Compulsion

CHAPTER TWENTY-THREE

Eu havia perdido o controle. Logo eu que havia sempre havia reprimido as atitudes impulsivas de Niklaus, havia agido como um animal. O passado tinha me acorrentado, Kiryna foi por muito tempo o motivo de ter continuado, pela vingança, pela sua morte. Ela morreu como uma bruxa, julgada e queimada pelos templários. Eu só esperava esta guerra acabar para poder seguir pelo amanhecer. Não havia futuro possível, até Hayley.
Várias perguntas me vieram a mente agora que havia me acalmado, se Sophia havia chamado ela de bruxa, era porque ela tinha algum conhecimento da minha história. História que nunca contei para ela. O que plantava dúvidas em minha mente. Seria mais fácil se pudesse ler sua mente. Eu não havia tido escrúpulos em torturar alguém para obter respostas no passado, mas saber que quase a matei..
O que era isto? Havia uma mancha em minha calça. Toquei no ponto escuro e percebi a umidade, logo outro ponto pintou o tecido. Estava chorando.

Era noite e eu podia ver pouco da silhueta de Elijah, talvez se pudesse enxergar melhor teria notado os sinais, seus olhos mudando para um vermelho vivo, as presas e garras crescendo, seu semblante mudando. Sua mão alcançou o meu pescoço e obtive uma amostra da sua força, o ar deixou meus pulmões e sabia que ele poderia quebrar meus ossos com facilidade.

— Elijah — tentei puxar o ar para os pulmões, mas as vias estavam fechadas.

— Do que a chamou? — ele gritou, furioso.

— Bru.. — tentei repetir, mas era demais para mim, senti as mãos de Elijah estreitaram ainda mais.

— Quem é você? Como ousa ofender a memória de minha esposa?

Eu não entendia, por que Elijah estava tão bravo comigo? Eu havia conhecido Kiryna, mesmo que fosse inacreditável. Ela me salvou no limbo, era óbvio que possuía algum poder, apenas feiticeiras conseguiam realizar a transferência de almas, principalmente aquelas que usavam magia negra. Sim ela só poderia ter sido uma bruxa, uma poderosa! Tentei me livrar do seus braços, porém com minha força reduzida foi inútil. Minha visão começava a escurecer, estava desmaiando.

— Limb... — tentei balbuciar.

Elijah estava tão absorto em sua raiva que não me escutou.
Me lembrei das palavras de Kiryna “Cuide dele!”. Humft! Veja como seu Elijah está cuidando de mim. Ouvi a porta pesada do piso inferior se abrir, então a voz de Niklaus e Hope, eles haviam voltado. Tentei gritar por socorro, mas já não havia como articular palavras. Elijah também deve ter ouvido, pois neste momento ele voltou a vida e largou meu pescoço. Tosi diversas vezes e inspirei sofregamente. Uma longa inspirada, para uma rápida expirada, precisava de ar. Meu amante estava parado, olhava para suas mãos constantemente como se percebesse finalmente seu ato.
Apressei a juntar minhas coisas, precisava sair dali. Neste instante Elijah se virou para mim e tentou me alcançar com as mãos. Bati na cômoda tentando me afastar, ele abaixou a cabeça envergonhado. Me vesti rapidamente e comecei a ir para a porta, a mão de Elijah estava nas minhas roupas, como uma criança que implora que a mãe não saia.