The Selecione

Desespero

Horas.

Horas já tinham de passado. Eu me sentia fora de órbita, minha respiração estava lenta e parecia que eu iria ter um ataque cardíaco. A minha volta, as pessoas pareciam do mesmo estado. Alguns choravam, outros olhavam pro nada, e já alguns dormiam. Eu olhava pra Ruggero que conversava com algumas pessoas, perguntando se eles estavam bem. O Rei e Rainha estavam sentados em cadeiras confortáveis num canto do esconderijo. O rei mantia seu olhar de um homem firme e a Rainha, parecia não se dar conta do perigo quem se tem lá fora.

Eu estava sentada em um banco ao lado da Anne que chorava baixinho. Ela aperta os braços em volta do corpo e fungava a cada minuto. Seus braços tremiam e seus olhos estavam vermelhos pelo choro. Toquei em sua costas, acariciando lentamente, na tentativa de mantê-lá calma.

- Vai ficar tudo bem Anne, não chore! - Digo baixinho.

Mais ela nem parecia notar minha presença ali.

Depois de mais alguns minutos Ruggero senta ao meu lado, olhando pra mim. Seu olhar estava vazio e ele parecia com medo também.

- Você ta bem? - Pergunta, perto do meu ouvido, pra ninquem escuta.

- Vou ficar! Só quero sair daqui e encontra meus pais.

- Vou manda procurá-los assim que saímos daqui. Não se preocupe! - Diz Ruggero, colocando seus braços em volta de mim deixando um leve beijo em minha cabeça. Em sinal de conforto.

- Não foi bem como esperávamos, não é? - Fala Ruggero, com um tom de decepção.

Sei que ele está muito triste com tudo isso. Ele queria anuciar pra todos nosso noivado, e estava muito feliz por isso. Mais nossos planos foram por água baixo, em um pisca de olhos.

- Vamos resolver isso Rugge, ainda vou dizer sim no final! - Digo tentando acalmar ele. Abraço Ruggero com força deixando meu rosto escondido na curva de seu pescoço. Sentindo seu cheiro maravilhoso.

- Tenho que falar com a Anne também, ela estava em shock e parece que quer sair da seleção! - Diz Ruggero se separando de mim, enxugando disfarçadamente uma lagrima solitária que caia do seus olhos. Pego seu rosto com minhas duas mãos, sem me importa com que as pessoas ali achariam, e faço ele olhar direto pra mim.

- Isso não vai mudar minha decisão Ruggero. - Digo baixinho. - Vou casar com você, mesmo que todos os Rebeldes do mundo invadão o castelo.

- Eu pensei que depois disso você fosse desistir de mim...de nós! - Exclama Ruggero.

- Não vou desistir de nós, jamais! Eu sou apaixonada pôr você Príncipe Ruggero, e espero anciosa pelo dia em que você mostre pra todos que também é apaixonado por mim. - Digo, e Ruggero sorri acariciando meus cabelos lentamente, enquanto tentava se acalmar.

- Esse dia não vai demora muito minha querida!

*

Ruggero conversa um pouco com Anne que apenas negava com a cabeça dizendo que queria ir embora quando tudo acabasse. Ruggero não ensistiu. Depois ele foi até Valentina que fingia um choro falso. Muito falso. Fiquei com muito ciúmes, vendo ele agarra Ruggero pelos ombros e abraça ele como se sua vida dependesse disso. Virei meu rosto tentando não ver aquela cena. Eu sabia que Ruggero não me trairia jamais, mais Valentina era esperta e usava de tudo pra conquistar o Príncipe.

*

Depois de mais algumas horas finalmente, os guardas do Palácio apareceram. Dizeram que fizeram a maior bagunça no Castelo e que devíamos ir direto pros quartos.

Passei pelos corredores do Castelo vendo as pichações nas paredes. Palavras em vermelho como: Voltaremos! Acabem com essa seleção! Fora daqui! Encontraremos vocês! Fiquei chocada com as palavras e senti os guardas atrás de mim apressar meus passos até o meu quarto. E quando entro sinto meu coração bater acelerado, e um pânico me atingir. Minhas pernas ficam bambas e meu estômago da voltas e mais voltas.

O quarto estava todo desvirado. Os lençóis da cama estavam jogados pelo quarto, as gavetas estavam jogadas no chão, o espelho estava quebrado em milhões de pedacinhos. A cortina estava rasgada, como se alguém tivesse a puxado com força, mais não o suficiente pra arranca-lá do cabide no alto do teto.

As minhas criadas estavam tentando arrumar tudo, mais pareciam assustadas demais pra isso. Então comecei a ajuda-las. Forrei minha cama novamente com a ajuda de Maria, vi Emy varre os cacos de vidro do chão e Anna colocar às gavetas e as coisas nelas de volta no lugar.

-  Senhorita, não precisa fazer isso, nos arrumamos tudo. - Diz Maria pegado a vassoura da minha mão antes que eu começasse a varre o quarto.

Me sentei na cama, sentindo medo. Medo do que aconteceria em seguida. E meus pais? Meus Deus! Meus pais!

- Emy, chame o Príncipe. Diga a ele que quero saber sobre meus pais. Por favor! - Digo, e Emy assente saindo do quarto.

Espero alguns minutos e vejo Emy entrar pela porta, atrás dela Ruggero.

- Rugge, meus pais? Encontraram eles?

- Sim, mais eles foram embora. Tivemos que mandar todos os convidados e familiares pra casa sobe escolta de guardas do reino! - Diz Ruggero se aproximando de mim.

- Mais eu nem me despidi deles! - Digo triste pôr não ter falado com eles de novo.

Ruggero se ajoelha em minha frente, pegando minhas mãos e me olhando.

- Sinto muito Karol, mais era necessário. Os Rebeldes ainda estão por perto, o mais seguro é manda-los pra casa o quanto antes! - Diz Ruggero. Aperto forte sua mão, sentindo as lágrimas molharem meu rosto, então escutei meus soluços por causa do choro.

Eu estava com saudades de casa. Do abraço do meu pai, da comida da minha mãe e das minha irmãs. Eu estava com medo, me sentindo sufocada.

- Não chore Karol! Me perdoe por isso, mais você poderá ver seus pais outra vez. Vou trazê-los de volta em breve!

Abraço Ruggero com força, sentindo seus braços me apertarem contra si. E aos poucos fui parando de chora. Mais mesmo assim ainda ficamos ali abraçados.

Deitei minha cabeça no peito de Ruggero assim que ele se deitou em minha cama. Pode parece errado aos olhos de outras pessoas, mais precisamos disso, de ficar juntos, de senti um ao outro. Num silêncio, bom! Cai num sono profundo e dormi, nos braços da pessoa que amo. Me sentindo, finalmente segura!