Capítulo 23 - E Ela Se Foi

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  A vida não é triste. Tem horas tristes.  

Maria Eduarda 

Quando chegamos na casa do Nikolail, não tenho tempo de nada ao sentir braços me agarrando. Kira me abraça apertado e retribuo com carinho ao seu abraço caloroso. 

-Duda minha querida! - ela olha para meu rosto. - Aquele infeliz te machucou muito? 

-Sim, mais a ferida é interna Kira. - respondo. - Você está muito bem, continua linda. - sorrio. 

-Agora eu estou sim, depois de achar meu filho e estar com o amor da minha vida. - Bóris passa o braço sobre a cintura dela. - Aqui você vai ficar segura. 

-Fico feliz por vocês. 

Eu não estou para muita conversa e eles percebem, Niko me leva para um dos quartos também em silencio. O quarto é todo branco com bege, uma cama grande domina o centro do quarto e sem falar nada eu vou direto para a cama e me deito me cobrindo. 

-Quer comer alguma coisa? - pergunta sem saber como agir comigo. 

-Estou sem fome, Niko. - ele senta do meu lado e passa a mão nos meus cabelos. 

-Queria poder fazer alguma coisa para tirar essa dor do seu coração, só que agora eu não tenho o que fazer. - diz cabisbaixo. - Eu sou a porra de um mafioso, mais não consigo chegar até meu próprio pai. - ri sem humor. 

-Ele não deixou você chegar perto, mais vai. - falou pensativa. - Ele quer vingança por algo que nunca existiu Niko, ele precisa saber á verdade quem sabe assim ele não pare. 

-Ele? Parar? Não seja boba Eduarda, ele nunca para. - murmura.

-E você? Ainda é dono do Devassa? - pergunto para mudar de assunto. 

-Não! Eu ajudava por que você estava lá, agora eu não sei de mais nada pergunte para sua amiga. - fala levantando. - Ela trabalha lá ainda, se claro já não fecharam as portas. 

-É vou perguntar... - moro com ela na mesma casa e quase não nos vemos mais. - Obrigada por me deixar ficar aqui. 

-Não me agradeça Duda, eu faço porque te amo. 

-Não pode me amar Niko, eu amo seu irmão. - sento na cama. - Eu não correspondo mais esse seu sentimento, você precisa partir pra outra.

-Sabe o que eu aprendi? - ele pega minhas mãos e beija. - Que amar não é uma escolha, nunca foi e nunca será. - ele beija minha testa e sai do quarto me deixando sozinha. 

Eu meio que ando espantada com as atitudes do Nikolail, já que ele nunca foi sentimental dessa forma. Nem quando éramos um casal ele agia assim, agora ele sempre tem palavras bonitas para me dizer, gesto e carícias. Eu quero que ele mude, quero que arrume alguém que corresponda ao amor que não sinto por ele e sim por seu irmão, Rodrigo.

Eu levanto da cama e vou ao banheiro me olhando no espelho e vejo meu rosto roxo, pelos tapas e socos que recebi de Igor. Sabe quando você se olha e não sabe mais quem você é? Na realidade eu me sinto assim desde que sai do Bordel, o que é bem ridículo. Eu não quero mais ser prostituta, jamais! Só que sinto falta da dança, daquele clima sensual que ali tinha. 

Quanto eu estava lá eu queria sair, agora que não estou mais quero voltar e tomar posse do palco e dançar como nunca antes na minha vida. Eu sei que pode ser errado, mais é o que aprendi a fazer e gostei. Não foi por acaso que ganhei o apelido de Afrodite, sempre bloqueava esse sentimento por que não queria desapontar o homem que me apaixonei. 

-Amor? - a voz dele enche o quarto e saio do banheiro. 

-Oi amor. - falo e abraçando. - Pegou Miguel? 

Sua Afrodite - Série Paixões Perigosas - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora