Sei. - ela disse.

Eu fiquei quieta, e ela continuou me olhando sorrindo.

— Para com isso, você parece a Zoe me olhando desse jeito. - eu disse e ela riu.

Nós ficamos quietas novamente, ela continuou tomando seu café, e eu continuei lhe fazendo companhia, porque ela estava sozinha, e eu sei o quanto é ruim ficar sozinha.

— Posso te fazer uma pergunta?. - perguntei.

— Claro, claro que sim Jenn. - ela disse.

E eu respirei fundo, criando coragem.

— Por que.. Por que você prefere ele do que eu? Sabe.. Toda vez que eu tenho um problema você me manda para a psicóloga, é como se não quisesse ter que conversar comigo. Mas com ele, você, você fica conversando por horas mãe. Você não se preocupa mais se eu estou em casa, e eu até agora não entendi aquele surto, você nunca mais se importou com os meus horários. E caramba, você nem atende as minhas ligações, toda vez que eu ligo caí na caixa postal, e quando você atende, simplesmente diz que não pode falar. - eu disse e ela ficou me olhando com os olhos cheios de lágrimas.

— Você.. Você me lembra muito ele Jenn. - ela disse.

— O meu pai?. - perguntei.

— É, você é igualzinha a ele. - ela sorriu. — E eu não prefiro o Bili do que você, porque você é a minha filha. - ela disse me encarando. — Quando o seu pai foi embora, caramba Jenn, você não tem ideia de como doeu. Era uma sensação horrível, parecia que meu coração tinha morrido, parecia que.. Eu tinha morrido, e que havia ficado apenas o meu corpo. Eu queria sair correndo, e fugir de tudo isso sabe? Eu só queria que aquela dor insuportável passasse. - ela disse deixando uma lágrima cair. — Tudo que me lembrava ele, eu fui jogando fora. As fotos, as roupas que ele deixou para trás, tudo, tudo. Mas você me lembrava ele mais do que qualquer coisa que eu tenha jogado fora. E eu precisava, eu precisava respirar Jenn, eu precisava esquecer, eu precisava que isso passasse, e ai, eu me afastei de você, sem nem mesmo perceber, e quando eu percebi, já estava tarde, porque você estava com ódio de mim. - ela riu.

JennOnde histórias criam vida. Descubra agora