Assassinatos, morto-vivos e uma organização secreta.
Mystic Falls sempre esteve repleta de enigmas, mas quando uma série de jovens começa a desaparecer nas sombras da noite, não parece ser o local mais seguro para se morar.
Hayley Marshall está de...
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1599, Târgoviște Romênia
A torre Chindia foi minha primeira visão ao entrar na capital, havia sido muitos meses longe da Kiryna. Era o preço a se pagar pelo conhecimento, mas não imaginava que seria tão alto. Primeiro eu tinha percorrido o voivodato, mas logo a sede por novos caminhos me levou mais longe e se tornou muito difícil voltar.
Kiryna havia me convencido a ficar em Târgoviște, dissera que havia muitas pessoas feridas que precisavam dela.
A batalha travada pelo nosso príncipe Miguel custou muitas vidas. Eu a havia ajudado durante um tempo e, apesar de não ser um curador, os estudos me fizeram um bom assistente. Mas logo fiquei ansioso. Kiryna sentia minha impaciência e me incentivou a ir. Cheguei a sair do continente e me aventurei no mundo pagão, porém, um dia, ao sentindo o calor do sol aquecer minha pele, senti falta de minha mulher.
Após minha viagem egoísta, ver os aldeões me enchia de alegria. Fechei os olhos para seus ritos e superstições, os cheiros fortes das ruas, toda lama e as nuvens cinzentas e sorri pela primeira vez em dias. Tudo era muito diferente do litoral, mas meus passos eram firmes, pois havia uma preciosidade aqui que não havia encontrado mundo afora. Meu sorriso se alargou ao ver Dimitri, um grande amigo de nossa família, ele era um nobre e por vezes foi meu patrono em minhas pesquisas. Ele vinha a cavalo, trotando a toda velocidade, assim que seu semblante ficou mais claro meu sorriso morreu. Não poderiam ser boas notícias.
— Elijah, bom vê-lo amigo! Não temos muito tempo. Sorte que lembrei que Kiryna falou que estava voltando para Târgoviște. Suba! — Ele praticamente cuspiu as palavras.
— Não entendo Dimitri.
— Trata-se de Kiryna, temos pouco tempo, suba e vou lhe explicar no caminho. — Minha expressão congelou ao ouvir o nome de minha noiva.
Com ajuda de Dimitri, percorri com velocidade o vilarejo. Não conseguia entender suas palavras levadas pelo vento, o cavalo trotava na lama das ruelas e logo pude ouvir o som de muitas vozes: uma multidão estava reunida na praça local, e gritavam palavras chulas de todos os tipos, havia escurecido e pouco podia distinguir a minha volta. Dimitri fez um movimento para que o cavalo parasse. Desci do animal e olhei para meu companheiro confuso.
— Agora acho que pode me dizer o que está acon...
Não pude terminar a frase, porque então eu a vi. Havia a luz de uma tocha carregada pelo clérigo. Ele andou lentamente pelo tablado e mostrou a todos o instrumento que carregava e as vozes do povo se transformaram num coro: "queime a bruxa", gritavam. Num espetáculo grotesco a tocha iluminou o rosto de uma mulher, com o cabelo raspado sem cuidado, um vestido esfarrapado e um olhar abandonado.