Capítulo 22 - Dura Realidade

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  As pessoas pensam que querem sempre a verdade, mas será que realmente querem? A verdade dói. Às vezes nós dizemos a verdade porque ela é tudo que temos pra dar. Às vezes nós dizemos a verdade porque nós mesmos precisamos ouvi-la. Às vezes nós dizemos a verdade porque não conseguimos sustentá-la sozinhos. E, às vezes, dizemos porque é tudo que devemos a alguém. 

Rodrigo Araújo 

Eu estou com minha cabeça tão cheia que não sei como está funcionando ainda, meu pai me ligo avisando que minha mãe está entubada, com lesões sérias e podem comprometer sua vida para sempre. Se não bastasse isso, Maria Eduarda me expulsou do quarto para ficar a sós com meu irmão. 

Depois dele me contar eu me senti menos pior, só que não consigo tirar essa sensação de que sempre que ela tiver em perigo é a ele, que ela irá recorrer. Eu entro no seu quarto e fico esperando ela sair do banheiro, assim que a porta se abre ela trava ao me ver. 

-Oi. - fala enquanto segura a toalha em volta do corpo.

-Tá melhor? - pergunto me aproximando.

-Melhor eu não estou e nem ficarei, não enquanto Niko não trazer a cabeça daquele maldito. - ela tira a toalha e se troca na minha frente e continua. - Ele matou meu filho, sabe o que é isso? Ele era só uma sementinha, mas já era meu filho. 

-Niko te prometeu isso?

-Sim... - ela me dá um leve sorriso. - Mais a vida continua e temos que enfrentar, de frente. 

-Ele não estava brincando quando disse que você é uma fortaleza... - murmuro lembrando do que Niko disse sobre ela. - Outra mulher no seu lugar, estaria na cama em pânico mais você não. 

-Só não sei até quando eu vou suportar tudo isso, não sei mesmo. - fala prendendo seu cabelo num rabo de cavalo. - Eu estou cansada Rodrigo, muito. - diz com os olhos marejados. - Eu tenho vinte e um anos, mais parece que tenho quarenta nesse momento. - funga. 

Eu abraço ela devagar e ela relaxa ao sentir o calor do meu corpo.

-Eu sinto muito por não ter evitado tudo isso. - beijo o topo da sua cabeça. - Eu não pensei que você poderia estar em perigo. - pego seu rosto fazendo ela me olhar. - Eu tava tão perturbado com minha mãe... 

-Nossa sua mãe. - ela me olha triste. - Como ela está? 

-Entubada amor. - falo com pesar. - Eu estou ficando louco com tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo, eu só queria minha vida de volta. 

-Eu quero uma vida nova Rodrigo, quero apagar tudo que me aconteceu até aqui só que querer não é poder, na maioria das vezes. 

Ela tem razão! Eu tinha uma vida tão pacata e hoje eu não sei o que vai me acontecer daqui quinze minutos. Eu era casado, tinha uma esposa que pensava amar e de uma hora pra outra, eu descubro que a mesma era uma racista louca, me apaixono por uma prostituta, descubro que o ex dela é meu irmão. Não tem como não se sentir confuso com tudo isso. 

Minha vida mudou e só o que queria manter dela é Duda e meu filho. 

Nikolail, Bóris e Kira são minha família de sangue mais junto com eles venho um maldito homem que já tentou matar meu filho e agora minha mãe adotiva. Até onde ele está disposto a ir para acabar conosco? Eu espero que não muito longe! 

[...]

Maria Eduarda já está sendo atendida, eu vou até meu irmão e meu pai para saber da minha mãe. Bento me diz que ela está instável, então eu posso dizer que não está bem. Todo médico fala isso e sempre o paciente está ruim, mas para não assustar falam instável. Ela não vai poder receber visitas hoje, então meu pai e Bento vão pra casa com a promessa que vou pra casa quando der. 

Sua Afrodite - Série Paixões Perigosas - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora