Atração Fatal 🔪

22

— Decepcionada? — meu primo riu debochadamente.

Disfarcei o tremor no meu corpo.

—Muito! — não escondi o ranço por ele. — O que faz aqui?

— Não é óbvio? — ele deu um passo e eu dei dois para trás. — Eu não gostei do que vi. Se você não será minha, não será de ninguém!

Doente. Era isso o que ele era.

— Já pensou em se tratar? — eu disse entre dentes.

— Pensei em algo melhor. Você. Não sabe os pensamentos que tenho de você — ele tentou uma voz sensual mas falhou miseravelmente.

Respirei fundo. Procurei por algo na rua caso eu precisasse me defender. Ficar de mãos vazias não era uma opção. Encontrei uma pedra de um tamanho considerável no pé de uma árvore, teria que servir.

— Pense bem, há poucos metros daqui tem varios universitários em uma festa. É melhor você dar a meia volta e voltar para o seu esgoto.

Ele era um rato.

— Não me provoque — ele soou ameaçador.

Merda.

— Cara, você não está pensando bem. Eu sou sua família, isso não é o suficiente? Quer mesmo o sangue de alguém da sua família nas suas mãos? — eu despejei corajosamente dando um passo em sua direção.

Isso pareceu ter provocado algo nele.

— Tantas pessoas no mundo e por que eu? — eu realmente quis saber.

— Eu não escolhi isso, Alexia. Eu apenas tenho esse sentimento há tantos anos no meu peito. Eu já tentei me apaixonar por outras pessoas, mas meu coração só bate por você.

Deus...

— Eu nunca sequer te dei alguma esperança para isso — falei irritada.

Meu primo sacou uma arma de dentro do moletom e apontou para mim.

— Não grite comigo.

Mas eu não gritei.

Fiquei imóvel.

— Eu juro que se não me matar eu irei te caçar até o inferno e eu mesmo o matarei! — menti.

Ele riu.

— Corta essa, você nunca me mataria, é boa demais para isso.

Eu não era boa.

— Não me subestime.

Houve uma tensão no ar.

— Você vem comigo, e será apenas minha — declarou doentiamente.

Sem chances.

Corri até a pedra.

— Qual é?! O que acha que vai fazer com uma pedra? — ele zombou.

Eu parecia ridícula com uma pedra na mão enquanto ele segurava uma pistola.

— Não sei?! Talvez enfiar no seu crânio, quem sabe assim você não acorde da merda que está fazendo — eu disse alto.

Ele estalou o pescoço e veio decidido em minha direção.

— Isso acaba agora — avisou.

— Quem quer que você seja, caía fora, se não eu atiro — James disse andando sobre as sombras.

Desde quando James andava armado? E como eu não percebi?

— Quem é você? — meu primo quis saber interessado.

— Não interessa. Saia de perto da Alexia, não é um aviso.

Aproveitei o momento de distração e acertei a pedra na lateral da cabeça do meu primo Fredy. Foi um baque daqueles. Ele caiu meio tonto para o lado, mas não foi o bastante para abatê-lo.

Fredy mirou a arma em mim e puxou o gatilho.

A bala veio em câmera lenta. Eu me movi... mas não rápido o suficiente. A bala atingiu meu ombro, eu acho.

Tudo ficou lento. Até a dor era sentida aos poucos. Lenta e aterrorizante.

Alguém gritou. Fui caindo até minha cabeça atingir o chão sujo da calçada.

Eu estava morrendo? Eu não queria morrer! Gemi de dor e apertei onde a ferida doía, ardia. Alguém me pegou no colo e então eu perdi a consciência.

***

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