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— Pai?

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— Pai?

Encontro meu pai dormindo no sofá. Ele acorda com minha voz e se senta.

— Precisamos conversar — digo.

— Sim? — diz levemente irritado.

O som que meu sapato produz é o único na sala enquanto ando de um lado para o outro criando coragem.

— Está me preocupando — diz perdendo a paciência.

— Não é para tanto— tento acalma-lo.

— Então pra que todo esse suspense?

Boa.

— Por que o que tenho para contar não é fácil.

— Estou vendo — diz cruzando a perna. — Me fale pelo menos sobre o que é.

— É sobre um cara — começo.

— O cara que está vendo? — deduz.

— Sim, ele.

— E qual é o problema? Ele é traficante? — diz se levantando.

Em pleno caos eu sorrio de seu chute.

— Ele não é traficante. Mas eu acho que você gostaria que fosse diante das circunstancias.

— Agora você conseguiu me assustar —

Rio da sua cara.

— É o Dom — grito e viro de costas para ele.

— O quê? — ele grita de volta e eu viro para olha-lo.

Péssima ideia. Choque percorreu os olhos do meu pai. Sua boca abriu e eu pensei que fosse bater no chão. Meu pai encurtou o espaço entre nós e faz a pior coisa que ele poderia fazer. Com o impacto meu rosto virou para o lado e eu senti uma dor absurda.

Algo estava errado. A dor era demais para um simples tapa na cara.

— Filha... — ele parece arrependido mas é tarde demais.

— Fique longe de mim — digo lutando contra as lágrimas em meus olhos.

Vou para o meu quarto no segundo andar e procuro pela chave do carro. Agarro a chave em cima do criado mudo e passo pelo meu pai sem olha-lo. Dentro do carro, faço o caminho para o hospital do meu convênio.

Estou extremamente puta com essa situação. Espero pela minha senha e depois de alguns minutos sou atendida. O médico fez exames físicos e depois raio x. O resultado mostra o meu maxilar deslocado.

Ótimo. Tenho medo de como essa noite vai terminar.

O médico me indicou alguém especializado no assunto. Consegui consulta com um cirurgião no outro dia de manhã. Enquanto isso, o doutor prescreveu anti-inflamatórios para a dor.

A madrugada só estava começando e eu não voltaria para casa, não tão cedo. Dirigi com dores até a casa de Dom e espero que ele esteja em casa.

O porteiro abriu o portão assim que eu cheguei e eu entrei com o carro e estacionei na vaga de alguém sem me importar.
No caminho para cá me deu uma dor de cabeça do caralho. Coloquei o celular no bolso e procurei pela minha bolsa térmica de gelo e saí do carro. Fui até o elevador e apertei o botão. Esperei o elevador descer e, por sorte, quando as portas se abriram não tinha ninguém. Apertei o número do andar de Dom e esperei. Apoiei meu corpo na parede. As portas se abriram e eu andei até o apartamento de Dom.

Dei duas batidas fracas na porta e esperei ele me atender. Para minha total descrença, uma mulher abriu a porta. Não era nova, devia ter seus quarenta anos, mas era bem conservada. Pelo menos estava vestida.

Eu não sabia se suportaria mais uma drama essa noite.

— Pois não? - a mulher perguntou e me inspecionou dos pés à cabeça.

— O dom está?

— Sim — respondeu simplesmente.

Tirei o celular do meu bolso desconfortável. Eu estava avaliando mentalmente se deveria virar as costas e ir embora ou ficar aqui e bater na cara de Dom. Ele apareceu com o cabelo úmido e uma toalha no quadril.

Eu quis morrer ali mesmo. O chão poderia se abrir e me devorar que eu não ligaria. O que será que fiz de ruim na outra vida? Devo ter sido homem bomba, terrorista ou até mesmo o Hitler.

Meu sangue ferveu com os pensamentos e virei às costas para ir embora e nunca mais voltar.

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